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Segmento hoteleiro deve viver um bom momento em 2024

Expectativas são positivas, mas há obstáculos a serem enfrentados como o impacto da reforma tributária, atrair mais investimentos para construção de hotéis, recuperar o fluxo de caixa dos hotéis, reduzir o preço das passagens aéreas e a manutenção do PERSE

O setor do turismo deve faturar R$ 155,87 bilhões no Brasil nessa alta temporada que iniciou em novembro e vai até o mês de fevereiro. Esse é o resultado de um estudo realizado pela CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Esse valor representa um aumento real de 5,6%, em relação à temporada passada, e a maior movimentação financeira do setor desde o início do levantamento, em 2012. E o segmento hoteleiro deverá se beneficiar desse crescimento e para isso conta com ambiente estável na economia e na política e a demanda reprimida pela pandemia. Independente do meio de hospedagem, a taxa de ocupação se encontra acima dos níveis pré pandemia, assim como houve também uma evolução positiva nas diárias médias. Isso permitiu um avanço importante do revpar (receitas por apartamento), possibilitando a recuperação de parte do fluxo de caixa dos hotéis que foram muito abalados com os dois anos da pandemia.

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Mas esses avanços estão longe de serem os ideais para a hotelaria corporativa. “Ainda falta muito para recuperar o caixa dos hotéis, para efeito de investimentos que não foram feitos, renovações, recontratação de mão de obra e mesmo a rentabilidade dos hotéis ainda não está no melhor nível, como foi nos anos de 2012 e 2013. Existe uma defasagem de aproximadamente 30% para o valor das diárias corrigidos hoje com impacto direto na rentabilidade dos investidores”, revela Orlando de Souza, Presidente executivo do FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil.

Para ele, alguns desafios ainda permaneceram enormemente tanto em 2023, como ainda no futuro, como a recomposição do caixa dos hotéis. “Vale lembrar que muitos hotéis esgotaram seu caixa durante os quase dois anos de hotelaria parada em razão da pandemia, muitos deles também tomaram empréstimos, então tem dívidas para pagar. Então isso é um desafio que aconteceu em 2023 e vai até 2024 também. Para muitos, existe o desafio da recontratação de mão de obra, pois muita mão de obra qualificada deixou de trabalhar para o turismo e hotelaria e procurou outras maneiras de sobreviver durante a pandemia. Então hoje você tem que recontratar pessoas ou contratar novos colaboradores e qualifica-los. E um grande desafio ainda é, sem dúvida, a renovação dos hotéis e retomada dos planos de investimentos que foram parados pela falta de caixa dos hotéis”, evidencia Orlando.

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Outro ponto que ele considera importante e que poderá impactar em 2024 a hotelaria de um modo geral, seja ela corporativa, de lazer ou independente, é a modulação que virá com a reforma tributária. “Nós já conseguimos grandes avanços ao estabelecer no texto da PEC – Proposta de Emenda Constitucional que a hotelaria poderá vir a ser beneficiada com uma alíquota diferenciada, ou seja, menor do que a alíquota total do IVA, que será definida agora. Então isso é muito importante, pois fomos pesquisar os países desenvolvidos que tem o turismo como uma ferramenta econômica muito importante e esses países que têm já o IVA implantado, têm alíquotas diferenciadas para hotelaria. E em muitos casos até de alíquota zero, mas a alíquota média é de 10.3%. Hoje os hotéis já pagam com os impostos de hoje, alguma coisa entre 14% e 16%. Portanto essa é uma das reivindicações hotelaria que tenha uma modulação agora com o imposto único que permite que a hotelaria possa competir com os outros destinos turísticos do mundo, isso é uma coisa importante. A outra articulação é uma questão muito particular com relação a questão da insalubridade das camareiras, que por uma decisão, ao nosso ponto de vista equivocada, do TST – Tribunal Superior do Trabalho. Ele equipara o trabalho das camareiras com aqueles que limpam galerias de esgotos, hospitais, banheiros de hospitais, banheiros com grandes movimentos como rodoviárias, aeroportos e tudo mais, ou seja, uma comparação absolutamente indevida. Fizemos um estudo com a FIPE, apresentamos isso ao Ministério do Trabalho, apresentamos isso no TST para mostrar que não há como comparar o trabalho da camareira que limpa quarto hotel e banheiro de hotel com esse outro tipo de mão de obra. Estamos então trabalhando nessas que seriam duas grandes reivindicações, a questão da reforma tributária a questão da insalubridade das camareiras”, destaca Orlando.

