Direto de Mata de São João (BA) – Dando continuidade a programação da 11ª edição do ADIT Share, um dos eventos promovidos pela ADIT Brasil, este ano realizado na Costa do Sauípe Resorts, Luiz Fernando Mathia, Diretor de Vacation Ownership do Hot Beach Parques e Resorts; Lizete Ribeiro, Diretora comercial e Marketing da Rede Tauá de Hotéis; e Felippe Wildhagen, Head Vacation Ownership da Bourbon Hotéis e Resorts; integraram o painel “Construção de carreira na propriedade compartilhada – A visão dos diretores”, que terminou há pouco. Antes do início do painel, houve anúncio feito por Lizete Ribeiro e Caio Calfat: A edição 2024 do ADIT Share, será realizada no Tauá Resort Atibaia, no interior paulista.
Mediado por Marcos Ravagnani, Gerente de desenvolvimento de negócios da RCI, o bate-papo começou com o tradicional momento de apresentação e compartilhamento de trajetórias profissionais para em seguida, darem início ao tema com a primeira fala de Lizete Ribeiro: “Para entrar no negócio de timeshare, decidimos entrar de cabeça para entender a mecânica e como o negócio funciona. Trata-se de um mercado extremamente aberto e é uma coisa completamente diferente da hotelaria tradicional e dependente ao mesmo tempo da hotelaria tradicional”.
Luiz Fernando Mathia relembrou um bate-papo com Alceu Vezozzo, da rede Bourbon: “Eu tive a sorte de começar a trabalhar no timeshare depois de ter trabalhado nas áreas de operação hoteleira. O senhor Alceu, em uma conversa comigo, me fez ter consciência do quanto eu me preocupava com o hóspede, com o cliente. Hoje eu passo para as equipes, que entreguem para o cliente exatamente o que descreveram. É algo que nunca perdi”.
Para Felippe Wildhagen, a introdução no tempo compartilhado foi uma revelação completa: “Tive grandes pilares que me ensinaram muito, colegas da indústria, e trabalhei com grandes players desse mercado. A Aviva, nem preciso falar do poder da experiência. Na Bourbon, o timeshare começou em 2019 e o projeto está indo para três anos. Não era o core original da rede, mas o timeshare veio não para ser um produto de volume e sim de diferenciação e a nossa expectativa é surpreender nosso cliente, esse é o caminho que estamos trilhando no momento atual”.
Troca de informações
Ravagnani quis saber então se os convidados têm alguma prática trazida de outras vivências, em outras companhias dentro e fora do País. Mathia revelou que a pesquisa sobre o mercado, no seu caso, trouxe cases de fora, em destinos como o Caribe por exemplo. “É claro que servem como referências mas temos de ter cuidado para não trazer coisas que não cabem em nossa realidade. São referências que causavam uma certa preocupação de trazer para o Brasil. O mercado hoje está muito aberto, trocamos ideias, aprendemos uns com os outros. É claro que temos que tomar cuidado, contar com alguns filtros, pois sempre temos que considerar as dificuldades que podem surgir, mesmo com a manutenção dos bons níveis de resultados”.
Wildhagen observou: “É uma indústria com um produto extremamente complexo. A venda é a ponta do iceberg e a governança é fundamental. Com a economia que temos no País é difícil termos uma previsibilidade do que pode acontecer. Trazendo um pouco da experiência do Bourbon, uma rede com marca consolidada, aconselho que é preciso tomar cuidado com a réplica das práticas. Primeiro deve-se entender o objetivo de cada um. A estratégia é focada na qualidade em vez da quantidade. Distrato em volumes altos vão contra isso. A qualificação do cliente para fidelização e continuação da percepção dos atributos da marca é uma preocupação constante.
Temos a referência da Disney, do mercado mexicano, dos players brasileiros que fazem um excelente trabalho, então temos que olhar para tudo isso. Enfim, eu vejo que cabe uma reflexão grande e é impossível ter um produto de qualidade sem a troca de experiências e a humildade de estar sempre aprendendo”.
Descobrindo talentos
Ravagnani pediu que os convidados falassem sobre suas visões de treinamento e descoberta de talentos. Mathia afirmou que, todos que entraram nesse segmento, o fizeram pela venda. “Acabamos tendo um grupo sem plano de carreira, nenhuma empresa, nenhum incorporador fez um planejamento dentro desse contexto. Pensamos, enquanto eu estava no Grupo Ferrasa, em 2015, de descobrir talentos internamente. Falta um plano de carreira e fazer planos para esses profissionais, desde o marketing até o processo de sala, consultor, gerente, entre outros. Na minha visão temos formado no atropelo, meio que pela demanda, pela necessidade, mas hoje vejo que podemos sair daqui com esse compromisso, de pensar em carreiras”, afirmou o executivo.
Felippe Wildhagen compartilhou: “O risco de buscar talentos fora é o vício. A curva de aculturamento é muito grande. Ter um colaborador que destoa de nossa cultura não faz sentido. Um bom projeto começa na estruturação e capricho do processo de recrutamento e seleção de novos talentos. A indústria busca o profissional que performa mais e deixa a questão de valores para o segundo plano. Na Bourbon a prioridade é colocar as pessoas certas nos lugares certos. Queremos profissionais com sede de vencer, ética e respeito pela cultura da empresa. O terceiro pilar é a técnica. A preocupação é não ter profissionais que possam trazer efeitos negativos para o produto. Nosso foco é desenvolver pessoas, como já mencionado, a premissa é trabalhar orientado na qualidade, sustentabilidade e perenidade de nosso projeto”.
