Skal SP promoveu evento sobre distribuição de hotéis e tendências
A venda de uma diária por uma OTA pode representar até 35% de custo ao hotel
O Skal São Paulo, um dos mais atuantes clubes da indústria do turismo no Brasil, promoveu agora há pouco no hotel Pestana São Paulo, um evento para o mercado entender as tendências da distribuição de hotéis. Com o tema Inovação e Distribuição de Hotéis: Mitos e Verdades, o evento atraiu renomados Diretores e gestores hoteleiros. O moderador foi Paulo Salvador, experiente profissional com atuação em distribuição e vendas de hospedagem em várias redes hoteleiras. Luis Ferrinho, Presidente da Omnibess e da Bee2Pay Travel Solutions e Gustavo Jarussi, Diretor de operações dos hotéis Pestana para o Brasil e a Argentina, foram os debatedores.
Paulo Salvador iniciou sua apresentação destacando as principais linhas de custo de um hotel que são: folha de pagamento, fees de operadora, concessionarias, IPTU e a distribuição. “Uma venda de uma diária pode representar até 35% de custo deixado pelo caminho. Mas isso não é somente a comissão, pois é necessário analisar todo circuito que esse quarto passa para ser promovido até o hóspede chegar dentro dele. Esse custo nas companhias aéreas está em torno de 6 a 8% da distribuição”, lembrou Paulo.
Ele mostrou a evolução das vendas das diárias hoteleiras, incluindo uso de fax e hoje tem mais de 300 canais disponíveis no mercado. Mas com isso foi criado camadas de intermediários e o custo foi aumentando. E ele enfatizou o que acha do futuro da distribuição e as novas apostas são: a chegada de novos gates keespers, a jornada do cliente cada vez mais end-to-end, grandes redes fortalecem suas linhas de defesa, novos inventários e novos conceitos de hospedagem, como o Short Term Rental que ganha cada vez mais força no mercado. E eles fez algumas provocações para ser debatidas como: É possível gerenciar sozinho a distribuição, isso é coisa de reserva on line, como vender direto eliminando OTAS, é coisa de Revenue Manager e se dá para improvisar a tecnologia.
Jarussi tomando a palavra disse que cada atividade e solução que chega aos hotéis tem um custo. “No início o Pestana desenvolvia as vendas através de site, mas ficou mais caro e a solução. Ao colocar novos fornecedores, se deve tomar cuidado para eles não fazerem o mesmo trabalho e se as soluções não estão colidindo”, mencionou Jarussi.
Luis Ferrinho, lembrou que o mundo está sofrendo rápidas transformações e alguns são preocupações reais dos hoteleiros, como custo de distribuição. “Eu acredito que o custo de distribuição hoteleira não vai diminuir a patamar de 8% como acontece nas companhias aéreas. Existe um conjunto de empresas fazendo essa intermediação, assim como programas de fidelidade, entre outros. É necessário conviver com esse custo de distribuição. As OTAS é que dão visibilidade numa busca na internet. Não deve ter expectativa de custo de distribuição hoteleira menor que 25%, pois a estrutura das OTAs é muito grande e cara. Os hotéis tem que saber fazer a gestão de distribuição. A inteligência artificial talvez possa mudar um pouco essa realidade, mas por enquanto são hipóteses”, assegurou Ferrinho.
Jarussi mencionou que o custo de distribuição faz parte das estratégias dos hotéis, mas o cuidado que se deve ter é não ficar concentrando toda a venda nas OTAs e os hotéis devem buscar novas opções de distribuição. “Eventos apresenta muitas reservas diretas e isso dá maior rentabilidade aos hotéis. A página do hotel no imaginário das pessoas sempre tem a melhor tarifa”, disse Jarussi.
Paulo Salvador entrou no debate destacando a inteligência de margem de contribuição, com uma conexão com boa tecnologia direcionada a um canal que tem uma margem menor e citou a B2B e a Onmbees como disruptivas e redução de canais de distribuição.
Em relação ao Revenue manager, Ferrinho destacou que as regras são realizadas pela área comercial. “Às vezes é mais lucrativa uma reserva direta do corporativo do que a Booking. Hoje é possível fazer revenue manager real com demanda de picos durante o ano todo. Tem que começar a usar essa tecnologia que é um grande suporte para a área comercial. O mundo mudou e esse modelo de distribuição no Brasil consegue atender bem a demanda e o Brasil possui um dos mais variados modelos de distribuição hoteleira no mundo, concluiu Ferrinho os debates que também teve perguntas dos convidados.