Opinião

O Desafio de implantar um Hotel

*Luiz Arthur Medeiros

 

Os ventos da economia estão possibilitando investimentos ousados na ampliação do parque hoteleiro em nosso país e muitos destes investimentos saem dos bolsos de empreendedores independentes que, por motivos variados, decidem construir, administrar e operar um hotel. Em nossa empresa estamos habituados a trabalhar com empresários independentes e acompanhá-los pela longa jornada que é a implantação de um empreendimento hoteleiro, aconselhando, direcionando e, sempre que possível, adequando o sonho do investidor às tendências do mercado e normas vigentes.
Sendo assim, aí vão algumas notícias importantes e algumas não tão boas para aqueles abnegados empresários que decidem construir um hotel, seja para sua aposentaria, seja para o futuro de sua família ou qualquer outro motivo.
1) O hotel não é sua casa; logo não tente colocar seu gosto pessoal na decoração das áreas comuns e internas do hotel. Hotéis bons são aqueles que fazem o hóspede se sentir acolhido investindo em conforto e cores neutras, equipamentos silenciosos, decoração discreta e uniformes corretos.
2) O restaurante do hotel não é a sua cozinha; Sabe aquela receita de dobradinha que sua avó fazia e que era uma delícia? Ela é boa para sua casa e para a sua família. Não queira fazer a noite da dobradinha ou a receita de sarapatel que já dura cinco gerações. Cardápios bons, sejam requintados ou simples, investem na racionalização de ingredientes e no preparo caprichado. Pratos típicos, receitas inusitadas? Deixe para os chefes de cozinha que nem todos os hotéis podem bancar.
3) A área de lazer do hotel não é a sua área de lazer; Não dá pra passar os finais de semana ensolarados junto com sua esposa, filhos, noras, genros, netos, todos refestelados na piscina do seu hotel. Os hóspedes se constrangem, os funcionários ficam sem saber o que fazer e a padronização dos serviços vai pro espaço, afinal de contas quem é da família do dono não precisa cumprir as normas do hotel não é?
4) As suas contas pessoais não são contas do hotel; não dá para o hotel pagar a mensalidade do consórcio do automóvel do filho mais novo. Contas da empresa são contas da empresa e contas pessoais são contas pessoais.
5) e por último consulte sempre um especialista nas respectivas áreas;  já vi casos de hoteleiros que compram equipamentos de ar condicionado quando o prédio nem está pronto e assim perdem a garantia, que constroem sem observar normas básicas aplicáveis à atividade hoteleira,  que contratam funcionários sem que haja um organograma definido, enfim, vão atuando de maneira quase instintiva e se esquecem que a hotelaria é uma atividade cada vez mais específica e que, mais que isso, os hóspedes são cada vez mais exigentes.

*Luiz Arthur Medeiros é Consultor e Diretor da Concierge Hotelaria – Contato –  arthur@conciergehotelaria.com.br

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