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Sofisticação dos móveis planejados ganha força na hotelaria

Cada vez mais hotéis apostam em móveis planejados para a criação de ambientes mais práticos e funcionais, sem perder em design e conforto

Os móveis planejados têm se tornado uma tendência crescente na indústria hoteleira. Cada vez mais estabelecimentos buscam aprimorar a experiência dos hóspedes por meio do oferecimento de ambientes com espaços confortáveis e design sofisticado, além é claro, da otimização da eficiência operacional. A indústria hoteleira se reinventa na mesma velocidade das tendências mundiais e hoje, para atender ao viajante moderno, consciente, engajado e preocupado com o impacto das empresas no meio-ambiente, essa capacidade de inovação constante se tornou um desafio cada vez mais complexo. A competitividade é acirrada e se destaca quem consegue encantar o hóspede com diferenciais que não só proporcionem praticidade, mas que o façam se sentir especial e valorizado. Nesse sentido, a opção por móveis de marcenaria, planejados para cada espaço, pode conferir ao empreendimento uma posição de vantagem entre os outros players do segmento. Porém, para que se alcance o sucesso de um projeto planejado é preciso que sejam observados os prazos para a confecção e entrega dos móveis, certificação da matéria-prima utilizada na marcenaria, instalação correta, entre outros fatores.

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Além disso, o planejamento garante uma gestão mais inteligente do espaço; maior durabilidade dos móveis, reduzindo a necessidade de substituições; otimização da experiência do hóspede em ambiente personalizado com mais praticidade para trabalhar, descansar ou relaxar nos espaços de convivência; uso de materiais reciclados ou certificados, que contribuem com a redução do impacto ambiental – ponto positivo para a reputação do empreendimento, entre outras vantagens.

Eduardo Manzano: “Hotéis passaram a querer apresentar desenhos exclusivos em todos os seus espaços” (Foto – Divulgação)
Padrão e qualidade

De acordo com o arquiteto Eduardo Manzano, essa tendência tem explicação: “Com o fim da padronização dos hotéis, causado pela personalização excessiva, o setor de móveis planejados passou por muitas dificuldades para achar o ponto de equilíbrio. Os hotéis passaram a querer apresentar desenhos exclusivos em todos os seus espaços e, para quem investiu em maquinário para produção seriada, turbulências foram sentidas, no entanto o setor de multipropriedades surgiu como um alento para a produção de planejados, pois uma grande quantidade de apartamentos, com exatamente as mesmas características para todos os quartos e salas, impulsionou sobremaneira a produção deste tipo de produto”.

Eduardo afirma que, dentro do universo dos planejados, a escolha da matéria-prima está relacionada diretamente com a proposta do empreendimento. “Isso depende muito do que se pretende. Em nosso escritório gostamos de tons mais neutros, próximos aos acinzentados e menos das madeiras mais avermelhadas. Não precisamos de cores vibrantes em áreas de descanso. Ao mesmo tempo, quando trabalhamos com tematização, as cores podem entrar em um ou outro detalhe, mas nada que comprometa a manutenção ou a longevidade do mobiliário”.

Interior de apartamento desenvolvido pelo arquiteto Eduardo Manzano (Foto – Divulgação)
Expectativa e realidade

Manzano aponta alguns pormenores que devem ser observados na implantação de hotéis que optam por móveis planejados, como a escolha do fornecedor. “Este é um problema de mais de 30 anos. A indústria de marcenaria para hotéis compete com o mercado de cozinhas com as encomendas de final de ano então, a partir de setembro os valores chegam a disparar pois a demanda aumenta muito. Ao mesmo tempo, corre-se o risco de se querer aumentar a produção e, na hora ‘H’, o projeto do hotel sofrer um revés. O ideal é que tivéssemos um mercado mais estável para que todos os produtores de insumos conseguissem se preparar para fortes demandas”.

