Levar uma empresa ao crescimento ágil e robusto requer entender o real impacto das práticas ESG
* Hiram Della Croce
Para uma empresa crescer no Brasil, uma operação sustentável é essencial. Mas para que essa mesma empresa cresça com agilidade e robustez é preciso visão e investimentos inteligentes. E é nesse cenário que a adoção das práticas ESG – Enviromental, Social and Corporate Governance (na tradução livre, Governança Ambiental, Social e Corporativa) se torna primordial. Para muitos empresários essa sigla pode soar como algo distante de ser aplicado, ou muito complexa para ser compreendida. Porém, pensar em negocios perenes requer entendê-la e praticá-la, com transparência e precisão. Na hotelaria, o tempo está se esgotando para players e stakeholders que ainda não entenderam a seriedade desse movimento. E o resultado pode ser a extinção dessas empresas em – talvez – até dez anos.
A Wyndham Hotels & Resorts, maior empresa de franquia de hotéis do mundo, com mais de 9100 empreendimentos em 95 países, ja adota práticas ESG e a cada dia avança. Aqui no Brasil, 100% dos nossos hotéis já têm o selo Wyndham Green, certificação global de sustentabilidade que busca reduzir impactos gerados pelas atividades hoteleiras e operar de forma mais eficiente por meio de iniciativas ecologicamente corretas.
Se levarmos em consideração a pesquisa do Capterra, plataforma de comparação de softwares, que identificou que 7 em cada 10 brasileiros, ou seja, 78% da população, dizem que as ações sustentáveis de uma empresa influenciam, em algum nível, suas escolhas de produtos ou fornecedores, estamos bem posicionados na atração de hóspedes.
No entanto, para uma empresa que visa ao crescimento ágil e robusto, como nós, que temos ações (WYND) cotadas na Bolsa de Valores de Nova York (EUA) e focamos esforços na entrega de valor aos acionistas para que possamos crescer ainda mais pelo mundo, estar em dia com as práticas de ESG, apoiar e comprovar tudo isso é fundamental para a perenidade sustentável dos negócios.
Captar investimentos para suportar o avanço estratégico da empresa, requer indicadores precisos, ações consistentes, resultados firmes, transparência e coerência. Por isso, nossos hotéis precisam estar alinhados com a preservação ambiental. O relatório “Urban Land Institute Hotel Sustainability” já mostrava em 2019 que, de todos os espaços comerciais, os hotéis eram as propriedades que mais consumiam eletricidade e água por metro quadrado, além de serem um dos maiores emissores de dióxido de carbono.
Não podíamos ficar de braços cruzados. Por isso, nossos empreendimentos já usam vidro duplo, que garante iluminação natural em quase todos ambientes, sensores de presença em espaços internos, estação de tratamento de água para uso em vasos sanitários e sistema de irrigação, além de um programa de separação, reciclagem e descarte de lixo produzido. Os investimentos em tecnologia e automação também contribuem.
Porém, essa mentalidade e postura precisam ser desdobrados a toda a cadeia produtiva e isso inclui fornecedores diretos e indiretos. Esse movimento já começou na Wyndham e vem ganhando proporções maiores. Os investidores institucionais vêm exigindo cada vez mais que o ESG faça parte da estratégia central das empresas e crescer, tendo ações cotadas na Bolsa de Valores, passa pela validação desses personagens. Por isso, o nosso movimento nesse sentido é real e sem volta.
A hotelaria e todos os demais setores da economia estão num caminho de mão única. Planejar, agir e evidenciar ações, como vamos fazer neste mês de julho com participação no Prêmio Consciência Ambiental / Immensità junto com outras 500 empresas – um dos premios mais relevantes e sérios quando é tema negocios e meio ambiente – é questão de consciência. Buscamos negócios longevos e por isso propagar a conscientização por meio do exemplo é mandatório para termos um planeta sustentável.
Pense nisso e bons negócios!
* Hiram Della Croce é Diretor de Operações para Brasil e Bolívia da Wyndham Hotels & Resorts
