Terminou há instantes, no hotel Renaissance, localizado na capital paulista, o painel “Investimento em hotéis – Oportunidade ou problema?”, que discutiu os principais temas sobre o assunto e reuniu diversos executivos do ramo de hotelaria. O painel faz parte do evento Brazil GRI 2013, que conta com o apoio de mídia da Revista Hotéis.
A palestra contou com a participação de André Monegaglia, representando o FOHB (Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil), Fernando Feller – Diretor executivo do Grupo Feller, Paula Muniz – Vice Presidente de desenvolvimento da Hilton Wordwide, Luís Pimentel da Starwood Capital e Salo Smaletz – Vice Presidente de Desenvolvimento da rede IHG.
Dando início às discussões, Salo Smaletz falou sobre a importância de analisar o investimento hoteleiro não como um problema, mas como uma grande oportunidade, porem que possui grandes desafios. “Para nós da IHG, o investimento hoteleiro não deve ser visto com um olhar pessimista, mas sim, como sendo um investimento que represente boas oportunidades”.
Paula Muniz iniciou sua fala comentando sobre a história do hotel Hilton São Paulo, que possui 11 anos de operação e que foi implantando em meio a superoferta hoteleira naquele momento. De acordo com ele, o investimento hoteleiro deve ser olhado de maneira positiva. “Devemos analisar o investimento hoteleiro com muito cuidado. É muito difícil encontrarmos um valor de terreno interessante, o financiamento também é um grande entrave para o desenvolvimento. Ao mesmo tempo em que onde você esta em um mercado aberto para novas oportunidades, as possibilidades de se desenvolver hotéis é quase nula, principalmente para desenvolver novos hotéis. A falta de financiamento é um dos principais fatores que dificultam a construção de novos hotéis. É muito difícil hoje em dia encontrarmos bons terrenos. E a concorrência com outros negócios imobiliários também dificultam”.
André Monegalia pontuou sobre os principais riscos no investimento hoteleiro, que na visão dele, é um negócio de longo prazo para o investidor. O executivo também levantou a questão do financiamento de novos hotéis. “O veículo ‘fundo imobiliário’, é específico para o desenvolvimento de um hotel, por isso, o investimento em hotelaria requer inteligência”, alertou.
Para Fernando Feller, “O cenário atual, verificamos o desenvolvimento desenfreado de hotéis, que na minha opinião, se não forem realizados de maneira correta, estarão fadados ao fracasso. Para o incorporador não há ausência de fanding, mas sim, falta de estruturadores de hotéis”, analisou.
Luis Pimentel falou sobre o que os investidores buscam ao aplicar recursos em novos hotéis no Brasil. “Ainda investimos em hotéis no Brasil muito menos do que gostaríamos. Quando investimos em novos empreendimentos, esperamos um retorno de acima de 20%, por isso, sempre contratamos estudos de mercado para sabermos onde será melhor investir”.
O BNDES foi um dos mais citados durante o painel, na visão dos painelistas, a disponibilização dos recursos através desses recursos é muito difícil, justamente pelo fato dos analistas de credito da instituição não conhecerem o mercado hoteleiro. “É muito comum sentarmos na mesa de um analista do BNDES e notarmos o desconhecimento do mercado hoteleiro”, afirmou Monegaglia.
Os condo hotéis também fizeram parte dos assuntos do painel, na visão de Paula Muniz, “A venda de condo hotel esta completamente atrelada ao sucesso dos hotéis que possuem bons resultados. A longo prazo, o modelo do condo hotel é muito perigoso. O que ocorre é que o investidor compra um negócio de longo prazo, com o pensamento de que ele é de curto prazo, por isso o condo hotel deve ser avaliado com cautela”, pontuou. Ainda de acordo com a executiva, o mercado hoteleiro não é sofisticado no Brasil, de acordo com ela, existem muitos investidores buscando investir neste nicho de mercado no Brasil, porém eles precisam competir com os condohoteis.