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Desbravador

Para encerrar, o arquiteto elencou as premissas básicas de um projeto de decoração de interiores e o papel dos móveis planejados na sua concepção. “As premissas básicas são móveis de fácil limpeza, agradabilidade visual, ergonomia e, principalmente, facilidade de reposição. Como dito acima, a padronização exigida pelos projetos de multipropriedade vem de encontro a tudo o que a indústria de planejados almeja: dimensões padrão, acabamentos de linha, grandes quantidades e reposição futura. A ‘despadronização’ dos hotéis poderia ter causado um problema muito sério ao mercado em geral. Muitas empresas ‘acordaram tarde’ em investir em equipamentos CNC quando a onda dos hotéis padronizados já se encontrava em franca redução de velocidade de implantação. Hoje a produção em série ainda move a hotelaria econômica e midscale, mas numa velocidade proporcional à baixa demanda para estes tipos de hotéis no mundo. A hotelaria de luxo no Brasil ainda necessita de fornecedores de mobiliário que trabalhem mais com o foco ao serviço personalizado e menos à produção em série convencional, mas, o mais difícil já foi atingido que é ter um parque fabril capaz de receber as grandes demandas. O próximo passo é, quando falamos em luxo (Rosewood, Tangará) ou mesmo upscale (Hyatt, Hilton, Marriott), mantermos o padrão em todas as unidades do empreendimento”, finaliza.

 

Maior representatividade num orçamento

Francisco Santos, um dos principais nomes de implantação hoteleira no Brasil, com experiência consolidada no mercado de hospitalidade e reconhecido pelas principais redes hoteleiras nacionais e internacionais, comenta: “A marcenaria sob medida em uma implantação hoteleira é o item de maior representatividade num orçamento e que tem o maior valor agregado, chegando a 20%/30% do orçamento global. Todos os itens tem suas preocupações mas a marcenaria é o mais preocupante de todos, pois carrega em si a característica de ser financeiramente o maior valor agregado dentro do orçamento; fisicamente, o carro-chefe de uma implantação pois vários serviços e itens complementares dependem da marcenaria estar instalada para poderem concluir seus trabalhos dentro do projeto; e capacidade fabril, pois o Brasil em um parque fabril enorme com vários fabricantes de móveis sérios e comprometidos, porém poucos são marcenaria que atende a hotelaria, principalmente em hotéis de luxo que requerem sempre móveis em lâminas de madeira natural”, destaca Santos. Ele revela que poucas empresas no Brasil possuem ‘know-how’ para atender esse tipo de projeto com a qualidade e requinte que são exigidos pelos clientes. “Então na hora de escolher uma marcenaria eu pessoalmente vou conhecer as instalações e também analisar com bastante critério o cadastro e a situação financeira do fornecedor”.

Francisco Santos – LEGENDA: Francisco Santos: “Hoje existe liberdade de criação para os designers de interiores” (Foto – Divulgação)

Santos aponta uma nova fase de mudanças na hotelaria e explica que as redes internacionais trouxeram padrões de móveis e mobiliários seguidos de padrões de enxoval de cama, banho e eletrônicos que obedecia as respectivas categorias. “Isso fez com que os projetos ficassem ‘engessados’ do ponto de vista estético e criativo e não permitia que os hotéis tivessem cara própria e personalidade. Você poderia se hospedar em um hotel no interior do Ceará e depois num hotel da mesma marca em São Paulo e os interiores dos quartos seriam todos iguais”. Para ele, esse movimento de padronização de ambientes começou a perder força após a Copa do Mundo no Brasil, quando os hotéis tiveram que se adequar ao ‘Padrão FIFA’ e teve seu fim definitivo após a pandemia. “Hoje existe liberdade de criação para os designers de interiores usarem seu potencial máximo pois os quartos refletem novas tendências tanto em tamanhos quanto no uso dos móveis. Imagine que até 2004, tínhamos televisores de tubo e essa peça exigia um móvel todo fechado que mais parecia um sarcófago onde a TV ficava embutida e era um verdadeiro trambolho dentro do quarto, com custo muito alto. Depois com a chegada dos televisores de plasma, LCD e LED, esse item simplesmente foi extinto dos hotéis e muita gente que tinha investido grandes valores nessa peça viram seu investimento irem para o ralo. Isso também serve para os armários que eram peças enormes cheias de portas e ferragens e hoje nem portas usam mais. De forma geral evoluímos quando acabaram as exigências dos padrões e hoje existe uma liberdade na definição da marcenaria para um hotel”, pontua.

