ADIT Invest debate a visão dos gestores para o mercado de CRI’s

Irapuã iniciou o painel com um pequeno resumo da atuação da CV Real Estate, seguido dos convidados, que também detalharam a atuação de suas respectivas empresas. “O primeiro ponto a ser abordado é a questão da governança, na qual convido o Diego a falar um pouco mais sobre”, disse Irapuã.

Diego Siqueira explicou: “A oportunidade que vi lá atrás é exatamente o que os grandes fundos não viam, principalmente a questão do desenvolvimento imobiliário. Os grandes incorporadores somados representam 80% do mercado imobiliário brasileiro. Por que os fundos estão brigando por 20% e ignorando os outros 80%? O pequeno e o médio não acessavam os mercados de fundos e de capitais, foi a resposta que recebi dessa indagação na época. Hoje, muita coisa mudou. Governança é essencial e pensando nisso, com essa visão, direcionada aos 80% do mercado é que nasceu a plataforma de back-office, que está integrada com o mercado, com a ajuda da tecnologia. Conseguimos assim contribuir com a melhoria da governança do empreendedor. A indústria de fundos imobiliários são R$210 bilhões e nossa função é locar esses capitais. A governança é exatamente o elo entre esse desejo e a vontade do empreendedor de receber esse aporte para potencializar o seu empreendimento”.

Para Alexander, “Muitos projetos acabam pecando na parte jurídica. Não adianta o projeto estar bonito no papel se não tem um jurídico bem desenhado. A viabilidade econômica, que é um processo complementar foi possível por meio de um estudo de mercado e como o empreendimento está inserido no contexto como um todo”. André Masetti completou: “Esse conjunto de fatores é fundamental para os empreendedores terem sucesso no mercado de capitais”.

Números da indústria

O potencial capital da indústria, atualmente orçado em R$ 210 bilhões (em todos os segmentos), analisado sob a ótica dos CRI’s, foi a indagação seguinte de Irapuã, mediador do painel. “O número de emissão de CRI bateu, no ano passado, cerca de R$ 50 bilhões. Acho que dá para entender o tamanho do potencial e a tendência é de crescimento robusto para os próximos anos”, observou André.

Segundo Alexander, “O empresário que atua no setor tem de estar disposto a acessar o capital dos gestores. Quando você faz a obra com capital próprio ou com investimento de empresas grandes, é uma dinâmica. No mercado de capitais existem muito mais regras. Por muitas vezes nos deparamos com a turma que precisa de dinheiro, mas na gestão do cotidiano, percebe a amarração da operação, com pouca margem para sair do que foi combinado anteriormente. Na Urca somos muito parceiros, entendemos as dores do loteador e do incorporador, tentamos reprogramar o que dá”.

Para Diego Siqueira, “existe um período de delay entre o início da queda de juros e a vantagem que ela traz para o empreendedor. No ano que vem a vida ainda deve ser dura. Por mais que se tenha delay, a inadimplência vai diminuir. Nós gestores queremos entrar no empreendimento de vocês para antecipar movimentos e surfar o bom momento, de crescimento. Muitas coisas erradas serão consertadas. Os gestores estão mais unidos. É um mercado que ao mesmo tempo em que é unido, é fechado. Trabalhando de forma correta, o capital sempre estará lá, disponível, isso é importante destacar”.

Cada vez mais os gestores estarão unidos. Muitas das condições da operação é para proteger o próprio empreendedor. A pergunta certa é: quanto eu preciso para casar meu custo de obra nessa carteira? Os gestores agora, ao invés de disputar a operação, devem dividir operações, gerando mais saúde ao setor”. Irapuã concluiu: “Estar preparado para a onda que virá é muito importante”.