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Design de interiores é peça-chave para o sucesso dos hotéis

Do projeto a inauguração, especialistas revelam desafios e melhores práticas na concepção de um empreendimento hoteleiro

O processo de desenvolvimento de um empreendimento hoteleiro é complexo e obedece rigorosos padrões – internacionais, no caso de redes com atuação global – ou desenvolvidos com a ajuda de profissionais a partir de diferentes pesquisas e estudos acerca da região onde o hotel será implantado, categoria e segmentação. Um hotel de uma bandeira econômica localizado em um determinado bairro não terá a mesma abordagem de um outro, da mesma marca e categoria, localizado em um centro de negócios ou próximo a um aeroporto, por exemplo.  A criação de um projeto de interiores na hotelaria nunca é tarefa fácil, pois as tendências mudam quase que na mesma velocidade com que avança a tecnologia e o que pode parecer bom e funcional para uma rede, pode não cair no gosto dos brasileiros. Além disso, um design ultrapassado impacta nos serviços prestados pelo empreendimento e no seu marketing frente a um mercado onde a concorrência é acirrada com players que são verdadeiros gigantes da indústria.

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O design de interiores também deve atender os padrões da marca ou proposta do empreendimento, o orçamento, e a missão da hospitalidade, que é entre outras coisas, garantir a melhor experiência ao hóspede e a sua fidelização. Outro fator a ser ponderado é que, do projeto, passando pela execução e chegando a inauguração do produto, leva-se em torno de três anos e é preciso antever certas tendências para que o hotel não abra as portas já obsoleto. Portanto, se engana quem pensa que o trabalho termina com o início da operação. Quanto tempo dura uma decoração de quarto? Como antever essas tendências? Qual a relevância do design na tomada de decisão do viajante? Como a tecnologia colabora com o design de um quarto? Qual o limite para a ‘tropicalização‘ dos padrões de marcas consagradas na Europa e nos Estados Unidos? Como inserir a identidade de um destino no projeto do hotel?

Eduardo Manzano: “O design tem papel primordial na escolha dos hóspedes” (Foto: Divulgação) 
Escolhas corretas fazem a diferença

Para Eduardo Manzano, arquiteto do EMDA Studio, em São Paulo e experiente no segmento hoteleiro, tendo participado de projetos de hotéis para grandes redes internacionais e empreendimentos de renome no Brasil, “Os principais elementos devem estar ligados à operação hoteleira e a experiência dos hóspedes. Hoje em dia, com o acesso mais fácil a mobiliário e tecnologia de primeira linha, fazer as escolhas corretas podem fazer toda a diferença”.

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Manzano explica que “o design tem papel primordial nas escolhas (dos hóspedes). As OTA’s como TripAdvisor, Booking, Trivago, etc…) disponibilizam às vezes dezenas de imagens dos empreendimentos que, junto com os comentários dos hóspedes, facilitam a decisão da escolha. Atualmente existem competições de “Instagrabilidade” dos hotéis em todo o mundo e o Design tem papel fundamental na composição dos cenários”.

Interior do Sanma Hotel by Nobile, um dos projetos assinados por Eduardo Manzano – (Foto: Arquivo Pessoal)
De olho nas tendências

Eduardo Manzano também opina sobre como o profissional de interiores pode se manter atualizado e a ‘lição de casa’ obrigatória para quem está ingressando na hotelaria. “O profissional de projeto, além de ter especialização ou experiência na área de arquitetura hoteleira, tem que estar atualizado com as tendências, tendo participado de ‘summits’ internacionais que semestralmente ocorrem, proporcionados pelas próprias redes hoteleiras. Ao mesmo tempo, participar de feiras como a HDExpo, de Las Vegas e a BDNY, de Nova York. Isso lhe proporciona atualização em relação aos produtos e tendências, a primeira para a hotelaria midscale e a segunda para a hotelaria upscale e luxo”.