 

Níveis de exigência

Francisco Santos também revela que nos 23 anos de atuação e após muitos cases de sucesso na implantação hoteleira em diferentes redes nacionais e internacionais, o nível de exigência não só aumentou como também exigiu inovação e criatividade. “Eu mesmo já tive minha própria marcenaria para atender somente meus projetos hoteleiros. Não é uma tarefa fácil achar uma fábrica marcenaria que consiga atender as necessidades de um hotel de luxo, pois não basta querer atender, tem que saber que em uma implantação hoteleira, nunca os prazos são atendidos, as obras atrasam e a marcenaria, por ser o carro-chefe da implantação, tem de estar a postos o tempo todo para poder compensar eventuais atrasos de obra, acelerando ou desacelerando a montagem do hotel, e fazer esse tipo de atividade requer muita, mas muita experiência no setor. Eu sou muito criterioso na escolha de uma marcenaria e levo a risca toda minha experiência no setor para decidir por esse ou aquele fabricante”.

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Para concluir, ele menciona duas experiências marcantes nas quais precisou dispor de marcenaria de excelência para atingir os prazos dentro do orçamento dos clientes. “Dentre os mais de 200 hotéis que já fiz implantação, quero ressaltar o Holiday Inn Anhembi, que inauguramos em 2004, com 780 apartamentos e que até hoje é um dos maiorres hotel do Brasil, com 60 apartamentos por andar, em 13 pavimentos. Foi um dos trabalhos de logística mais incríveis que fizemos com nossa marcenaria e o outro é o Hotel Fasano em Punta del Este, no Uruguai, no qual utilizamos todo nosso conhecimento para atender em outro país, um hotel de luxo com o máximo em qualidade e requinte”, finaliza.

Patrícia Gutierrez: “É de suma importância que cada projeto possa conferir funcionalidade aos ambientes” (Foto – Divulgação)
Ambientes confortáveis e surpreendentes

Além da prerrogativa do uso de móveis fabricados em marcenaria planejada, os arquitetos que atuam na hotelaria também consideram como ponto importante de um projeto, a concretização do conceito original, estabelecido pelo cliente. “Nossa inspiração começa com a análise das necessidades do nosso cliente e no que ele busca e precisa para proporcionar vivências mais agradáveis, alegres, funcionais, confortáveis e surpreendentes”, pontua a Arquiteta Patrícia Gutierrez, Coordenadora dos projetos de interiores na Michaelis Arquitetos, escritório que já contabiliza mais de 200 projetos de hotelaria.

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Patrícia ressalta que a praticidade do planejamento dos móveis que compõem um ambiente também pode ser aplicada nas áreas comuns do hotel. “Além do uso da tecnologia, estamos muito ligados em criar ambientes que possam atender os hóspedes em suas diversas atividades. É uma constante vermos hóspedes sentados nas mesas dos restaurantes dos hotéis, trabalhando durante a tarde enquanto o local está vazio. E por que não, criar um café nesta área ‘morta’ onde, além de trabalhar, ele possa consumir, receber alguém para uma reunião, ouvindo um agradável som ambiente em um local convidativo e confortável”.

Para a arquiteta, “é de suma importância que cada projeto tenha a sua personalidade e que possa conferir funcionalidade aos ambientes, e para isso contamos com a flexibilidade e a tecnologia que as marcenarias nos oferecem hoje em dia. Adoramos pensar em como será o modelo de puxador de cada porta, desenhá-lo pensando em como o hóspede pode utilizar sem dificuldades, por exemplo”.

Patrícia também destaca outra característica importante do planejamento de interiores, que é a longevidade visual. “Os hotéis aceitam projetos que visam a sustentabilidade, principalmente se o produto conferir a qualidade e durabilidade que um hotel precisa. A sustentabilidade não é pensada só no material reciclado ou certificado, é também quando pensamos em móveis que possam ultrapassar alguns anos de uso, sem ficar datados ou com visual cansado rapidamente. E que possam ser mantidos com facilidade pelos colaboradores do hotel”. E finaliza: “Custo e prazo de entrega nos desafiam bastante, mas vemos que nossos clientes valorizam a marcenaria sob medida, que traz muita personalidade aos projetos”.

