*Por Luiz Marcos Fernandes em colaboração para a Equipotel 2022
A Fundação Getúlio Vargas e o Sebrae Nacional divulgam nas próximas semanas um estudo inédito: a Plataforma do Turismo que aborda as tendências da indústria do Turismo a partir da pós Pandemia, bem como os impactos, desafios e oportunidades. A informação foi confirmada durante o CONOTEL por André Coelho, coordenador de Projetos da FGV. Durante palestra ministrada pelo executivo, destacou os resultados qualitativos da pesquisa onde se buscou ouvir os diferentes setores do turismo, de modo a identificar os diferentes pontos de vista em relação ao futuro do setor na pós Pandemia. “Esse estudo envolveu uma coleta de informações a partir de relatórios de tendências nacionais e internacionais com expectativas para a próxima década”.
O estudo envolveu uma série entrevistas com especialistas da ABIH e empresários de outros segmentos do turismo. Ao mesmo tempo, o executivo fez um alerta ao mercado. “Temos escutado com frequência o termo retomada do setor. Isso requer um certo cuidado porque o futuro do turismo não deve se limitar a voltar aos resultados de 2019, mas sim a superar esse volume. Não devemos jamais nos esquecer de que o consumidor mudou seu comportamento e para manter a nossa competitividade”, destacou.
Na pesquisa realizada em conjunto com o Sebrae Nacional foi feito um levantamento da crise que levou a perda de 90% dos negócios, em plena Pandemia. “Atualmente já se pode vislumbrar um patamar de normalidade em alguns setores, enquanto em outros ainda se registra um volume inferior ao de dois anos atrás”. André acredita que a próxima temporada de verão será um termômetro para visualizar com maior transparência as expectativas de crescimento. Lembrou que no setor aéreo, as viagens a lazer ainda não atingiram a normalidade. “Já o turismo internarcional deverá registrar uma retomada mais lenta e acreditamos que só a partir de 2024 chegará aos números de 2019”.
No Estudo que avalia as macrotendências do turismo se pode constatar uma expectativa otimista para alguns segmentos como é o caso das empresas que oferecem produtos e serviços relacionados ao turismo sustentável, bem como o uso de novas tecnologias por parte da hotelaria. “Destaco a questão do processo de inovação, com o uso das novas tecnologias, pela maior velocidade da informação, mas que exige um custo maior pelo uso de mão de obra especializada”, ressaltou. Em relação ao processo de retomada da competitividade para um ambiente econômico favorável, destacou quatro pilares. “Destaco entre eles a utilização maior do ambiente online que permite oferecer aos consumidores um acesso a informações básicas como realizar uma reserva, com pré atendimento automatizado. As empresas devem também pensar em processos a serem utilizados para permitir ao consumidor conhecer diferenciais oferecidos pelo hotel seja o tipo de conexão, o mobiliário, enfim. Lembro que cada tendencia traz novas oportunidades de modo a ampliar seu negócio”.
O Estudo revela que na hotelaria, a maior preocupação continua a ser o de custos e gastos em função da crise econômica. “Hoje verificamos que nos gastos de hospedagem se é possível determinar com maior exatidão os percentuais de mão de obra, materiais de consumo, comercialização, impostos, enfim”. A Plataforma do Turismo Competitivo destaca o momento econômico, galeria de tendencias, gastos de hospedagem que se subdivide em várias áreas.
De acordo com Cesar Reinaldo Rissete, gerente do Sebrae Nacional, a Plataforma do Turismo permite ao empresariado se planejar e traçar diretrizes para seu negócio com base nos resultados apresentados onde se identificam impactos e soluções. “Isso se refere a um levantamento realizado junto a 72.117 empresas identificadas como meios de hospedagem onde o Sebrae analisa o impacto de custos como o da energia para a hotelaria. . “Vamos oferecer um conjunto de soluções ao mercado de modo a reduzir o consumo e acabamos de lançar um Ebook com dados e informações que vão ajudar a melhorar e reduzir os custos com energia, uma das preocupações constantes deste setor”. O executivo lembrou a importância de se equacionar as dívidas das empresas de modo a melhorar o consumo da energia. Os levantamentos dos dados da Plataforma do Turismo levaram o Sebrae a colocar cinco mil agentes nas ruas para um amplo levantamento junto a indústria do turismo em todo o país.
