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Desafios do Turismo na pós pandemia diante da crise econômica

*Por Luiz Marcos Fernandes em colaboração para a Equipotel 2022

A preocupação e os desafios da indústria do Turismo, e em especial da hotelaria, sobre os rumos do mercado na pós pandemia, num cenário internacional conturbado e diante de uma crise econômica com inflação próxima de 10% foi um dos temas abordados por Guilherme Macedo Reis Mercês, da Divisão de Economia da CNC, dentro da programação do CONOTEL. O executivo iniciou sua explanação ao abordar o cenário internacional, que a seu ver tem reflexos diretos na economia do país. “Não resta dúvidas de que há um cenário bastante conturbado na Europa, em função da guerra na Ucrânia, alta do petróleo e redução na oferta de matérias primais. Tudo isso reflete não apenas na economia, como na indústria do turismo e, consequentemente, na hotelaria.

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Segundo ele, os desafios são inúmeros e exigem do mercado uma atenção redobrada. “Todo esse cenário que acabei de abordar reflete diretamente na demanda e nos preços. Uma coisa é certa, nós temos que aprender a conviver e lidar da melhor forma possível com essas instabilidades de preços e juros altos”, ressaltou. Lembrou então que decisões equivocadas no planejamento estratégico de uma empresa têm um efeito muito mais devastador e impactante no que se refere a resultados. “Isso comprova o que digo. Veja por exemplo a crise energética mundial que afeta inúmeros países. Penso que no Brasil esse problema é menos atenuante em função da energia pura e do potencial das nossas hidroelétricas, mas mesmo assim é uma questão preocupante que deve levar o empresariado a buscar reduzir seus custos”, lembrou.

Palestra da CNC sobre desafios do Turismo diante da crise econômica (Foto – Luiz Marcos Fernandes)

Nas projeções apresentadas durante sua explanação lembrou que o Brasil na pós pandemia tem um cenário mais animador, independente do aumento de custos e dos preços em dólar. “As projeções mais pessimistas foram superadas e devemos fechar o ano com um crescimento de 2% no PIB. Na indústria do Turismo os números devem ser ainda melhores com um crescimento de 5% em relação ao ano passado. Isso comprova que superamos o baque da Pandemia quando o volume de negócios de boa parte das empresas chegou a cair numa média próxima a 67%” lembrou.

Guilherme Reis da CNC recebe uma lembrança de Manoel Linhares, da CNC (Foto – Luiz Marcos Fernandes)

Na sua opinião um dos fatores que têm contribuído para impedir resultados melhores para o mercado diz respeito ao custo das passagens aéreas nacionais. “Para se ter uma ideia o reajuste médio praticado pelas companhias aéreas chegou a 80% apenas esse ano, o que reduz consideravelmente as viagens a lazer para alguns dos principais destinos turísticos nacionais”. Já as viagens internacionais registraram no primeiro quadrimestre do ano um volume de 962 mil passageiros, o que significa um incremento de 60% em relação ao mesmo período do ano passado. No que diz respeito a mão de obra utilizada na indústria do turismo, admitiu que a recuperação será mais lenta. “`O setor fechou perto de um milhão de vagas e apenas 1/3 deste total foi recuperado até o momento”.

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Diante deste cenário, destacou a importância do uso das novas tecnologias para qualquer planejamento estratégico a médio e longo prazo. “O Turismo 4.0 é uma realidade que permite a compreensão dos gargalos existentes nos destinos, produtos e serviços turísticos a partir da efetivação das ferramentas tecnológicas. “Temos sim que estar atentos a realidade do mercado onde se tem um consumidor cada vez mais conectado as redes sociais e capaz de ir atrás de todo tipo de informações online. Hoje o mercado, incluindo a hotelaria já tem produtos direcionados para determinados focos e diferentes tipos de clientes. No Brasil com o 5G vamos poder integrar a inteligência artificial com a realidade aumentada e virtual. A junção da realidade aumentada com a realidade virtual é o que se denomina universo do Metaverso”. Ao encerrar sua explanação citou então o programa Vai Turismo que irá permitir e posicionar o nosso setor. “Ainda assim, isso só será possível com investimentos por parte dos nossos governantes em infraestrutura, capacitação de mão de obra e um ambiente regulatório. Sem isso, os resultados correm o risco de serem modestos. Isso diz respeito aos novos governantes a serem eleitos, não importa de que partido sejam”, garantiu.

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