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Ambientes que contam histórias

Essa é uma das premissas do escritório Cristina Tuñas Arquitetura & Interiores, escritório de arquitetura que, segundo sua própria definição, “se preocupa em atender as necessidades do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras, valorizando a mentalidade sustentável no desenvolvimento de cada projeto e reduzindo ao máximo os impactos causados ao meio ambiente, garantindo o uso racional dos recursos, a valorização das raízes dos seus clientes e mais economia no valor final da obra”. Para Cristina Tuñas, “O quarto de um hotel precisa sempre trazer conforto e funcionalidade para o hóspede, mas acreditamos também que a estética é a chave para uma experiência agradável, que pode agregar muito na melhor relação e julgamento que o hóspede tem em relação ao hotel como um todo. Pensamos de forma estratégica entendendo a necessidade do hotel, seu público atual e ideal, as memórias que aquele local vai construir  e usando sempre a experiência do hóspede nos ambientes a favor do hoteleiro. Hoje em dia, a internet com seu alcance abrangente funciona não só como um marketing, mas como um fator decisivo para a escolha de uma hospedagem”.

Cristina Tuñas: “Está em alta o uso de madeira e a mistura dessa matéria-prima  com outros componentes mais sustentáveis” (Foto – Divulgação)

A arquiteta explica que a escolha da matéria-prima a ser utilizada nos projetos depende da categoria do empreendimento ou do próprio apartamento, seguindo sua proposta. “A matéria-prima na maioria dos móveis é madeira, mas estão em alta o uso de materiais que misturam essa matéria-prima com outros componentes para que sejam mais sustentáveis e que consigam um melhor custo benefício para o cliente. Procuramos incluir em nossos projetos, matérias-primas que promovam beleza, conforto, modernidade, mas tragam para o nossos cliente custo-benefício e pensamos também na resistência e durabilidade do ambiente, sabemos que esse é um ponto necessário para a garantia de uma boa manutenção”.

Cristina ressalta que atualmente, a marcenaria precisa ser personalizada para que o quarto apresente as melhores soluções, adequadas ao ambiente e ao conceito geral do hotel. “Isso não significa que as melhores soluções sejam as mais caras, mas com certeza, as mais assertivas. Temos hoje em dia, muitas opções no mercado que permitem projetos diferenciados, personalizados, com qualidade, estética e custos mais acessíveis.

Pela nossa experiência, muitos hotéis conseguem manter uma imagem aceitável pelos hóspedes por uma média de dez anos. Mas, se não há nenhuma mudança ao longo desse período, precisam de uma reforma maior para garantir uma boa estada. Sugerimos uma análise de especialistas para garantir que mesmo nesse período, o ambiente não impactará de forma negativa na avaliação do hóspede”.

Hotelaria no DNA

Cristina, que vem de família de hoteleiros, revela: “Vivencio a hotelaria desde que nasci, então tive alguns projetos marcantes pelo lado profissional, mas também pessoal. Pensar em todo o conceito para o hotel que iremos inaugurar esse ano foi algo significativo para mim e a equipe, pois pudemos pensar em todos os detalhes envolvidos de todos os ambientes. Nosso primeiro projeto internacional, o Hotel Mediodia, em Madri, na Espanha, também foi muito marcante. Trata-se de um edifício histórico e tombado onde pudemos recriar o conceito de toda a decoração interna e fazer um projeto especial para a recepção. A execução inicia este ano e estamos contentes com o resultado”.

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Clima ao Vivo

Cristina acrescenta que, para o sucesso do projeto hoteleiro, é de suma importância que se escolha um escritório especialista em arquitetura de hotelaria. “É um diferencial. Existem muitos detalhes a serem levados em consideração para o bom funcionamento e todo o dinamismo exigidos pelo empreendimento. Por esse motivo, em nosso escritório, fazemos uma profunda análise que inclui desde o conhecimento do público alvo, a localização do empreendimento, seus diferenciais e particularidades, até a localidade que incorpora características regionais para um projeto eficaz”.

