Marta Poggi revela tendências em palestra no 8º Turismo no Luxo
No primeiro tema abordado da 8ª edição do Turismo no Luxo, realizada nesta terça-feira, dia 28 de março, no Centro Universitário Belas Artes, no Shopping Cidade Jardim, Marta Poggi, palestrante internacional e especialista em tendências de turismo, apresentou a palestra “Tendências e Inovação para Transformar o Turismo”. Marta iniciou dando um panorama do mercado de turismo de luxo e compartilhou algumas análises. “Em 2020 começávamos dizendo que o luxo mudou, que os viajantes não procuravam mais as hospedagens pela estética e sim pelas experiências únicas e individuais. O Turismo 4.0 já estava baseado nesses valores. Veio a pandemia e imaginávamos que nunca mais trabalharíamos no segmento, mas vimos que o luxo e o turismo de uma forma geral, se deparou com um cliente que valoriza práticas ambientais e sociais. Ele se tornou mais exigente.
O cliente quer saber tudo, não dá mais para ‘empacotar’ como fazíamos antes. O cliente está mais digitalizado, não abrimos mão de comunicação rápida e atendimento, sobretudo no segmento de luxo. Outra coisa foi a quebra de paradigmas, com plataformas como o Tik Tok, que ainda é alvo de preconceitos, mas cujas principais empresas do segmento já divulgaram suas estratégias por meio da ferramenta. Isso é quebra de paradigma. As pessoas acham que é só dancinhas, coreografias e não, isso mostra como devemos correr para acompanhar as mudanças. Experiências de bem-estar, aromaterapia, bem-estar, principalmente com alimentação. Também estamos falando de alimentação, com tours de bases comunitárias, que proporcionam mais sobre a experiência no destino.
Também estamos falando de exclusividade, e é por isso que as experiências são tão valorizadas hoje. Seja em uma oficina de cerâmica ou workshop de vinhos, queremos ter mais repertório e coisas para compartilhar. A gastronomia e a personalização extrema são essenciais, o viajante gosta de sentir que os roteiros foram elaborados especialmente para ele”.
Caça de trufas na Itália
Marta também ressaltou que hoje o orçamento está mais flexível. “55% dos clientes preferem comprar com agências em nome da comodidade. Também preferem vilas, casas isoladas, e viagens em grupos. Aluguel de barcos, hospedagens em ilhas, enfim, hoje as opções são inúmeras. As experiências hoje são super experiências, feitas a mão, com amenidades exclusivas e curadoria de experiências, é isso que as pessoas querem hoje”.
A palestrante mostrou ainda ‘cases’ como a caça de trufas na Itália seguida do preparo da refeição. “O Copacabana hoje está oferecendo café da manhã no Cristo, ou um jantar no Aquário para famílias, que é fechado só para convidados. São momentos que ficarão guardados na memória para sempre. Hoje o propósito vem forte, e esses viajantes querem experiências que revelem que eles são. Bem antes da pandemia, já existiam pesquisas do Airbnb, que mostravam que os jovens já preferiam gastar com experiências do que com bens. Antes buscávamos conhecer lugares e hoje aprendemos que podemos nos divertir na nossa própria cidade ou dentro do nosso País. É possível ter experiências bacanas.
A sustentabilidade é de fato um divisor de águas e empresas que não enxergam isso vão ficar para trás no mercado. Pesquisa da Booking mostra que a grande maioria está disposta a pagar mais por viagens mais sustentáveis. Resorts na Tailândia oferecem pacotes que contribuem com projetos de defesa dos animais. Essas práticas estão ligadas com os novos valores dos viajantes. É mais ou menos como ter a sensação de gastar mas ao mesmo tempo, fazer o bem”.
