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Os Millennials envelheceram… e agora? Artigo de Eduardo Manzano

Passada a overdose mundial de projetos para Millennials, principalmente no Brasil, com a criação da Jabuticaba da Hospitalidade Mundial (Definição brilhante feita pelo Julio Gavinho para o momento da Arquitetura de Hospitalidade nacional), cabe nos perguntar o famoso: “e agora, o que vou fazer com todos os meus projetos de hotéis descolados?”

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A resposta é: “Calma”…

Num momento em que a hotelaria no Brasil encolheu consideravelmente, ao contrário de muitos de nossos vizinhos, como entender a ‘Guest Experience’ para as próximas gerações e, o que é pior, como entender a posição do hóspede mais maduro num cenário de que daqui há poucos anos teremos mais pessoas na faixa acima dos 50 anos do que abaixo?

Entender o que deseja as próximas gerações é um desafio – Foto divulgação

A EMDAStudio desde 2016 vem monitorando as tendências de comportamento do hóspede e nos próximos dias completará uma radiografia deste na Geração Z, principalmente no Brasil. Posso até dar alguns “spoilers”, para aliviar a curiosidade dos amigos leitores. As duas mais importantes, a meu ver, estão no comportamento dele:

  • O hóspede da Geração Z não dá a mínima para marcas. Para ele, o trinômio custo+benefício+exclusividade é imperativo. Ele comanda o seu comportamento e suas atitudes futuras.
  • O hóspede da Geração Z é conservador. O neoconservadorismo que se apresenta não tem nada a ver com o momento político nosso e sim num resgate a valores que seus pais abominavam quando tinham a mesma idade.

Ele prefere um bom papo regado a gin ou vinho a ir a uma balada de 12 horas.

Quando fizemos nossa primeira pesquisa, com meus alunos, com idades entre 22 e 30 anos, do Instituto Europeo de Design e da Universidade Roberto Miranda, e evidentemente com seus contatos nas redes sociais, tivemos um indicativo claro do que estava por vir.

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Perguntados “Com Poucos Recursos, Você Ficaria Em Um”:

A resposta foi a seguinte:

Ou seja, 41,67% ficaria no bom e velho Hotel Econômico, contra 35% do Hostel e 20% do Airbnb.

Na mesma pesquisa, entre um cardápio de itens disruptivos como Instrumentos Musicais ou Video Games, a pesquisa colocou os itens mais conservadores como Café da Manhã e Bar no topo da lista e os componentes mais “diferentes” nas linhas mais inferiores.

O hóspede das novas gerações, quer seja a Z (de 1995 a 2009) ou a Alfa (Após 2010) é a grande incógnita do mercado.

Em setembro na Bondiseño Hotel no Panamá, fiz esta pergunta para o arquiteto Tom Ito, Principal de Lifestyle da Gensler em Los Angeles e nem ele souber responder ao certo o que a Gensler Research havia descoberto pois este comportamento é extremamente amórfico e o mercado não está acostumado aos “sem marca”.

No entanto uma coisa é certa, a exclusividade é a tônica de qualquer negócio hoje. Customizar é a palavra de ordem e as grandes marcas de roupas veem nos brechós um grande concorrente. Com a hotelaria não será diferente.

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Percebam que existe uma contradição nisso. Se as novas gerações são conservadoras, porque os hotéis de redes convencionais não os atenderiam?

Porque a atitude é conservadora ao contrário de seus anseios de posicionamento no mercado.

Empreendimentos como o Selina, ou ainda os demais híbridos Hotel-Hostel ocuparão o espaço antes dominado pelas grandes e tentaculares redes, mesmo com suas experiências de uma hotelaria mais disruptiva.

Numa próxima oportunidades vamos falar do outro lado. Do envelhecimento do hóspede e no que se está fazendo para atender este público importantíssimo para o mercado.

Quanto a pergunta do começo do texto, acho que deverá haver uma acomodação e pouco a pouco as redes enxugarão os excessos cometidos, focando mais no investimento na experiência do hóspede e na exclusividade e menos na imposição do Design pelo estético gratuito…

*Eduardo Manzano é um renomado profissional da arquitetura com vivência e experiência em grandes escritórios de arquitetura mundial. Atualmente é CEO /Design do escritório de arquitetura EM/DAContato – eduardo.manzano@emdastudio.com

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Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 31 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.
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