Geniani Tonoli: “Um bom projeto, com durabilidade e necessidade de manutenção mais baixa, significa menos sinistros e menos bloqueios de quartos” (Foto – Divulgação)
Qualidade acima de tudo

Mencionada anteriormente, a chamada ‘despadronização’ de ambientes em hotéis de uma mesma bandeira e categoria, veio para ficar e talvez a principal razão dessa tendência, tenha mais a ver com a necessidade de vivenciar novas experiências, que ficou mais evidente após a pandemia. Geniani Tonoli, Diretora de Design e Construção da Wyndham Hotels & Resorts para a América Latina e Caribe, opina: “Isso com certeza está mais atrelado a diferentes experiências. Nós na Wyndham temos marcas que já são ícones como a Tryp por exemplo e sentimos que o hóspede quer se sentir dentro de uma experiência diferente em cada hotel, atrelada ou não a regionalização. A pandemia evidenciou o crescimento da busca por lugares mais aconchegantes. Mas sobretudo, tem a ver com se inserir mais no contexto”.

Ela explica que, dentro de uma rede como a Wyndham, a questão da construção do ambiente possui diversos pontos a serem considerados. “O primeiro fator é o padrão do produto. Depois, as diferentes categorias, o budget, o target. Hotéis econômicos são diferentes apesar de terem itens que podem se repetir como cabeceiras de cama, mesas, entre outros. Alguns elementos ganharam certa relevância com o passar dos anos, como estações de trabalho e armário, que seja do tamanho que for, deve funcionar aberto ou fechado, incorporando frigobar ou coffee dentro do conceito. Mesmo em um hotel econômico é importante ressaltar que temos alternativas. No upscale temos poltronas, sofás, tecidos e texturas mais elaborados. De um modo geral, vejo a criação dos ambientes como um conjunto entre todos os elementos: marcenaria, mobiliário, cortinas, quadros, tudo isso faz parte”.

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APP da Revista Hoteis

Geniani indica a durabilidade como um dos pontos principais da marcenaria planejada para a composição do quarto do hotel “Acho que quando se fala de marcenaria planejada, estamos falando de um projeto pensado para aquele empreendimento. É a melhor solução porque é um investimento de retorno, uma marcenaria de qualidade tem uma vida mais longa. Dependendo do segmento, temos de pensar como trabalhar isso de projeto a projeto. Temos de pensar que a marcenaria precisa ser pensada de forma inteligente, pensando adiante, no que pode ser substituído, pois é possível sim fazer uma modernização sem alterar todos os itens. Devemos usar móveis planejados sem esquecer dos anos que ele permanecerá ali”.

A Diretora conclui que optar por móveis planejados não significa um investimento mais alto e destaca outras vantagens da escolha. “Um bom projeto, com durabilidade e necessidade de manutenção mais baixa, significa menos sinistros e menos bloqueios de quartos. Temos estratégias para cada categoria. Também existem soluções e alternativas para driblar o alto custo. A marcenaria pode trazer ideias que facilitem e diminuam o custo. Acredito que o MDF é mais versátil, ele consegue se adaptar a diferentes funções, parte molhada, função antichamas, entre outros atributos. Ele também oferece variação de texturas, é o mais versátil”, finaliza.

Regina Segui: “Além da estética é importante que seja verificada a otimização para redução de custos de investimento” (Foto – Divulgação)
Atenção aos detalhes

Dentro do universo de design de interiores na hotelaria, é impossível não mencionar o nome de Regina Segui, Gerente de Supply Chain do Grupo Wish. Regina é especialista no tema e acumula passagens por importantes redes hoteleiras e diversas implantações.

Para Regina, “Um projeto deve contemplar um mobiliário de qualidade, pois a marcenaria é um dos itens relevantes na ambientação e decoração de interiores, dando harmonia e sofisticação ao apartamento. Existem projetos desenvolvidos pelos arquitetos de interiores que contemplam formatos orgânicos, com detalhes que fazem a diferença no projeto e na execução, por este motivo também a marcenaria é um item relevante e importante para o resultado final do projeto. Além da estética, é importante que seja verificada a otimização para redução de custos de investimento”.

No quesito matéria-prima, Regina recomenda: “Para a hotelaria, precisamos selecionar matéria-prima que colabore em estética e durabilidade, pois o ideal é que durem no mínimo cinco anos, seja para um novo hotel ou retrofit. Hoje temos lâminas que possuem diversos acabamentos que incrementam o projeto e deixam mais moderno, contemporâneo e vanguardista. Não é recomendado o uso de laca e lâmina natural para a hotelaria, pois esses materiais têm pouca durabilidade e são de difícil manutenção”.