O Hotel Nacional, no Rio de Janeiro, foi um dos destaques na carreira de Eduardo Manzano (Foto: Divulgação)

Com mais de 35 anos de trajetória na hotelaria, Manzano revela qual o projeto que mais o desafiou e lhe trouxe realização. “Entre mais de cem projetos, acredito que o Hotel Nacional foi o grande case de nossa carreira. Em companhia com o arquiteto Marcos Leite Bastos, encontramos um edifício histórico, um dos poucos projetos de hotéis de Oscar Niemeyer, em ruínas, fechado há mais de 20 anos, e criamos um dos melhores empreendimentos do Rio de Janeiro. Se executado completamente, teríamos mais de 80.000m² de área construída e a curva de aprendizado, mesmo com toda a nossa experiência, foi fundamental para o sucesso do projeto”.

Sustentabilidade é a ordem do dia

Uma nova ordem mundial vem ganhando cada vez mais espaço nos fóruns de hotelaria e na tomada de decisão do hóspede: a sustentabilidade. Selos verdes hoje são essenciais para a competitividade deste mercado e esse é um ponto sem retorno. De acordo com o arquiteto, “Reza a lenda que as empresas começaram a acordar para esta questão após críticas de hóspedes reclamando que não havia lixeiras separadas nos apartamentos. Brincadeira a parte, é impossível pensar em um componente hoteleiro sem levar em conta os pré-requisitos de sustentabilidade ou até processos ESG. Felizmente temos acesso a itens que vão desde materiais de uso reciclável até o uso de energia solar e reuso de águas, mesmo em hotéis econômicos. Além do mais, a sustentabilidade passa por todos os setores, desde a limpeza, passando pela cozinha e finalizando na manutenção do empreendimento, piscinas e jardins”.

Sobre a padronização das marcas, Manzano ressalta: “Hoje as redes estão muito mais flexíveis do que há dez anos. A regionalização dos projetos passa a contribuir para a própria Guest Experience. O hotel precisa ‘pertencer’ ao lugar onde ele está inserido. Um empreendimento no Recife, não pode ter a mesma cara do que um hotel em Porto Alegre. No entanto, todos os standards de segurança precisam ser mantidos em função da normatização de life & safety das companhias. Saber interpretar essas normas, concomitantemente com as normas locais (nacionais, estaduais e municipais) faz parte da arte de se projetar um hotel eficiente.

Projetar hotéis não é uma tarefa fácil e engana-se quem pensa que os empreendimentos são um conjunto de quartos e áreas comuns ‘descoladas’. Eu sempre comparo esse negócio a indústrias onde temos diversos setores em comuns só que ao invés de termos produtos acabados tangíveis (um carro, por exemplo), o produto final é a tal Guest Experience ou Experiência do Hóspede, que é quase tangível. Este é o grande desafio: fazer um projeto que faça o hóspede se transportar, mesmo que por um dia, para um lugar prazeiroso, inesquecível e que faça ele querer retornar. E não importa se estamos falando em um resort ou um hotel de negócios”.

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Cada hotel tem a sua história pra contar

Melina Romano, arquiteta e fundadora do escritório que leva o seu nome, localizado na região central de São Paulo, começou a sua carreira desenvolvendo projetos residenciais. Com o tempo, conquistou novos mercados, inclusive o hoteleiro. “O primeiro hotel desenvolvido foi o yoo2, em 2014. Foi uma experiência rica, pois trabalhei com o escritório do Philippe Starck. Desde então, desenvolvemos diferentes projetos, lojas, restaurantes, hotéis, residenciais e corporativos. Com certeza, o hotel yoo2 foi um marco na minha carreira”, ela relembra.

Para Melina, o projeto hoteleiro “deve ter uma história para contar, um conceito que começa na comunicação, passa pelos ambientes e arquitetura até o serviço. Tudo deve estar relacionado, a comida, o cheiro, a bebida, o lençol, os amenities. O que as pessoas estão buscando é conexão e se a história for bem contada, ela se conectará automaticamente”.