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Orlando de Souza: “A modulação que virá com a reforma tributária é algo que nos preocupa” (Foto – Divulgação)

Em relação a prognóstico da hotelaria corporativa para 2024, Orlando diz que isso vai depender muito de como sair a questão da reforma tributária, para ver o impacto no caixa dos hotéis. “É importante também a manutenção do PERSE. Através dele, os hotéis vão conseguir iniciar um programa de recuperação, modernização, investimentos, qualificação de mão de obra, contratação dos quadros de pessoal, então são desafios ainda para 2024 e a reforma tributária obviamente tem um papel preponderante nos impactos que virão em 2024. Uma deficiência de 2024 é que há muito pouco desenvolvimento na oferta da hotelaria nacional. Isso não é bom porque se o turismo quer se desenvolver cada vez mais no Brasil como um grande eixo econômico, alguma parte da infraestrutura necessária, é a infraestrutura hoteleira. Num País de dimensões continentais como o Brasil não pode ter uma perspectiva de aumento de oferta de novos hotéis tão pífia, como está prevista agora, e que foi uma consequência também da pandemia. Nós vamos ter um delay de três ou quatro anos para uma retomada da melhoria da oferta de novos hotéis no Brasil e isso daí é uma coisa muito preocupante”, concluiu Orlando.

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Comportamento dos resorts

Os dados de comportamento do segmento de resorts em 2023 ainda não estão prontos, mas tudo leva a crer que o setor viveu um dos melhores momentos dos últimos anos. O relatório trimestral “Radar Resorts Brasil” que é realizado pela Resorts Brasil elaborado em colaboração com empresas especializadas como JLL, myHotel, Senac e STR dá mostra que a taxa de ocupação poderá ficar acima dos 60%, registrados em 2022. Nesse relatório mais recente foram identificados que atualmente há 12 projetos futuros de resorts com 3.429 quartos, sendo: Nove resorts em praias do Nordeste, totalizando 2.886 quartos. Destes, dois resorts têm previsão de abertura nesse ano colocando no mercado 377 quartos. E até o próximo ano, entra em operação mais sete resorts oferecendo mais 2509 quartos. Existe ainda dois resorts sendo construídos no interior no Sudeste, com 358 quartos e inauguração prevista para esse ano e um resort na região Sul, com 205 apartamentos e previsão de abertura até o final do próximo ano.

Hotelaria independente

Manoel Cardoso Linhares, Presidente da ABIH Nacional – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis lembra que: “A pandemia foi brutal para a economia, mais devastadora para o turismo. Na hotelaria, o processo de retomada e as taxas de ocupação caminharam, ao longo de 2023, para os níveis pré -pandemia. Apesar disso, temos que levar em conta que após passar quase dois anos com menos de 5% de taxa de ocupação, muitos hoteleiros ainda estão com débitos pendentes relativos aos financiamentos obtidos na ocasião. Se por um lado, o processo de retomada está consolidado, por outro, é preciso pensar em como ultrapassar os números de três anos atrás. Precisamos continuar focados na criação de um ambiente de negócios favorável para que possamos aumentar a contribuição das atividades turísticas e hoteleiras na nossa economia. Em 2023 tivemos muitos desafios e conquistas como a permanência do setor no Perse, a inclusão entre os setores com alíquotas diferenciadas na Reforma Tributária, aprovada pelo Congresso Nacional e a criação a Frente Parlamentar da Hotelaria Brasileira. Isso nos mostra que iniciamos uma interlocução com os parlamentares na busca de atualização da legislação, já que atuamos num segmento muito dinâmico”, revela Linhares.