Diferença entre categorias

Regina Segui explica que o custo da marcenaria está diretamente associado ao projeto dos interiores. “Hotéis econômicos e midscale geralmente têm projetos de marcenaria mais simplificados, mais retos e sem muitos detalhes de marcenaria. Hotéis superiores e upscale, têm projetos mais elaborados pelos arquitetos, com detalhes, recortes e formatos diferenciados na marcenaria, além de espessura do móvel, acabamentos e texturas mais sofisticadas.

No momento da contratação do fornecedor de móveis planejados, precisa ser analisado se o mesmo possui capacidade industrial que possa atender ao projeto proposto pelo arquiteto de interiores, independente da categoria do hotel. Para que tenham um móvel planejado duradouro, deve-se certificar o tipo de lâmina, o acabamento final, os recortes, o aproveitamento da peça, a junção, entre outros fatores. Também deve-se verificar se atendem os requisitos para o melhor custo benefício”.

Regina pontua ainda que a hotelaria vem seguindo uma tendência de decoração mais arrojada, o que coloca a marcenaria como elemento-chave dentro desse cenário. “Por isso a marcenaria deve seguir um conceito mais atemporal e que possa ter uma vida útil mais longa mesmo quando previsto um retrofit no empreendimento, pois geralmente é o maior custo de investimento. O importante é que outros itens soltos ou fixos (mobiliário, tapete, revestimento de parede e piso, iluminação, entre outros) na decoração possam ser repostos e que assim, mudar a aparência estética do empreendimento”. E conclui: “É importante que os fabricantes dos móveis planejados tenham um compromisso real com o meio ambiente, assim como sigam as tendências ESG, além de serem grandes empregadores, com compromisso social e de inclusão, alinhados com as políticas de governança corporativa”.

Gustavo Hamam: “A movelaria brasileira é reconhecida mundialmente pela sua qualidade, seu design e sua durabilidade” (Foto – Divulgação)
Compromisso com o mercado

De escolha criteriosa de fornecedores, a Hamam Global entende. Responsável por mais de 40 mil unidades hoteleiras, entregues entre os mais de 20.000.000m² implantados durante 24 anos de existência, a empresa tem como missão a entrega de interiores únicos, inteligentes e luxuosos, além do gerenciamento da aquisição de mobília, equipamentos e itens operacionais para que o empreendimento inaugure com total funcionalidade e pronto para a operação. “Para se tornar um fornecedor da Hamam Global, levamos em consideração alguns pontos importantes como o histórico da empresa, a qualidade dos itens, sua saúde financeira, seguros contratados, situação fiscal e trabalhista e capacidade de exportação. Atualmente, temos cerca de 45 fornecedores homologados desses segmentos específicos”, explica Gustavo Hamam, Diretor da Hamam Global.

O Diretor explica que existem fornecedores adequados para cada empreendimento. “Sempre começamos analisando a qualidade e após isso, avaliamos o preço, obviamente existem fornecedores específicos para cada tipo de hotel e bandeira e por essa razão, fazemos o processo com os fornecedores certos para cada caso. Sem dúvida a qualidade do material e da montagem dos itens melhorou muito nos últimos anos. Temos excelentes parceiros que são capazes de nos entregar um andar inteiro de um hotel por dia, e isso nos traz segurança e rapidez no nosso trabalho”, ressalta.

Gustavo Hamam também observa a qualidade do produto nacional. “A movelaria brasileira é reconhecida mundialmente pela sua qualidade, seu design e sua durabilidade, porém ainda encontramos poucos parceiros aptos e habilitados para a exportação. Incentivamos e ajudamos sempre que possível e fazemos um esforço grande para que nossos projetos fora do Brasil sempre utilizem produtos de nosso País, made in Brazil”.

