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Que turismo Belém vai mostrar na COP-30?

Turismo responsável precisa entrar na agenda de preparativos para a conferência

A menos de dois anos para a realização da primeira Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas no Brasil, que acontece em novembro de 2025, é hora de nos prepararmos para receber nossos visitantes. A escolha de Belém como sede é um momento único não só para darmos visibilidade ao Brasil da Amazônia, da culinária única, das danças e músicas e dos povos tradicionais, mas também para gerarmos oportunidades de renda e qualificação para pequenos empreendedores e comunidades locais e de conservação para a sociobiodiversidade. O município formado por cerca de 40 ilhas e imerso na Amazônia é lar de comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas.

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Para os membros do MUDA! Coletivo Brasileiro pelo Turismo Responsável, é essencial que um evento como a COP, que fala sobre mudanças climáticas e sustentabilidade, alinhe também seu turismo com essa pauta. O Pará tem uma cultura riquíssima e autêntica, além de pessoas incríveis dispostas a mostrar essa cultura para os visitantes. Precisamos estar atentos para que a gente não transforme a COP em um evento engessado e de visão colonialista, feito por estrangeiros e para estrangeiros, e que exclua a nossa identidade e nossa gente. “Ao promover o turismo responsável como parte da solução para as mudanças climáticas, podemos não apenas contribuir para a preservação ambiental, mas também promover uma compreensão mais profunda da Amazônia”, defende Ana Karolina Jorge, empreendedora social e fundadora da Vivenciar Turismo de Base Comunitária, uma das poucas operadoras locais que trabalham com turismo responsável e comunitário no Pará. “Um turismo responsável e inclusivo na Amazônia não apenas valoriza o meio ambiente, mas também as comunidades locais. A COP é uma chance de conscientizar os turistas sobre como podem ter um impacto positivo, apoiando causas como a preservação ambiental e o combate às mudanças climáticas”, diz Ana Karolina.

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Ana Carolina Jorge em Cotijuba – Credito Julio Raiol
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Em grandes eventos, a tendência no planejamento é pensarmos exclusivamente em infraestrutura e hospedagem para os participantes e, muitas vezes, soluções imediatistas são tomadas sem refletirmos a longo prazo. Para Mariana Madureira, sócia da Raízes Desenvolvimento Sustentável, o Brasil já aprendeu que os impactos e o legado da organização de grandes eventos podem ser positivos ou muito negativos. “Desta vez precisamos fazer diferente, pensando no que realmente vai fazer bem para o destino e abrindo espaço para que os moradores, pequenos empreendedores e, principalmente, as comunidades tradicionais locais sejam protagonistas nesse processo. O Turismo de Base Comunitária é, sem dúvidas, um caminho imprescindível para fortalecermos a bioeconomia e garantirmos que os benefícios do turismo impulsionados pela COP permaneçam com os locais”, acredita Mariana.

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Comunidades tradicionais podem protagonizar experiência no Turismo local – Crédito: Turiarte
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Desde 2022, o Pará tem uma Política Estadual de Turismo em Base Comunitária, que destaca o conhecimento das comunidades tradicionais e incentiva que elas desenvolvam e protagonizem experiências e atividades de turismo. Mariana Madureira lembra que, embora o Pará tenha exemplos incríveis de iniciativas de Turismo de Base Comunitária, como as desenvolvidas pelo Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém e as comunidades que fazem parte da Turiarte – Cooperativa de Turismo e Artesanato da Floresta, ainda são poucas as operadoras locais que oferecem passeios e atividades nas comunidades. “É hora de incentivarmos que mais empreendedores e operadoras de receptivo locais se juntem a esse processo em busca de um turismo mais responsável e sustentável para a região”, diz Mariana.

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Ilha de Cotijuba – Crédito: Vivenciar Turismo de Base Comunitária
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De olho nos preparativos do turismo para a COP, a Raízes Desenvolvimento Sustentável e a Diaspora.Black estão desenhando um programa para apoiar a qualificação e fortalecimento das operadoras de receptivo e também das comunidades que já operam ou desejam operar o turismo no entorno de Belém. A primeira etapa acontece na próxima segunda-feira, dia 4 de março, às 16h, com o encontro online gratuito e aberto – Turismo Responsável: um encontro participativo para pensarmos a COP em Belém. O objetivo do encontro, que também conta com a participação da operadora Estação Gabiraba, é promover a escuta de pequenos empreendedores do turismo de Belém a fim de buscar o protagonismo que esses negócios e as comunidades das ilhas e entorno da capital paraense merecem.

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Denise Bertola

Denise Bertola é Repórter da Revista Hotéis

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