No dia 29 de agosto, no antigo espaço cultural do hotel Fazenda Capoava, localizado em Itu (SP), foi inaugurado um reduto com preciosas informações sobre os ciclos econômicos, o cotidiano – especialmente das mulheres – e a cultura alimentar a partir do século XVIII: o Espaço Memória Capoava.
O Espaço nasceu a partir da extensa pesquisa do projeto “Terra Paulista: Histórias, Arte, Costumes”, idealizado pela Socióloga Maria Alice Setúbal, conhecida na Fazenda como Neca, e contou com curadoria e planejamento de Ricardo Ribenboim, Diretor da Base 7, grife que desenvolve projetos interativos para museus e empreendimentos culturais.
De pau a pique e estilo bandeirista, o espaço passou por reformas para abrigar a nova exposição, que quer estimular o olhar crítico dos visitantes. São objetos, documentos e obras de arte que vão ajudar a contar a história da fazenda nos períodos das monções, ciclo do açúcar, café e gado contemplando o cotidiano, a cultura alimentar e o papel da mulher nessa dinâmica.
O destaque do espaço é a área dedicada à cultura alimentar, especialmente do período dos bandeirantes. Uma máquina de beneficiamento de café original, datada de 1930, movida a uma roda d´água (cujas engrenagens podem ser vistas por meio de uma janela de vidro no piso) chamará a atenção dos visitantes. Um vídeo 3D simula o funcionamento da engenhoca de quase três metros de altura.
Os visitantes podem obter mais detalhes e informações graças a terminais eletrônicos de consulta, tablets, vídeos 3D e animações com as temáticas festas, fogões e fazendas dentro do espaço. Objetos de utensílio doméstico como panelas, escumadeiras, potes, roca, ferro, máquina de costura e livros de receitas de família expostos no espaço tornando o ambiente ainda mais real.
Ribenboim acrescenta: “O projeto foi pensado para trazer essa memória à tona reiterando a importância da Fazenda Capoava na história paulista. Para dar maior compreensão de sua relevância, lançamos mão de recursos como vídeos, fotos e objetos que fazem o visitante viajar no tempo e se identificar com a cultura das festas populares, da culinária, da arquitetura e dos ciclos econômicos que a fazenda já passou”.