Outro ponto em comum que ela compartilha com outros arquitetos que atuam no segmento, é a opinião sobre a padronização exigida pelas grandes marcas. “As redes internacionais entenderam que se diferenciar é preciso. Portanto, estão flexíveis a despadronização. Sempre que podemos, trazemos esse nosso olhar e normalmente é bem aceito por eles”. E conclui: “A sustentabilidade não deve estar apenas nos materiais, e sim no social, sustentabilidade social. São diversos fatores que podem e devem tornar o hotel sustentável. Se o início for o social, já é um grande passo”.

Regina Segui: “O design de interiores é um excelente aliado na experiência do hóspede e pode ser adaptado e conceituado a cada categoria do empreendimento” (Foto: Divulgação)
Design como aliado da experiência do hóspede

Nome de destaque no setor de implantações com foco na análise de projetos de arquitetura e interiores, criação de manuais, elaboração de padrões, compras corporativas, padronização de marcas, processos e procedimentos na indústria da hospitalidade, Regina Segui começou sua trajetória no Caesar Park e na Blue Tree Hotels, sendo convidada a seguir pela Atlantica Hospitality International, onde permaneceu por 19 anos e introduziu com sucesso o departamento de implantações da companhia.

Ela relembra: “Na época a Atlantica Hospitality tinha cinco hotéis em operação e entrei justamente para contribuir na análise dos projetos de arquitetura e de interiores, criar manuais, elaborar padrões, processos e procedimentos, além de especificar e homologar produtos e fornecedores para toda a rede.

Após oito anos na Atlantica Hospitality, tive um novo desafio de implantar um novo departamento, o de Produto e Suprimentos, onde implantei a plataforma de compras estratégicas, e a metodologia do Strategic Sourcing, responsável pelos processos de reforma de toda a rede desde a contratação do escritório de arquitetura até a análise e aprovação dos projetos de interiores. Além disso dava suporte para os hotéis em abertura com elaboração de toda lista de investimento com a especificação de produtos e fornecedores adequados para cada bandeira da rede. Hoje atuo como consultora nas áreas de compras estratégicas corporativas, reforma dos hotéis e implantação de hotéis com a experiência que adquiri. Como consultora atuo também no segmento de projetos residenciais com serviços”.

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Segundo Regina, “o design de interiores é um excelente aliado na experiência do hóspede e pode ser adaptado e conceituado a cada categoria do empreendimento. Além de um bom projeto, bem elaborado, com layout bem distribuído que tenha fluxo, é importante criar uma ambientação com cores, texturas e acabamentos que propiciam um ambiente agradável, descontraído, com aquela sensação de bem-estar e aconchego. O intuito é criar uma ambientação onde o hóspede ‘deseja estar’. Ele precisa se sentir único e ter momentos memoráveis e enriquecedores na sua hospedagem”.

Para ela, os padrões estabelecidos pelas redes e o design de interiores podem andar lado a lado na concepção de um empreendimento que una a tradição da marca com as características mais evidentes do destino. “Algumas bandeiras são bem rígidas em padrões internacionais, mas o design de interiores pode contribuir muito para termos um projeto bem elaborado com regionalismo de forma sutil e adequado aos padrões brasileiros, sem perder, é claro, a essência do padrão da bandeira internacional, que os hóspedes já sabem que vão encontrar. É muito interessante termos os projetos customizados e criativos, perdendo a rigidez e criando diferenciais entre os empreendimentos”, observa.

Hotéis na vanguarda

Sobre a atualização dos equipamentos, primordial para que os hotéis se mantenham bem posicionados e relevantes no mercado, Regina explica: “O período da reforma de um empreendimento gira em torno de cinco anos. Podem ser consideradas algumas peças soltas mais atemporais para que tenha mais tempo de uso, mas é interessante seguir algumas tendências com peças pontuais para que o empreendimento esteja sempre atualizado e na vanguarda.