Otimização de espaços

Para José Vagner, Diretor comercial do Grupo MSA, referência em produção de móveis planejados com 55 anos de mercado e detentor das marcas Marel Design Mobili, Dimare Planejados, Kless Móveis Planejados, BSV Transportes, Amóbi e Império do Marceneiro, além do Grupo MSA Corporativo e Exportação, o principal critério é observar a otimização do ambiente. “Geralmente, as áreas dos quartos são restritas, por isso a importância de se investir num projeto de mobiliário para aproveitar muito bem o espaço. A questão funcional também é fundamental. Os projetos precisam considerar um layout que possa atender vários tipos de clientes, desde o turista que usa o quarto basicamente para dormir e pensa em uma cama confortável como o mais relevante, até o hóspede que usa como uma extensão do seu ambiente de trabalho, onde além da cama, é fundamental uma boa bancada para trabalho.

Além disso, na indústria de móveis planejados, todos os detalhes são específicos para cada composição/projeto. Pode ser um tamponamento diferente, o uso de um material exclusivo para o projeto, como metalon e vidro, um corte que garanta o encaixe perfeito no local disponível, um acabamento com linhas arredondadas, entre outras personalizações”.

O Grupo MSA é referência em produção de móveis planejados com 55 anos de mercado e várias marcas renomadas (Foto – Divulgação)

O grupo está localizado em Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná e conta com 600 pontos de vendas em todo Brasil. Tecnologia, design e padrão de qualidade são pontos fortes da empresa, que prioriza o bom relacionamento e atendimento ao cliente, além de cuidar de toda logística, embalagem e transporte.

Vagner reitera a fala de Eduardo Manzano, referente a matéria-prima e o uso de acordo com a proposta do projeto. “Tudo depende do estilo, design e de qual será a utilização do móvel. Historicamente, o painel de MDF sempre foi muito requisitado para projetos corporativos e hoteleiros, por conta da sua conhecida qualidade e fácil trabalhabilidade em peças curvas e usinadas. Entretanto, nos últimos anos, com o melhor conhecimento sobre as propriedades técnicas das matérias-primas, temos notado um grande aumento na utilização dos painéis de MDP, que apresentam superioridade em importantes quesitos, como resistência mecânica contra o empenamento e maior resistência a umidade. Além disso, ambos podem apresentar os mesmos padrões e acabamentos.

Mas quando se trata de personalização, um dos pontos de maior destaque é a utilização da pintura, onde podemos desenvolver cores exclusivas para cada cliente, aplicando em madeira (laca), vidro ou metalon. Com isso, criamos uma identidade única para cada empreendimento”.

Custo benefício

Ainda de acordo com o Diretor do Grupo MSA, o móvel planejado é a solução adequada para os empreendimentos que buscam exclusividade e personalidade, de acordo com as necessidades dos seus hóspedes. “Além de usar de forma correta cada espaço disponível, o móvel planejado oferece qualidade superior e durabilidade, principalmente pela tecnologia envolvida na sua produção. Sem contar a garantia estendida de assistência, de até cinco anos no caso do Grupo MSA. Já o custo benefício está diretamente associado a personalização desejada. Mas isso acaba se transformando numa grande vantagem, pois esse projeto de mobiliário pode contemplar diferentes ideias dentro de um determinado orçamento. Na verdade, o projeto já pode ser iniciado partindo de um teto orçamentário e a partir disso, são pensados e adaptados detalhes como layout, matéria-prima e, principalmente, o detalhamento dos móveis”.

Vagner também destaca a durabilidade como outra vantagem deste mercado. “Móveis planejados são mais duradouros e apresentam garantia muito maior. Como eles são feitos sob medida e pensados exclusivamente para cada ambiente, sua durabilidade é muito superior a móveis produzidos em série. Isso se deve a alta qualidade da matéria-prima utilizada em sua produção, desde a seleção de painéis de madeira, metalon e vidro, até outros componentes como fitas de borda, acessórios e ferragens diversas. O serviço de montagem é outro importante diferencial, já que essa função é executada por uma equipe especializada. É correto afirmar que o móvel planejado é a combinação perfeita do design, liberdade e qualidade para qualquer empreendimento de hotelaria e multipropriedades”.