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Manoel Cardoso Linhares: “Nossos parlamentares precisam encarar o potencial econômico e agregador que o turismo tem como indústria” (Foto – Divulgação)

E ele elenca quais são as reinvindicações e os desafios que a ABIH Nacional, juntamente com demais entidades do setor vão continuar lutando em 2024. “Precisamos elevar nosso grau de competitividade e atrair mais investimentos, além de melhorar nosso ambiente de negócios e manter um diálogo constante com os representantes do Poder Legislativo. Nossos parlamentares precisam encarar o potencial econômico e agregador que turismo tem como indústria, não só como geradora de emprego e renda, mas como catalisadora de investimentos em mais de 52 segmentos. A regulamentação das plataformas de vendas de hospedagem on line precisa ser encarada com urgência, pois ao contrário veremos o fechamento de muitos hotéis. Caso contrário, teremos a continuidade dessa concorrência desleal, que está cada vez maior com a nova tendência de mercado imobiliário de apartamentos compactos de luxo. É preciso destacar também que tem uma medida que o setor espera faz tempo que é a aprovação da Nova Lei Geral do Turismo que tramita no Senado. Acredito que através da integração em torno de metas e objetivos comuns, em consonância com as tendências mundiais, é que avançaremos em direção a um ambiente de negócios favorável para, não só fomentar o turismo, mas para que também os diversos destinos de nosso país possam compor as prateleiras do turismo mundial e, assim, o Brasil possa aproveitar seu potencial e ocupar um lugar de destaque entre as principais economias do mundo, afinal, como diz a máxima: destino bom para o turismo, é destino bom para o cidadão”, pleiteia Linhares.

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Mesmo diante desses desafios, Linhares enxerga com expectativa bastante positiva a performance da hotelaria em 2024. “De acordo com a Visa, no seu relatório de pesquisa ‘Tendências globais de viagem para 2024’, embora os consumidores estejam revendo os gastos por conta da alta nos preços, viajar ainda está entre suas prioridades. A expectativa é bastante positiva para 2024. Todos os indicadores mostram que teremos um ano de crescimento do mercado de turismo em todo país. Os desafios do mercado são os desafios da ABIH Nacional, incluindo a malha aérea, que tem dificultado bastante não só o turismo mais o ir e vir da população. Precisamos incentivar a vinda de novas empresas aéreas para o País”, concluiu Linhares.

Análise da FBHA

Alexandre Sampaio, Presidente da FBHA – Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação também entende que a hotelaria nacional está se recuperou de maneira mais expressiva em 2023 em todo o Brasil. “Sem restrições sanitárias, o funcionamento do setor está a pleno vapor, variando as performances de acordo com as características de cada destino. A exemplo disso, o turismo de lazer e eventos está em crescimento, apresentando maior movimentação do que na pré-pandemia. A ocupação gerada pelos negócios – como congressos, treinamentos, seminários, entre outros – está em ritmo acelerado também, pois foi uma demanda reprimida, e voltou com força total. Destaco que os governos estaduais, por meio de suas secretarias de turismo – e o trade também têm ajudado bastante para alavancar o setor, além da renda dos brasileiros ter aumentado e, consequentemente, elevado o consumo”, garante Sampaio.

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Alexandre Sampaio: “O turismo de lazer e eventos está em crescimento, apresentando maior movimentação do que na pré-pandemia” (Foto – Divulgação)

Assim como o FOHB e a ABIH Nacional, Sampaio também informa que a FBHA tem algumas reivindicações junto aos órgãos governamentais, com destaque para: a exclusão dos quartos de meios de hospedagem para efeito de pagamento de direitos autorais ao ECAD, pela execução de música, por rádio/televisão, mediante acionamento dos hóspedes; a regulação específica da gorjeta; a aprovação do PL de revisão da Lei Geral do Turismo; a regulação econômica das plataformas digitais de hospedagem e de entrega e a desoneração da folha de pagamento. “Temos fomentando o debate sobre estes temas e percebido o governo aberto para o diálogo. O grande percalço, de fato, tem sido a desoneração da folha de pagamento, que ainda não entrou em acordo com as necessidades do setor”, afirmou.

Em relação às expectativas e desafios da hotelaria em 2024, Sampaio afirma que: “O crescimento será holístico para todos os segmentos, inclusive Airbnb. Haverá espaço para todos os tipos de negócios e projetos inovadores no ramo da hotelaria. Modernização utilizando novas tecnologias será uma forte aliada do setor e deverá ser bastante incentivada. Os desafios ainda continuam sendo mão de obra qualificada, custos de serviços privatizados – como água e energia – e uma tributação equilibrada. Sem dúvidas, o governo precisa trazer um olhar atento para as tributações no setor, pois precisamos equilibrar os números para que seja possível continuar fomentando emprego e renda. A atração de investimentos no setor hoteleiro e um orçamento deficiente de promoção turística do Brasil também preocupa”, finalizou Sampaio.