Um ponto importante é que a decoração de interiores deve ser adequada a cada categoria de hotel, portanto é preciso estar atento às tendências daquela bandeira específica”, destaca.

No decorrer de sua trajetória, Regina tomou o cuidado de manter-se atualizada não apenas com as tendências mundiais do setor de projetos e interiores como também com a economia deste mercado, que também enfrentou desafios impostos pela pandemia. “O mercado já sente uma melhora significativa no fornecimento, mas temos produtos que ainda tem ruptura de fornecimento, aumento de preços e falta de matéria-prima, devido as oscilações do mercado nacional e internacional”, ela analisa.

Longevidade da decoração

Para Regina Segui, hotéis devem se manter atentos a necessidade de atualização. “O recomendado é que a reforma ocorresse a cada três a quatro anos, mas vai depender muito da situação da manutenção e conservação dos apartamentos. Existem casos em que os apartamentos são bem mantidos, mas desatualizados, precisando de uma renovação para se tornarem atrativos e mais competitivos no mercado, principalmente onde existem empreendimentos novos em sua cesta competitiva. No geral, os apartamentos renovados conseguem inclusive melhorar sua performance financeira com incremento da diária média”, afirma.

E conclui, destacando a relevância da tecnologia para o design do quarto e consequentemente, para a jornada do hóspede. “Trata-se de um ponto em evidência e cada vez mais presente em nossas vidas. A tecnologia deve ser considerada como uma grande aliada na decoração de interiores. Hoje ela abre um capítulo especial na jornada e experiência do hóspede como: abertura da porta pelo celular, espelhamento de conteúdo na TV, iluminação decorativa e cromática, utilização de dispositivos como o Alexa, automação de cortinas, som e iluminação, entre outros recursos que estão por vir.  A decoração de interiores deve considerar esses recursos como parte integrante do projeto”.

Thomas Michaelis: “A leitura panorâmica do lobby facilita a imediata compreensão dos espaços integrados, despertando o desejo ou a necessidade de sua utilização” (Foto: Divulgação) 
Inspiração e acolhimento

Essas (entre outras) são duas impressões que o arquiteto Thomas Michaelis destacou como sendo de extrema importância na mensagem que o projeto hoteleiro deve passar para o hóspede. Michaelis, que possui cerca de quarenta anos de carreira e mais de 130 projetos só na indústria da hospitalidade, é CEO e fundador da Michaelis Arquitetos, sediada em São Paulo.

De acordo com Thomas, um projeto hoteleiro deve “ter preocupação completa com o cliente, desde o momento em que ele entra no hotel. No início, o ambiente tem a missão de traduzir o espírito do produto de maneira adequada, e de preferência, surpreendentemente positiva. A leitura panorâmica do lobby facilita a imediata compreensão dos espaços integrados, despertando o desejo ou a necessidade de sua utilização. O cuidado com o cliente continua no trajeto dos elevadores e corredores para, finalmente, chegar ao quarto, onde novamente, a atmosfera criada pelo projeto alinhada como produto hoteleiro, tem o objetivo de trazer e inspirar um ambiente aconchegante e acolhedor”.

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Clima ao Vivo

O arquiteto explica que, para a entrega de um empreendimento alinhado com as tendências do momento, é preciso entender, antes de tudo, a sua proposta estética: “Não se trata especificamente de antever o futuro mas, entendendo que a biblioteca de móveis e acabamentos estão disponíveis para servirem uma determinada ideia estética, não é difícil imaginar que, algumas mudanças nessa biblioteca não interfiram na tradução de seu ‘storytelling’. Temos que nos alimentar de novas fontes para traduzir a mesma ideia. Também a concepção de espaços mais flexíveis permite maior mobilidade de adaptações no futuro”.

Cartão de visitas

Michaelis afirma que o design influencia diretamente na tomada de decisão do hóspede. “É importante porque faz parte do primeiro impacto do viajante. É pelo olhar e pelos sentimentos que ele percebe a leitura que foi idealizada pelo arquiteto. Essa leitura pode ser marcante o suficiente para provocar o retorno do cliente, que se sentiu ‘tocado’ pelos ambientes e pela jornada entre os espaços sociais até o ambiente mais íntimo, o quarto”.

