A Resorts Brasil – Associação Brasileira de Resorts concedeu uma entrevista coletiva agora há pouco, logo após o HUB Resorts Brasil que aconteceu nessa quinta-feira, dia 1º de dezembro, no Pullman Vila Olímpia, em São Paulo. O objetivo foi divulgar o foco da entidade na sustentabilidade ESG, tendência mundial dentro do mundo corporativo e também revelar detalhes sobre os próximos movimentos da associação em 2023, além da recém firmada parceria com a Equipotel.
Marcelo Picka, Presidente da Resorts Brasil, iniciou falando sobre a retomada do setor de lazer, incluindo resorts, no pós-pandemia. “O impacto foi sentido até mais forte. Durante a pandemia, todos nós fomos afetados e o impacto foi geral. No ano de 2022 ainda temos pessoas que possuem insegurança em viajar para fora. Temos um desempenho melhor em termos de ocupação e receita, a diária média acompanhou – e os custos também. A inflação sobretudo em A&B acabou achatando a nossa margem. A dificuldade no treinamento da mão de obra também foi sentida. Se colocarmos na ponta do lápis o quanto foi gasto com ações de restrição, teremos um número robusto, que impacta no resultado. Campos de Jordão ainda mantém decreto que exige algumas ações restritivas.
Temos conversado sobre 2023, ainda acreditamos que será melhor ainda. O corporativo ainda não está totalmente de volta. Entendemos que os produtos que tem potencial para eventos, conseguiram bom desempenho, com atividades muito ricas e interessantes, com a tecnologia como aliada e onde se concentram bons investimentos. O brasileiro redescobriu o Brasil e parte disso é ‘culpa’ dos resorts. A estrutura também está boa. O ano que vem deve manter bons números”.
Carlos Jacobina, Gerente geral do Novotel Itu afirmou que: “As equipes estão mais produtivas, apesar do apagão, melhoramos muito em produtividade. Nossos processos se simplificaram muito. Desengavetamos em tecnologia, vemos investimentos surgindo cada vez mais. Hoje temos processos novos então, tenho certeza que 2023 será muito positivo. No entanto, concordo com o Marcelo no tocante as margens”.
Virada de chave
Sergio Souza, Diretor comercial do Casa Grande Hotel enfatizou: “Nada é por acaso. A virada de chave na tecnologia acontece em um momento oportuno. Hoje podemos oferecer mais do que o Airbnb, e há a retomada da hotelaria que é muito importante. A indústria hoteleira demora para reagir devido a sua proporção, trata-se de uma indústria grande.
O Casa Grande Resort vive um momento de reformulação. Temos espaços para ser inaugurados. Eventos já voltamos 75% do total. Para o ano que vem, já vendi 75% em relação ao mesmo período do ano passado. O trânsito, se vocês observarem, já está caótico, o que demonstra o fim do home-office. É um desejo das empresas e das pessoas também. O evento híbrido deve permanecer como solução para algumas coisas, mas deve diminuir drasticamente. O ano que vem promete, teremos sete feriados prolongados, imagine. Então para o ano que vem as perspectivas são as melhores. Uma coisa que mudou e que foi uma oportunidade foi o reposicionamento de nossas diárias. Melhoramos nossos serviços em contrapartida, obviamente. Estamos conseguindo ter uma precificação melhor, com evolução do público internacional. Outra coisa que percebemos é que, estão surgindo novos empreendimentos no Brasil, uma quantidade espantosa. Isso fomenta o turismo interno e acho isso positivo”.
Ocupação
A ocupação, segundo Marcelo Picka, fez com que “os nossos resorts associados, que dependem do aéreo, ou seja, que não são compras de impulso, mantiveram a linearidade por conta do planejamento antecipado e ações como a Black Friday”. Ana Biselli complementou: “Nossa ação Resort Week também é assertiva para esse movimento”. Jacobina pontuou que a pandemia e consequentemente, a boa ocupação no arrefecimento da COVID, obrigou o hoteleiro a reaprender o diálogo com o cliente.
Novo perfil do consumidor
Sergio Souza observou: “A pandemia revelou para muitos o quanto somos mortais. Percebemos que as famílias estão dando mais importância para a criação de novas recordações. Por outros lado, os nossos produtos estão recebendo mais eventos de bleisure (business+leisure), com as famílias participando mesmo que indiretamente dos eventos que as empresas promovem nesses resorts. Tudo isso mudou inclusive a maneira como atendemos o hóspede. Trata-se de um novo perfil de hóspede e ressignificar esse processo é essencial para o nosso mercado”.
Novos esforços no encantamento do hóspede
Ações para o progresso do mercado também foram abordadas dentro da coletiva: “Os dados há dez anos, não existiam. Costumávamos telefonar para os hotéis para descobrir a sua ocupação. Chegamos a sentar em praça e ver quantas janelas estavam acesas nos hotéis. O dado hoje é crucial para o exercício da hotelaria. Temos a STR, temos o Radar Resorts Brasil, que é uma fonte riquíssima de dados, com robustez. Isso é mais um exemplo do nosso esforço, hoje temos até dados diários para trabalhar. A STR hoje tem dados muito precisos na hotelaria dos Estados Unidos, eles sabem apontar até a marca de refrigerante mais vendida por andar de hotel, por exemplo”, relatou Marcelo.
Segundo Ana, “definindo estratégias, a gente pega um dos temas (que ainda serão definidos) no qual serão medidas as métricas, fazendo com que o associado evolua cada vez mais. Como mencionado em nosso encontro, o importante no exercício de um empreendimento não é quanto ele está atrasado, andando para frente ou para trás. O problema é ele estar estacionado”.
Nova parceria
Daniel Pereira, Gerente da Equipotel, que é mantenedora da Resorts Brasil, comentou sobre a parceria com a Resorts Brasil, anunciada na coletiva: “Conseguimos consolidar que a indústria que circula dentro da Equipotel estivesse mais próxima do mercado de resorts. A parceria com a Equipotel vem sendo planejada há algum tempo e a feira vem com essa base de oferecer, cada vez mais, soluções e inovações para a indústria da hospitalidade em três pilares: Conteúdo, Inovação e Educação. Trata-se de uma parceria que torço para que seja duradoura”.
Para Marcelo Picka, “a indústria da hospitalidade começa na Equipotel. Hoje podemos dizer que a Equipotel é uma ponta desse processo. Na Equipotel, se encontram todas as soluções e produtos para hotéis e resorts. Temos uma sinergia gigantesca com a feira por enxergarmos os mesmos valores do evento”.
