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Turismo no Brasil está muito aquecido e alavanca a economia

A demanda reprimida em razão da pandemia da COVID-19, fomentou todos os 52 setores ligados ao setor de turismo

Bons ventos estão soprando no turismo brasileiro o que levou para bem longe os impactos da pandemia da COVID-19. De acordo com dados mais recente do Ministério do Turismo, nos cinco primeiros meses de 2023, o Brasil já recebeu mais de 2,97 milhões de turistas internacionais – número 108% maior do que o registrado no mesmo período de 2022.  Somente em maio, mais de 292,3 mil visitantes de outros países entraram nos destinos brasileiros, quantitativo 44,5% maior do que em maio do ano passado. Boa parte desses turistas internacionais que entraram no Brasil vieram da Argentina (1.242.860). Em seguida, aparecem os Estados Unidos, com 271,1 mil visitantes; e o Paraguai, com 215,5 mil turistas. Completando os cinco primeiros do ranking, aparecem Chile (197.826) e o Uruguai (184.947). Os estados brasileiros por onde mais entraram os viajantes internacionais foram São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.

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Nesse período, os turistas estrangeiros deixaram no país US$ 567 milhões. O número já é o maior volume para o mês da série histórica registrada pelo banco desde 1998. No ano passado, o gasto desse público no mesmo período foi de US$ 373 milhões. No acumulado do ano, os visitantes internacionais já injetaram US$ 2.721 bilhões (cerca de R$13 bilhões) na economia brasileira, 35,9% a mais do que o ano passado.

Outro resultado bem otimista do setor foi divulgado recentemente pelo Conselho de Turismo da FECOMÉRCIO /SP – Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo, com base em informações do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Esse estudo aponta que, em maio de 2023, o setor de viagens teve um crescimento anual de 7,1%, e um faturamento de R$ 18,2 bilhões. Com o dado, o turismo apresenta o 26º mês consecutivo de variação positiva e, no acumulado do ano (de janeiro a maio), a alta foi de 13,6%. Os dados levam em conta os serviços de alojamento e alimentação; atividades culturais, recreativas e esportivas, locação de meios de transporte, agência de turismo, operadoras e outros serviços de turismo, transporte terrestre, aquático e aéreo.

O número de passageiros transportados por aeronaves supera o nível pré-pandemia (Foto – ThePixelman por Pixabay)

O número positivo foi trazido principalmente pelo transporte aéreo. Em maio deste ano, o faturamento do segmento foi de R$ 5,88 bilhões, o que representa uma alta de 12% na comparação ao mesmo período de 2022. O número de passageiros transportados por aeronaves supera o nível pré-pandemia (2019). Em maio, foram 7,29 milhões de passageiros, o mais alto desde 2015, segundo levantamento da ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil. Já o grupo de transporte terrestre apontou um crescimento de 0,8% e faturou R$ 2,94 bilhões. Além do aumento da oferta, a redução da tarifa média, que passou de quase R$ 700, no ano passado, para R$ 550, em maio de 2023, impacta diretamente o setor. Na avaliação da FECOMÉRCIO/SP, a tendência é de continuidade do crescimento nos próximos meses, uma vez que há condições mais favoráveis para os investimentos das companhias, com combustível e dólar relativamente mais baratos.

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Temporada dos cruzeiros marítimos

Outros setores também passam por um momento positivo, com destaque para os cruzeiros marítimos. Com quase sete meses de duração, a temporada de cruzeiros 2023/2024 deve ser a maior dos últimos anos. A expectativa da CLIA Brasil – Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos é que o segmento seja responsável por injetar R$ 3,9 bilhões na economia do País e deve gerar 48 mil empregos. A estimativa tem como referência o aumento da oferta de roteiros: serão 203 envolvendo dezenas de destinos nacionais, além de mais de 840 mil leitos para os passageiros. Ao todo, serão nove navios que partirão dos portos de Itajaí (SC), Maceió (AL), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Santos (SP), além do estreante Porto de Paranaguá (PR) e percorrerão por 203 roteiros (crescimento de 10%), com 728 escalas (5% de aumento).

A Temporada 2023/2024 também reforça o retorno do Brasil como rota de importantes companhias marítimas internacionais, com 35 navios de longo curso, que farão paradas em 45 destinos localizados em 15 Estados brasileiros, como Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Rio Grande do Sul. No total, serão 19 destinos, nacionais e internacionais. Os navios passarão por Angra dos Reis, Balneário Camboriú (SC), Búzios (RJ), Cabo Frio (RJ), Fortaleza (CE), Ilha Grande (RJ), Ilhabela (SP), Ilhéus (BA), Porto Belo (SC), Recife (PE), incluindo Buenos Aires (Argentina), Montevidéu e Punta del Este (Uruguai), assim como por portos de embarque e desembarque, além da possibilidade de escalas-teste em Penha e em São Francisco do Sul, em Santa Catarina, e do trabalho um pouco mais de longo prazo para viabilizar outras cidades, como Vitória (ES).