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Otimismo sob medida

Pedro Cypriano, Diretor da Noctua Inteligência em hospitalidade enxerga com otimismo o potencial de resultados do setor hoteleiro em 2024. “Haverá ocupações próximas ao pico sazonal, ainda há oportunidades de aumento de diária média. No entanto, será necessário quebrar a evolução orgânica. Em uma economia com crescimento modesto, a propensão a nova demanda será limitada. Logo, ganhos incrementais exigirão mais inteligência de mercado e melhor gestão de receitas. Nos destinos urbanos, corrigir as tarifas negociadas precisa ser o foco. No lazer, pensar em outras receitas, além da diária, é um caminho ainda pouco explorado. Para todos, investir em renovação dos ativos pode trazer ganhos adicionais de até 30% em novas receitas”, prevê Cypriano.

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Pedro Cypriano: “Investir em renovação dos ativos pode trazer ganhos adicionais de até 30% em novas receitas” (Foto – Divulgação)

Ele prevê que a oferta de multipropriedade e de short-term rental, duas grandes alavancas da hotelaria, deverá continuar a cresce a dois dígitos. “Em ambos os perfis de produto, a propensão ao investimento ainda existe e com a perspectiva de queda da taxa de juros, entendo que o apetite por novos projetos deve continuar. Sob a ótica de resultados, vejo boas perspectivas em produtos sólidos e em localizações fortes. Projetos mal estruturados, como em qualquer negócio, terão potencial limitado”, analisa Cypriano. Para ele, o maior desafio do setor em 2024 será seguir crescendo dois dígitos em faturamento em um País com economia modesta. “Somente melhorando a gestão teremos ganhos incrementais além do orgânico. Sob a ótica de renovação dos hotéis, fica também o desafio de convencimento da estrutura proprietária. Teremos que abdicar de distribuição em curto prazo em prol de resultados mais sólidos no horizonte. Apesar de não ser fácil, o caminho é promissor, não tenho dúvidas”, concluiu Cypriano.

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José Ernesto Marino Neto: “Os ativos hoteleiros estão se recuperando, contudo, ainda estão abaixo das performances de 2019” (Foto – Divulgação)

Ausência de compromisso

José Ernesto Marino Neto, Fundador e Presidente da BSH International, uma das mais tradicionais consultorias hoteleiras no Brasil, explica que o ano de 2023 foi bom porque ainda estamos crescendo do forte impacto da pandemia. “Os ativos hoteleiros estão se recuperando, contudo, ainda estão abaixo das performances de 2019. E a ausência de compromisso dos governos em gerar riqueza não permitiu ao mercado em geral agir de forma livre e contarmos com economia pujante. Os empreendedores ainda são obrigados a carregar o peso de um Estado gordo, perdulário, improdutivo e corruptor. Taxas de juros altas são os maiores inimigos dos ativos de base imobiliária, como a hotelaria. Investidores de hotelaria buscam taxas assemelhadas às pagas pelos bancos, no nosso caso, o CDB/CDI. Por esse ângulo ainda temos ativos desvalorizados. Se as taxas de juros fossem civilizadas, estaríamos perto dos valores adequados, mas abaixo de seus justos valores. Quem sabe os ventos do Sul não alteram esse cenário no Brasil e, com isso, podemos alçar voos maiores?”, questiona Marino Neto.

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Em relação ao Short Term Rental (aluguel por temporada) que está crescendo muito na hotelaria, Marino Neto reflete que: “A beleza do livre mercado é que a demanda guia suas vontades impulsionando a oferta se adaptando aos seus interesses. Os investidores focados em hotelaria, mundo afora, estão abandonando o hábito de investir no segmento econômico por conta da grande competição gerada por meios de hospedagem alternativos e têm buscado canalizar seus esforços para propriedades de luxo. Afinal, um cliente que busca serviços e produtos de luxo não troca um Kempinski ou um Rosewood por um Airbnb, certo?”, questiona Marino Neto. E em relação ao desenvolvimento de novos empreendimentos hoteleiros no Brasil, ele não poupa críticas: “O investidor internacional não confia no Brasil. Acha que o Congresso é desleal, acha que o Judiciário é casuísta e que o Executivo vai contra os interesses do livre mercado. Colocam o dinheiro aqui por conta dos juros altos. Aqui eles são rentistas. O investidor brasileiro entende o risco comunitário, mas está avesso a negócios de longo prazo porque aprendeu que até o passado aqui é incerto, como dizia Roberto Campos. E como não se consegue ver o futuro no longo prazo, também deixa seu capital na renda fixa. O mercado hoteleiro ainda não vive situação de risco de demanda, ou seja, momento no qual os donos de hotéis estão ganhando dinheiro a olhos vistos, motivando terceiros a ambicionar o mesmo retorno de capital vivenciado pelos atuais proprietários. Ou seja, acredito que 2024 será um ano que a hotelaria vai andar de lado, genericamente falando”, concluiu Marino Neto.

