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Conotel: “Desafios Sócio-Econômicos e Turismo Receptivo” é tema de Palestra Magna

Direto de Fortaleza (CE) – O economista da FGV e ex-presidente do Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Marcelo Neri foi o palestrante da tarde inaugural do Conotel 2018, que chega este ano à 60ª edição e acontece até a próxima sexta-feira (18) na capital cearense. Ele abordou o tema “Desafios Sócio-Econômicos e Turismo Receptivo”, mostrando um panorama da economia e o impacto de suas variações para o segmento turístico.

De acordo com Neri, no período de 2008 a 2017, o turismo receptivo registrou crescimento na receita  principalmente na Ásia em comparação com África e Oriente Médio. O mercado hoje é 34% Europa e 34% Ásia, que agora deve ter ultrapassado o velho continente – as Américas aparecem com 24% de aumento no período.

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“O Brasil, em termos de indústria turística, ainda não disse a que veio, com registro de 6 milhões de turistas por ano, enquanto o México tem 34 milhões e Canadá, menor em território, 18 milhões. O Brasil é muito fechado, e acho que precisa estar mais aberto para imigração. Precisamos muito desenvolver e temos potencial para isso”, afirmou Neri.

Um grande público assistiu a palestra magna na abertura do CONOTEL 2018

Em relação ao crescimento do turismo, comparando o Brasil com o resto do mundo, de 2003 a 2017 o Brasil cresceu pouco, impulsionado pelos grandes eventos esportivos que o País recebeu. “Esse tipo de encontro é muito importante para o desenvolvimento do turismo”, comentou o especialista.

Em relação a sustentabilidade do turismo, Neri apontou a influência da longevidade de vida no segmento. O Brasil gasta 13% do PIB em Previdência contra 10% do Japão, que tem uma proporção de idosos 3,5 vezes maior e que vai crescer ainda mais nos próximos 50 anos. “Quais são os dois ativos diretos do turismo? Além da infraestrutura, a natureza e a cultura estão à frente por manterem a sustentabilidade do negócio. A pobreza da população local é transformada quando se investe em turismo. Mas existe um problema de externalidades, como sujeira nas praias pelos turistas, por exemplo”, acredita Neri.

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Turismo doméstico

O especialista acredita que a ascenção de classes também modificam o desenvolvimento do turismo. De 2003 a 2015, a classe C foi a que mais cresceu, configurando maior registro de voos por pessoas que nunca haviam viajado por este meio. “O problema do Brasil hoje é que a desigualdade está aumentando. É preciso que haja o cresimento da renda de quem faz turismo. A população brasileira cresce 0,8% ao ano, e precisamos nichar o público que está crescendo, como idosos e estudantes”, explicou.

Segundo ele, a taxa de câmbio está em processo de desvalorização, e para o turismo receptivo é bom. Contudo, é melhor ter variação cambial para que o visitante tenha ciência do valor da moeda que vai utilizar por cotação.  “As eleições também são fonte de influência no câmbio. Além disso, existe variação na renda. A crise está quase superada, e depende desse tempo de estabilidade”. O estado mais participativo no desempenho do turismo receptivo doméstico em 2011 é São Paulo, com 20,6%. Rio de Janeiro e Santa Catarina vêm a seguir, cm 8,3% e 7,1% respectivamente.

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O lazer ainda impacta mais o turismo no País, acompanhado pela “ameaça” representada pelo fenômeno do Airbnb, considerada por Neri uma “concorrência predatória”. “Acho que turismo é sobre sonhos. O Brasil tem potencial para turismo receptivo e outros tipos. Sobretudo, o brasileiro é comprovadamente o povo mais satisfeito com a vida e vê de forma positiva seu futuro. Mas isso pode ser prejudicial no ponto de vista de investimentos futuros”.

Para finalizar, Neri listou os maiores desafios hoje do segmento. “Na economia, é preciso evolução em produtividade, abertura, ajuste fiscal, ambiente de negócios e educação para economia. No Turismo receptivo, é preciso resolver a infraestrutura, internet, impostos, isonomia com Airbnb e inclusão social”, concluiu.

A reportagem da Revista Hotéis viaja a convite da Reed Exhitions Alcantara Machado e ABIH Nacional para fazer a  cobertura do Conotel 2018 e se hospeda no Hotel Mareiro.

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