Para finalizar, o Diretor detalha alguns pormenores da atuação do Grupo MSA no mercado. “O Grupo MSA tem uma rigorosa seleção de matérias-primas e fornecedores, além de equipes multidisciplinares de Engenharia, Pesquisa & Desenvolvimento, que são outros diferenciais que permitem criar ambientes e projetos especiais. Com matérias-primas certificadas, proveniente de reflorestamento e com selo FSC (Forest Stewardship Council), o Grupo também atua com rigorosos processos de sustentabilidade. Isso inclui o recolhimento de cantoneiras plásticas para reciclagem, uso de embalagens biodegradáveis, separação de resíduos, coleta seletiva e campanhas de incentivo aos colaboradores para redução do uso de descartáveis e para o uso consciente de água e energia elétrica.

O Grupo MSA acaba de concluir um novo ciclo de evolução e ampliação das suas unidades industriais, com investimentos de aproximadamente R$ 22 milhões nos últimos dois anos. Localizado em Francisco Beltrão (PR), o parque fabril foi dividido em duas fábricas: móveis planejados (I), serralheria e vidro (II). Agora, são mais de 50.000 m² de área construída. Além disso, está em um curso a renovação da frota de caminhões da BSV Transportes – braço logístico do Grupo que garante qualidade, agilidade e segurança em todas as entregas de projetos”, finaliza.

Carine Cenci: “A durabilidade do móvel planejado é realmente muito alta. Principalmente quando bem cuidado, ele pode durar por décadas” (Foto – Divulgação)
Conforto e funcionalidade

Há 40 anos no mercado, a Móveis Cenci, empresa criada por Armando Cenci, desenvolve produtos com design inovador, qualidade e padrão de acabamento que garantem sofisticação e conforto a qualquer lugar. A marca é referência no mercado de móveis planejados com projetos 100% MDF, que refletem a personalidade dos hotéis, empresas ou residências, além de se adaptarem as suas necessidades, seja em cozinhas, dormitórios, lavanderias, home theaters, banheiros e ambientes corporativos. Carine Cenci, Diretora da Móveis Cenci, comenta: “Visamos em nossos projetos, proporcionar aconchego. Atrelado a isso, é importante levar em consideração a praticidade, o conforto e funcionalidade do ambiente”.

De acordo com Carine, o hotel que opta por quartos com móveis planejados, também ganha em economia, além das vantagens já mencionadas: “A possibilidade de personalização acaba se tornando uma grande aliada na parte financeira. É justamente por conta da personalização que avaliamos diversos fatores, onde o hotel estará inserido, qual público visa atender, qual a disponibilidade orçamentária para mobília e quais as exigências da bandeira”.

A Diretora também destaca o fator durabilidade, qualidade indispensável, já que destinados a hotelaria, os móveis serão utilizados por um fluxo constante de hóspedes de diferentes perfis e idades. “A durabilidade do móvel planejado é realmente muito alta. Principalmente quando bem cuidado, ele pode durar por décadas. A resistência e a qualidade desses móveis são notórias e são uma das características mais buscadas no dia a dia quando o cliente opta por essa escolha. O MDF sem dúvida ainda é o carro-chefe da mobília personalizada. Ao longo desses últimos anos, alguns materiais foram entrando em cena na composição de cada ambiente. Alumínio em portas, frentes e prateleiras seguem em destaque. Iluminação em LED também funciona muito bem e está cada vez mais presente. O que notamos que tem ganhado muito destaque nesse último ano, são acessórios e puxadores em couro e fibras naturais. Outro material que também vem roubando a cena é a palha natural”, pontua.

A questão da matéria-prima traz consigo outro tema de extrema relevância também para a indústria moveleira: a sustentabilidade. Hoje, todos os segmentos da indústria já desenvolvem políticas e práticas sustentáveis adequadas para cada operação e finalidade. “Gerimos de forma séria os recursos naturais. Colocamos em prática a reciclagem de todas nossas embalagens, promovemos economia de água em todo o nosso parque fabril e energia renovável em nossa produção. Nesse viés, o objetivo é minimizar os impactos sociais. No âmbito interno da empresa, valorizamos os colaboradores, com salários justos, por exemplo. Fora dela optamos por manter uma boa relação com a sociedade, seja pela redução de resíduos ou pelo incentivo em comprar matéria-prima de produtores locais, para fomentar a economia local. Com um processo mais eficiente na indústria, é possível reduzir o volume de resíduos e, portanto, o impacto no ambiente”, finaliza Carine.

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