Confira a seguir a análise de algumas redes hoteleiras sobre o ano de 2023 e como projetam 2024

Rede Vila Galé

A rede hoteleira portuguesa Vila Galé enxerga o Brasil com um enorme potencial para crescer ainda mais diante das oportunidades. Neste ano entra em operação a linha Vila Galé Collection com a abertura do Vila Gale Collection Sunset Cumbuco com 124 apartamentos. E com um investimento de R$ 200 milhões, a cidade de Ouro Preto, Patrimônio Cultural da Humanidade concedido pela UNESCO em 1980, terá o Vila Galé Collection Ouro Preto, com 311 apartamentos. Como a Vila Galé é gestora e proprietária das unidades hoteleiras no Brasil, ela possui um grande cuidado na manutenção e modernização das mesmas e por isso os investimentos são constantes. “No mês de novembro terminamos uma modernização do Vila Galé Marés, que inclui a construção de um parque aquático infantil, de uma área premium, substituição integral dos revestimentos da área da piscina e espaço de lazer noturno, que totalizaram um investimento de R$15 milhões. O Hotel Vila Galé Fortaleza tem obras de modernização nos quartos a decorrer. Já o Vila Galé Eco Resort de Angra, concluiu em agosto a modernização do Restaurante Versátil, com a implementação de novos buffets e de show cookings”, revela José António  Bastos, Diretor de Operações Brasil.

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José Bastos: “Continuamos enxergando grandes oportunidades de crescimento no Brasil” (Foto – Divulgação)

Segundo ele, os dados de 2023 ainda estão sendo finalizados, mas a rede espera superar os resultados alcançados em 2022. “Nesse contexto, o Vila Galé Alagoas deverá ter uma forte contribuição para esse crescimento, visto que inaugurou em junho de 2022. No geral, estamos com crescimentos de 5% na taxa de ocupação, de 10% na receita média o que faz com que o Revpar tenha subido 20%. Os resultados de 2022 já tinham superado o pré-pandemia, pois o setor atravessa um bom momento. Com a estabilidade econômica e crescimento previsto para a economia, estamos convictos que o ano de 2024, será um ano de crescimento e de consolidação da excelência da marca Vila Galé que terá duas novas unidades sendo inauguradas no Brasil. Poderíamos ter um resultado exponenciado se existisse um maior esforço e investimento na captação de turistas internacionais. O turismo é uma atividade transversal na economia e  que gera muito emprego e renda para a população. Além de contribuir para o desenvolvimento econômico da população, o turismo também contribui para o seu desenvolvimento intelectual e cultural, a troca de experiencias, o conhecimento de novas culturas e hábitos são de extrema importância na melhoria das condições de vida da população. O Brasil é um dos países com maior potencial para ser um destino de eleição a nível mundial, basta olhar para a sua diversidade de destinos, sua cultura e acima de tudo para a simpatia do povo brasileiro. É fundamental que os órgãos de promoção externa como a EMBRATUR e APEX entre outros, sejam dotados um orçamento condigno com a grandeza e potencial do Brasil”, concluiu Bastos.

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Grupo Tauá

O grupo hoteleiro mineiro está convicto que vai superar os resultados de 2023 e 2024 e a expectativa de crescimento é de mais de 30%. “Nesse resultado devemos levar em consideração também que temos um aumento de número de quartos em Atibaia. E o desenvolvimento já está entrando em velocidade de cruzeiro com o Mais Tauá porque fizemos a implantação em junho de 2023. Com isso, nós já estamos performando super bem, o que vai fazer muita diferença nos resultados e no ano de 2024. Nós estamos vivendo um momento bastante positivo, pois os eventos ainda estão acelerados e a expectativa do PIB é muito boa. A gente acredita que ainda existe uma demanda reprimida de eventos e de pessoas que estão trabalhando ainda em modelo híbrido e vê a experiência em evento, experiência ao ar livre, experiência de reuniões de confraternização. Acreditamos que o mercado continue acelerado tanto no lazer quanto em eventos para 2024 e o câmbio vai continuar favorecendo o turismo nacional”, revela Lizete Ribeiro, que tomou posse nesse mês como CEO do Grupo Tauá.