Assim como Eduardo Manzano, Thomas acredita na indispensável aplicação de práticas sustentáveis em qualquer projeto. “A sustentabilidade é um movimento de grande importância para o planeta e para a sociedade. A utilização de produtos reciclados, não só como matéria-prima na fabricação de móveis, tecidos e acabamentos, mas também como objetos finais de decoração sob outra ótica funcional e estética daquela originalmente a eles concebidos. A economia circular se faz necessária na elaboração de um projeto. Outra forma de sustentabilidade é a escolha de fornecedores comprometidos oficialmente com o meio ambiente e com causas sociais”, opina o arquiteto.

E conclui sobre o limite da criatividade do arquiteto/designer de interiores versus padrão de marcas: “A maior contribuição dessa conexão fica sob responsabilidade do projeto de interiores. Mas a arquitetura como palco, onde se desenvolve a decoração, pode sim contribuir para alavancar com sua atmosfera, um determinado conceito”.

Consuelo Jorge: “Todo projeto hoteleiro deve ter um conceito diferenciado, ser aconchegante e se transformar em um sonho de consumo” – (Foto: Raul Fonseca)
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Arquitetura consciente

Com mais de 30 anos de experiência no segmento e mais de 500 projetos executados nas principais capitais brasileiras e no exterior, Consuelo Jorge comanda, desde 2012, o escritório que leva seu nome em São Paulo, consolidada como referência em projetos residenciais, comerciais, hoteleiros e empreendimentos para grandes construtoras. Unindo harmoniosamente arquitetura e arte, Consuelo preza por eficiência e personalização, o que garante que seus projetos sejam únicos e moldados ao estilo de vida de cada cliente. Com uma vasta experiência em acompanhamento e administração de obra, confere ao escritório a capacidade e agilidade em atender as demandas no prazo, com qualidade e verba definidas; oferecendo a modalidade “turn-key”, tanto para residenciais, quanto corporativos.

Com conhecimento em desenvolver projetos ligados a sustentabilidade, com utilização de tecnologia adequada, reaproveitamento de recursos naturais e preservação ambiental, Consuelo tem como premissa uma arquitetura consciente.

Sua assinatura também pode ser identificada por uma essência contemporânea, mas sempre imprimindo um aspecto exclusivo às obras. Pioneira nos projetos de hotelaria no Brasil e à frente do desenvolvimento de projetos para as mais diversas bandeiras do setor, a arquiteta também tem em sua trajetória uma grande variedade de projetos de arquitetura e interiores em residências urbanas, casas de campo e praia. “Na hotelaria, hoje os hóspedes não buscam apenas um lugar para passar a noite. A busca atual é pela experiência. O cliente quer ser surpreendido em todas as etapas do atendimento, do momento da reserva até sua saída. Todo projeto hoteleiro deve ter um conceito diferenciado, ser aconchegante e se transformar em um sonho de consumo. As áreas comuns devem ser um ponto de encontro e de trabalho como o coworking, impulsionando também o consumo de alimentos e bebidas. Já os quartos devem ser aconchegantes para surpreender seus hóspedes, com mobiliário com design valorizando o conforto, durabilidade e fácil manutenção”, afirma.

Interior do Hilton Garden Inn, assinado por Consuelo Jorge – (Foto: Arquivo Pessoal)

A arquiteta destaca a importância da tecnologia para a construção de um bom projeto: “A tecnologia pode ajudar automatizando os processos para agilizar serviços de autoatendimento, aplicativos para abrir a porta do quarto e dimerizar a iluminação, tendo uma luz baixa, por exemplo, para trazer mais aconchego ao ambiente. Registrar a música preferida dos hóspedes frequentes aguçando os cinco sentidos; permitindo o pagamento digital, check-in e check-out sem papel; acesso ao menu, solicitação de room-service, tudo de forma simples e ágil com um toque, são exemplos simples onde a tecnologia pode colaborar”.

