Cresce número de turistas norte-americanos no Brasil
A EMBRATUR e o Ministério do Turismo divulgaram recentemente um estudo mostrando que o Brasil já recebeu até o final de abril desse ano, 2,7 milhões de turistas estrangeiros. Os Estados Unidos é o segundo principal mercado emissor com 224.882, o que equivale a mais de 50% do total de 2022. O Presidente da Associação Rio Vamos Vencer, Marcelo Conde, reforça que os turistas americanos se destacam pelo elevado gasto diário, uma média de U$ 93 contra U$ 47 dos demais turistas, o que representa maior peso na arrecadação.
Segundo o dirigente, com as projeções deste ano, é possível estimar que cerca de 700 mil turistas americanos visitarão o Brasil até o final de 2023, 60% a mais do volume registrado em 2022. “Os números atestam que a isenção de vistos para americanos, canadenses, australianos e japoneses, em vigor desde junho de 2019, foi uma medida assertiva e que só trouxe benefícios para a economia do País. É urgente que o Poder Executivo tenha bom senso e reveja a decisão de voltar a exigir visto destes quatro países, para que possamos aumentar o dinamismo da economia brasileira. Do contrário, contamos com a união e atuação da bancada que apoia o turismo para impedir o avanço desta medida no Congresso Nacional”, destacou Conde.
A volta da exigência de visto para os quatro países acima citados, anunciada em março deste ano e com previsão para entrar em vigor no início de outubro, foi amplamente criticada pelas principais entidades representativas do setor de turismo no País. Elas solicitaram a intervenção direta da Ministra do Turismo, Daniela Carneiro e do presidente da Embratur, Marcelo Freixo, para impedir o avanço desta decisão.
Empecilho para o setor
O Coordenador da Câmara Empresarial de Turismo e presidente do Conselho de Turismo da CNC – Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Alexandre Sampaio, destaca que: a volta dos vistos para os quatro países que estavam isentos da chamada reciprocidade vai na direção oposta dos esforços de divulgação do Brasil no exterior e do fortalecimento do destino. “Não só os números do incremento de turistas advindos destas nações para o Brasil no início deste ano comprovam o acerto de tal medida da gestão anterior. O Itamaraty vai na direção oposta e recria um grande empecilho para revertermos nosso déficit corrente na conta turismo”, reforçou Sampaio.
O ex-ministro do Turismo no Brasil e do estado de São Paulo e hoje Conselheiro do Grupo Wish, Vinicius Lummertz acredita que a exigência de vistos para turistas norte-americanos é um equívoco na interpretação da tradição diplomática brasileira. “ O interesse nacional do Brasil reside em desenvolver a economia do turismo e por este meio , exportar serviços e gerar empregos – não é nosso interesse bravatear sobre a reciprocidade , conceito impossível de aplicar enquanto a demanda de emigração para os Estados Unidos for tão evidente ”, acredita Lummertz.
A presidente da ABEOC Nacional – Associação Brasileira de Empresas de Eventos, Fatima Facuri, alerta que, caso a exigência de vistos volte a vigorar, haverá um impacto significativo no mercado de MICE – Meetings, Incentives, Conferences, and Exhibitions do País. “O setor de MICE depende fortemente da presença de participantes estrangeiros em eventos, congressos e feiras comerciais realizados no Brasil. Ao exigir visto desses países, o governo brasileiro criaria uma barreira adicional para a entrada de turistas que desejam participar de eventos de negócios e promoveria um obstáculo burocrático que pode desencorajar a participação estrangeira. Isso poderia levar a uma redução significativa no número de participantes estrangeiros em eventos de MICE, afetando tanto a participação quanto a receita gerada por estes eventos”, enfatizou Fatima.