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Lizete Ribeiro: “Estamos vivendo um momento muito positivo no Grupo Tauá” (Foto – Vânia Aroeira Fotografia)

Segundo ela, o Grupo já superou os níveis pré-pandemia. “O ano de 2023 foi de recordes para o Grupo Tauá em faturamento e ocupação de todas as unidades hoteleiras. No hotel Araxá, mudamos toda a estrutura, então é um novo hotel com um novo posicionamento. Mas 2023 foi também um ano de desafios e o principal deles é a questão de formação de mão de obra. Como crescemos muito e contratamos agora no final de 2023, no segundo semestre, mais de 300 novos emocionadores, então tivemos uma dificuldade de formação suficiente para ocupar todos os cargos. Principalmente os cargos de liderança, pois gostamos de formar a mão de obra para ser promovida dentro de casa. Mas conseguimos, no final do ano, já recompor todos os quadros e isso nos deu ainda uma preparação para criar um novo programa de sucessores dentro da companhia para que isso seja escalonado pros futuros crescimentos nossos. Os desafios que vivemos no turismo nacional são contínuos, como a questão logística e o aéreo caro. Para 2024 estamos esperando uma excelente performance, pois acreditamos que o mercado ainda vai reagir bem ao turismo nacional e nós estamos preparando muitas novidades para 2024. A unidade de Atibaia acabou de inaugurar no final do ano uma nova estrutura de lazer completamente disruptiva com piscina de ondas, rio lento, dois toboáguas, montanha russa aquática e novos restaurantes. Já na unidade de Alexânia, nós vamos inaugurar nesse ano o parque aquático indoor e em Caeté, a primeira fase do parque aquático indoor. Estamos fazendo a nossa parte para melhorar a estrutura e retrofitar, principalmente a área de apartamentos, para manter o hotel sempre novo e com novidades”, concluiu Lizete.

Accor

Abel Castro, Chief Development Officer da Accor Américas na divisão Premium, Midscale & Economy informa que os resultados do ano de 2023 deverão ser divulgados nesse mês de janeiro, seguindo o calendário financeiro global. “No entanto, percebemos uma curva ascendente nosresultados, com destaque para novembro, que foi um dos melhores meses da nossa história no Brasil, impulsionado pelos grandes eventos. No ano de 2023, já podemos prever que os números já são superiores ao pré-pandemia, principalmente por causa do aumento das diárias médias. Em relação ao pipeline, de modo geral em todo o mercado, ele vai diminuindo trimestre a trimestre. Apesar disso, seguiremos com nosso plano acelerado de assinaturas e aberturas  na América Latina”, assegura Castro.

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Abel Castro: “Já podemos prever que os números de 2023 são superiores ao pré-pandemia” (Foto – Divulgação)

Em relação às conquistas e os desafios da Accor em 2023, Castro destaca que: “Encerramos o ano de 2023 de maneira muito positiva e fomos coroados pela atuação em diversas áreas, como diversidade, sustentabilidade e força das nossas marcas. Cinco marcas da Accor no País lideram em número de quartos (ibis, ibis budget, Mercure, ibis Styles e Novotel), segundo a pesquisa Hotelaria em Números 2023, conduzida pela JLL. A marca ibis recebeu o título de marca hoteleira mais lembrada no Estado de São Paulo segundo a pesquisa “Top of Mind Awareness”. E também venceu na categoria Hotelaria do prêmio Experience Awards 2023, idealizada e promovida anualmente pela SoluCX. E os resultados da Accor entre as TMCs Abracorp também são enormes: o Grupo ocupa a primeira posição no ranking, com participação de 36% nas vendas efetuadas por essas empresas no primeiro semestre de 2023. Todos esses reconhecimentos reforçam a nossa liderança de mercado cada vez mais e nos dá força para novas conquistas. Em 2024 vamos seguir com a estratégia de franquias e conversões, com destaque para o lançamento da marca Handwritten Collection na região e a expansão do Tribe, que já tem sua primeira unidade confirmada em Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais”, concluiu Castro.

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Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 31 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.

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