Consuelo também reitera a importância de um comprometimento com práticas que minimizem ao máximo o impacto ao meio ambiente. “Na minha opinião a sustentabilidade é uma questão de consciência. Devemos ter cuidado com o meio ambiente como, por exemplo, utilizar sempre recursos de energia renovável; aquecer a água com o uso de painéis solares; preferir lâmpadas de LED e dimerizável; reduzir o consumo de água e incentivar os hóspedes a consumirem água e toalhas com consciência. Outro ponto importante: só especificar fornecedores de mobiliário e tecidos que tenham o certificado verde”.

Valdecir Alano: “A marcenaria é o elo entre necessidade e decoração” (Foto: Divulgação)
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O foco é a resistência

Como vimos na fala de diferentes profissionais do segmento, o projeto de um empreendimento hoteleiro é complexo e requer muita pesquisa, planejamento e atualização de tendências. Mas do outro lado desse elo, o fabricante também deve atender requisitos para que o produto final alcance as expectativas dos investidores e do público que usufruirá dos espaços. A HRV Móveis busca atender a todos esses requisitos, entregando produtos personalizados, executados conforme a solicitação e proposta dos ambientes. É o que detalha Valdecir Alano, Diretor comercial da empresa: “A HRV Móveis produz e instala móveis em marcenaria, com atendimento em todo o Brasil. Executamos fielmente os projetos desenvolvidos pela arquitetura, fator importante para a harmonia final do projeto. A marcenaria é o elo entre necessidade e decoração. Recentemente executamos a marcenaria de um hotel em Angra dos Reis onde um item foi feito com madeira naturalizada, proporcionando a visualização e o toque dos veios da madeira, remetendo ao local, no meio da natureza. Já em outros empreendimentos, o foco é a resistência devido a alta ocupação, em outros, é a otimização do espaço, por fim, buscamos soluções para que tudo saia perfeito”.

Alano explica que a HRV Móveis executa, na maioria das vezes, projetos já desenvolvidos. “Nossa parte no design são referentes as pesquisas de materiais, soluções tecnológicas e de engenharia que garantam ou otimizem o design esperado”, afirma.

A força das mídias sociais

Sobre como o design influencia na escolha do hóspede, Alano afirma que: “o fator escolha tem aumentado muito devido as mídias sociais, pois o hóspede registra e compartilha por meio de fotos e opiniões as suas experiências, que, sendo positivas, acabam por motivar outras pessoas a conhecerem aquele empreendimento e o destino”.

E conclui: “Acredito que a pandemia ainda tenha reflexos econômicos na hotelaria, pois muitos usaram reservas para se manter durante esse período. Porém, devido a boa ocupação, hotéis novos ou que foram recentemente atualizados, estão em ótimo momento. Do outro lado, muitos que precisam de atualização ou reforma estão buscando fazer o mais rápido possível para aproveitar o que parece ser uma espécie de ‘demanda interna reprimida’. Os brasileiros estão muito mais aventureiros, querem viajar, conhecer lugares novos, e isso é ótimo para o setor.

O segmento de hotéis no Brasil é muito diversificado, com inúmeras opções que vão do frio do Sul ao calor do Nordeste na mesma época. Quanto mais os hotéis fortalecem sua marca e criam referências, que hoje estão muito mais focadas na plástica do local, mais atraem hóspedes e para contribuir com esse objetivo, a arquitetura e o design de bom gosto e bem executados são fundamentais. Atender essa necessidade é o nosso objetivo”.

Cleber Bassani: “Temos know-how de sobra para executar toda a parte de mobiliário e marcenaria, com soluções inovadoras que respeitam ao máximo a especificação arquitetônica do projeto” (Foto: Divulgação)
Versatilidade sustentável

A Casttini, fabricante e distribuidora de mobiliário para hotéis, restaurantes e outros segmentos, com trajetória de 29 anos no mercado e sede em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, é reconhecida em todo o território nacional pela qualidade dos produtos e um dos mais rápidos prazos de entrega desse mercado. A empresa contribui com o design de interiores com móveis robustos, modernos e sustentáveis.