O MSC Fantasia é um dos navios cruzeiros que vão estar operando no Brasil na temporada 2023/2024 (Foto – Divulgação)

Finalizada em abril, a última temporada de cruzeiros transportou cerca de 700 mil cruzeiristas, que injetaram R$ 3,6 bilhões na economia, crescimento de 240% em relação a temporada anterior (2021/2022). O valor estimado engloba tanto os gastos diretos, indiretos e induzidos das companhias marítimas, quanto os gastos de cruzeiristas e tripulantes. “Depois de 2022/2023 se consolidar como a maior dos últimos dez anos, a temporada 2023/2024 com certeza será outro recorde, mantendo a indústria de cruzeiros em um caminho ascendente, até superarmos os 805 mil cruzeiristas de 2011/2012. Quando a indústria de cruzeiros cresce, impacta positivamente a economia do país, as comunidades envolvidas na atividade e toda cadeia de turismo, como agências de viagens, operadoras de turismo, hotéis, gastronomia, entre outros setores, disse Marco Ferraz, Presidente da CLIA Brasil.

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Locação de carros em alta

O crescimento nas locações de carros também demonstra o crescimento do setor turístico no Brasil. De acordo com a ABLA – Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis houve crescimento em torno de 18% na procura pelo aluguel de carros nas férias de julho, na comparação com a baixa temporada.  Conforme a entidade setorial, além da região Nordeste, São Paulo, Minas e Santa Catarina foram os estados que apresentaram os principais aumentos de demanda na temporada de meio de ano.

As boas expectativas também levam em conta o aquecimento do turismo desde a retomada pós-pandemia, bem como a mudança no comportamento dos viajantes em busca de alternativas. “Os preços das passagens aéreas subiram nos últimos anos e seguem altos. Isso acaba estimulando o uso do carro para viagens de férias, principalmente as de médias e curtas distâncias”, avalia o Presidente da ABLA, Marco Aurélio Nazaré. Segundo ele, em termos nacionais, as mais recentes estatísticas do setor mostram que o turismo de lazer já é responsável pela demanda de 32% da frota total das locadoras, que ao final do ano passado, chegou a 1.434.299 automóveis e comerciais leves. Somada ao turismo de negócios, o índice avança para até 48% do uso dos veículos das empresas de locação.

Seja ao ar livre ou em locais fechados, os eventos fomentarão a economia da cidade de São Paulo (Foto – Daniel Deák/SPTuris)
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Impacto no setor de eventos

Com a demanda reprimida, a retomada de eventos está muito intensa e esse setor impacta mais de 50 outros da economia. A cidade de São Paulo representa grande parte dos eventos que acontecem no Brasil e com isso, a UBRAFE – União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios, em parceria com a SPTuris – São Paulo Turismo criaram o Barômetro Eventos B2B. Esse é um levantamento quantitativo sobre o setor de Eventos com foco na geração de negócios – feiras, congressos e convenções. Nesse ano, a expectativa é que sejam realizados, pelo menos, 1.500 eventos B2B de porte grande e mega, nas principais venues durante o ano e, que poderão atingir 12 milhões de visitantes na capital paulista – número igual ao atual número de habitantes. Com toda essa movimentação, a entidade estima receber uma média de 4 milhões de turistas de negócios (30% do total de participantes), somente nos eventos realizados nas principais venues. Considerando que cada turista deva passar em média três dias na capital e investir cerca de R$ 3,5 mil em transporte, alimentação e hotel, a cidade de São Paulo deverá ter um impacto de R$ 14 bilhões somente com o turismo de negócios relacionados com os eventos B2B. “Se as projeções forem alcançadas, e estamos trabalhando arduamente para isso, o impacto estimado será de R$ 14 bilhões. Se somarmos a isto os gastos de quem já vive aqui em São Paulo e participa de eventos com foco em negócios – uma média de R$ 500 por pessoa -, seríamos capazes de acrescentar mais R$ 4 bilhões na economia. O impacto total dos eventos B2B na cidade de São Paulo em 2023 pode chegar, então, a R$ 18 bilhões, ou seja, superando os valores pré-pandemia”, informou o Diretor-executivo da UBRAFE, Paulo Octávio Pereira de Almeida.

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Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 31 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.

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