Opinião

O Segredo da Hotelaria – Artigo de Mário Cezar Nogales

* Mário César Nogales 
 
Com a chegada do Século XXI, muitos desafios foram colocados para a hotelaria nacional, desde novos empreendimentos até mesmo melhorias e novas tecnologias nos meios de hospedagem. O que mais preocupa hoje no setor de turismo é a quantidade de vagas em hotéis existentes em terras tupiniquins, fora, é lógica, a preocupação geral nos meios de transporte, mas essa é outra historia.

Exemplos disto não faltam, veja o Rio+20, por exemplo, até mesmo particulares estarão usando suas casas como meio de hospedagem a pedido do próprio prefeito da cidade. (imagina como será na copa?)
 
Na realidade e de fato, como demonstrado por uma pesquisa do IBGE, ainda temos poucos turistas estrangeiros se comparados com a França, não chegamos nem a 10% dos 76 milhões de turistas que desembarcam anualmente na terra do croissant.
 
O Brasil tem um forte apelo turístico que nunca antes foi debatido ou sequer implementado pela grande massa de nossos empresários, também pudera, nunca deixamos de ser uma colônia, e como colônia devemos nos sujeitar ao belo prazer de nossos colonizadores, que de século em século, a terra do pau brasil fez somente o necessário para produzir o suficiente para as necessidades primarias europeias.

Hoje, não obstante, suprimos em matéria prima quase todo o planeta. Mineramos ferro e enviamos à China, e este volta para nós como trilhos de trem e desta maneira nos mantêm mundialmente, todavia como colônia dos países, assim chamados de potencias.
 
Em se tratando de hotelaria, não passamos de meros amadores no que se aplica a verdadeira gestão de qualquer hotel, parece que não conseguimos aprender com os exemplos dos dominadores mundiais do turismo, pois mesmo com administradoras francesas, seu “pulo do gato” não fica evidenciado uma vez que os hotéis aqui devem servir apenas e tão somente ao lucro e enriquecimento de seus proprietários ultramarinos.
 
O segredo que agora revelo a todos, na verdade não é tão secreto assim. Muito se fala em qualidade de hospedagem com quartos maravilhosos, decorações deslumbrantes, equipamentos que nem sonhávamos que existiriam a cinco anos atrás, e pecamos com o trato ao hospede que antes era uma de nossas melhores opções nas hospedagens pelo país afora.
 
Não obstante esta característica brasileira nata do bem servir, aos poucos foi sendo colocado de lado e a produção em serie ao estilo “macslave” passou a fazer parte do currículo da maioria dos profissionais que trabalham nos hotéis, obviamente porque temos a necessidade latente de copiar o que nossos colonizadores fazem, e nos esquecemos de que estes não tem preocupação alguma com a excelência no atendimento, seu foco primário é na excelência do resultado financeiro para enviar seus pagamentos aos verdadeiros donos da gestão.
 
O segredo não tão secreto assim, que na verdade é a base de qualquer hotel (que nasce como hotel e não como banco), é o da hospitalidade. A única forma de brindar hospitalidade é o de querer ser hospitaleiro e a base fundamental do hospitaleiro está no bem receber, não apenas com quartos maravilhosos e equipamentos ultramodernos, mas também com limpeza, higiene, asseio, eficiência e eficácia que somente uma equipe do hotel pode oferecer.
 
Sim, caros leitores, estou falando da governança que há muito tempo vem sendo colocada de lado porque, afinal de contas, precisamos dar resultados financeiros além dos satisfatórios para enviar dinheiro aos colonizadores que nos fazem acreditar que sem eles não nos sustentaríamos.
 
Este setor da hotelaria foi rebaixado a ultima categoria em grande parte da hotelaria “profissional”. Hoje podemos encontrar pessoas com pouco ou nenhum preparo pessoal ou acadêmico na frente deste setor tão importante. Sua importância é tamanha que posso afirmar categoricamente que um hotel nunca existiria sem uma equipe de governança, ele consegue existir e operar sem A&B, sem recepção, sem até mesmo um gerente geral, mas sem uma equipe de governança, não há hotel que exista.
 
É tão obvia esta colocação que o verdadeiro poder do hotel em prestar um excelente serviço está nas mãos desta equipe, e o que fazemos com os colaboradores que estão neste setor?
Pagamos baixos salários
Não damos o devido reconhecimento
Os rebaixamos na importância na tomada de decisão
 
Agora lhes pergunto, e na França? Quem está à frente da equipe de governança são os substitutos naturais dos gerentes gerais, este profissional é o principal tomador de decisão para aquisição de materiais e equipamentos para o hotel, recebem os melhores salários dentro da hotelaria, são reconhecidamente os gestores operacionais dos meios de hospedagem.
 
Não é a toa que a França lidere o ranking mundial do turismo internacional, enquanto apenas e tão somente copiarmos superficialmente nossos colonizadores, como sempre fizemos, vamos colocar lenços nas cabeças pensando ser a ultima moda em paris.
 
Façamos um favor a nós mesmos, como hoteleiros de verdade que somos, já que sabemos dar um resultado exorbitante (pelo menos 30% da receita, contra apenas 8% da receita na França). Coloquemos a Governanta em seu devido lugar que é o de Co-Gestor da Hotelaria.

*Mario Cezar Nogales é Consultor especialista em hotelaria, já tem publicados dois livros e atuante no trade hoteleiros saiba mais em: www.snhotelaria.com.br ou mande um e-mail: mario.nogales@uol.com.br

 

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