Cleber Bassani, Gerente de projetos corporativos da Casttini, detalha: “O domínio de seus processos industriais, associado ao alto investimento em tecnologia, levam alta qualidade aos produtos Casttini, uma empresa que atende com velocidade a todo o território nacional e expande cada vez mais sua cadeia de lojas exclusivas. A empresa começou a expandir a sua atuação no mercado corporativo no ano de 2019, e a versatilidade e a flexibilidade em soluções oferecidas voltadas a este segmento, fez a marca conquistar um crescimento rápido e expressivo, sendo cada vez mais requisitada pela excelência nos serviços prestados, tendo assim conquistado importantes cases de mercado.

A Casttini adota e desenvolve medidas e ações para a diminuição dos impactos ambientais, tais como sistema de separação de resíduos sólidos, seguindo as normas ambientais, além de área de reflorestamento, que contribui para a restruturação ambiental”.

A Casttini produz mobiliário para todos os perfis de empreendimentos (Foto: Daniel Froelich)

Segundo Bassani, a Casttini atualmente também é referência na elaboração de projetos hoteleiros, corporativos e residenciais. “Temos know-how de sobra para executar toda a parte de mobiliário e marcenaria, com soluções inovadoras que respeitam ao máximo a especificação arquitetônica do projeto, propondo melhorias e adequações que virão a evoluir com a entrega final. A Casttini se destaca pelo cuidado com todas as etapas do processo, desde a fabricação, respeito aos prazos de entrega e excelência na instalação”.

De acordo com o Gerente, a experiência de usufruir de um projeto de interiores que atenda a todas as suas necessidades, e faça com que o hóspede possa se sentir em casa, tem muito a ver com a entrega em termos de design, acabamentos, qualidade e funcionalidade do quarto de hotel. “O mercado como um todo está retomando, a população em geral está voltando a viajar, se hospedar, e deseja que a experiência neste hotel seja a melhor, tanto para férias, quanto para negócios. A hotelaria no geral, tem sentido a necessidade de se reestruturar neste momento de aquecimento do setor, e aí que entramos com uma marca com potencial de entregar as melhores soluções, com versatilidade de produtos, customização e respeito ao prazo de entrega.

Ainda vale ressaltar que aqueles hotéis com uma arquitetura mais antiquada não atendem mais ao novo consumidor, que deseja uma experiência mais atual e moderna. Os hotéis também estão percebendo a necessidade da marcenaria atender aos requisitos de manutenção, facilitando sua estrutura e rotatividade”, finaliza.

Ambientação e conforto se complementam

Na hotelaria é sabido que ambientação e conforto são peças-chave para a composição de um espaço que atenda as expectativas dos hóspedes e crie memórias inesquecíveis. Além do impacto e encantamento visual, faz parte da missão da hotelaria, aguçar outros sentidos do hóspede durante a jornada, como uma oferta gastronômica marcante e a satisfação tátil de uma toalha, lenços e outros itens de cama macios, que proporcionam o relaxamento necessário para o bom sono. Essa é a premissa da Camesa, empresa que desde 1980 desenvolve e comercializa a mais completa linha de cama, mesa, banho e decoração do mercado. São produtos divididos em diferentes marcas, para todos os perfis de empreendimentos, que consolidaram a Camesa como uma das referências do segmento.

Ricardo Fontenelle: “O mercado de hotelaria está em alta, retomando sua capacidade plena. Este próximo verão será um sucesso que certamente baterá o recorde de demanda” (Foto: Divulgação)

Hoje, com a presença de Ricardo Fontenelle, Gerente Nacional de Linha Profissional, que também inclui o atendimento específico a hotelaria, a Camesa promove a linha Hotel Selection, de enxoval e acessórios destinados ao mercado de hotelaria e hospitalidade. “A Camesa colabora de forma direta na composição do interior do quarto de hotel fornecendo enxoval completo, composto por produtos têxteis de cama e banho como lençóis, travesseiros, cobertores, colchas, edredons e toalhas”, detalha Fontenelle. “Temos consciência de que nossa linha de atuação possui peso na tomada de decisão do hóspede. Qual hóspede não gosta de se enxugar com toalhas felpudas e macias, que realmente secam, ou dormir em lençóis de qualidade que permitem um sono profundo e confortável?”, complementa.

Fontenelle destaca o bom momento do setor, que se recupera dos dois anos de restrições causadas pela pandemia com velocidade acima do comum. “O mercado de hotelaria está em alta, retomando sua capacidade plena. Este próximo verão será um sucesso que certamente baterá o recorde de demanda”, opina. “A Camesa, com mais de 40 anos no mercado nacional, ocupa atualmente uma das principais posições de liderança no mercado têxtil de cama, mesa, banho e decoração. Em 2018 lançamos a linha Hotel Selection, que já está presente nas principais redes hoteleiras do País como Atlantica, Blue Tree, Club Med, Intercity, Windsor, entre outras, fornecendo um mix completo ao segmento. O nosso diferencial de serviço já nos levou a posição de destaque no segmento de hospitalidade no Brasil”, finaliza.

O Art Cool Gallery, da LG, se destaca por seu design que vem com uma moldura que pode ser alimentada com obras de arte e fotografias, transformando o aparelho em uma peça de decoração (Foto: Divulgação)
Decoração funcional

A LG Electronics do Brasil apresenta um novo modelo de ar-condicionado na categoria HVAC, que promove a estabilidade do ar em locais que necessitam de extremo controle de todas as variáveis que estão ligadas ao ar. O inovador Art Cool Gallery se destaca por seu design diferenciado, já que vem com uma moldura que pode ser alimentada com obras de arte e fotografias, transformando o aparelho em uma peça de decoração, uma vez que é instalado na parede. Graziela Yang, Gerente de produtos da área de ar-condicionado comercial leve (CAC) da LG do Brasil, ressalta: “A LG sempre busca levar ao mercado soluções e serviços que façam diferença na vida das pessoas. Além de tecnologias inovadoras, o design dos produtos também é pensado de forma que o consumidor tenha em sua casa ou escritório, aparelhos elegantes e inovadores”.

O Art Cool Gallery em outro ângulo (Foto – Divulgação)

O Art Cool Gallery foi criado com foco na saúde e harmonia do ambiente. Com detalhes minimalistas, o ar-condicionado vai além das funções básicas do produto e passa a fazer parte da decoração do ambiente, já que é instalado direto na parede. O aparelho, com formato semelhante ao de um quadro, conta com uma moldura frontal em que é possível personalizar com fotos ou obras de arte próprias e trocá-las facilmente.

Além do design diferenciado, o Art Cool Gallery também conta com a tecnologia de ponta. Graças à tecnologia Inverter, ele tem a capacidade de resfriamento a jato e aquecimento rápido, em que o ar é liberado pelas laterais com fluxo direcional de três vias, mais suave. O compressor rotativo duplo de velocidade variável reduz o ruído à 19db e no modo silencio à 3db – como efeito de comparação uma biblioteca tem 40db de ruído, aumenta a economia de energia em até 70% e proporciona um resfriamento até 40% mais rápido. Além disso, o Art Cool Gallery é compatível com o aplicativo LG ThinQ para alterar o modo ou definir a temperatura de forma remota, Google Assistant para comandos de voz e possui Wi-Fi integrado. O Art Cool Gallery está disponível em 9.000 e 12.000 BTU.

Criar ambientes acolhedores é um dos grandes desfios de um projeto de interiores (Foto – Point3D Commercial Imaging Ltd on Unsplash)

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