Baixa remuneração oferecida pela hotelaria afeta as contratações

Com a pandemia da COVID-19, muitos colaboradores que perderam o emprego migraram para outras áreas com jornadas de trabalho mais flexíveis e maior remuneração. Com isso, muitas vagas estão sendo preenchidas por profissionais pouco experientes, o que pode comprometer os serviços

Se além de português você tivesse um outro idioma fluente, seja ele inglês ou espanhol, se sujeitaria a trabalhar sob muita pressão ganhando pouco mais de três salários mínimos mensais com jornada de trabalho de 6 x 1, ou seja, trabalha seis e descansa um dia durante a semana? Essa é a realidade que se apresenta em vários hotéis brasileiros quando contratam um colaborador para a recepção, a área que tem o primeiro contato com o hóspede. Então o que esperar de motivação? Ainda mais nas novas gerações que querem crescimento rápido na carreira e não se apegam muito a fidelização a empresa, como acontecia antes com outras gerações.

Baixa remuneração oferecida pela hotelaria afeta as contratações

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E não é somente na área de recepção que está acontecendo esse ‘arrocho salarial’, pois na governança não é diferente. Antes da pandemia a meta nas grandes redes era arrumação diária de 14 apartamentos, mas hoje já se sabe que a pressão aumentou para até 20 apartamentos, pois o quadro de colaboradores está enxuto, assim como em várias outras áreas. Mas aumentar o quadro de colaboradores, assim como os salários também não está sendo tarefa fácil para os meios de hospedagem, pois a grandiosa maioria das unidades das redes são de investidores e a pressão por resultados está cada vez maior. E mesmo para os hotéis independentes equilibrar salários e diárias, não é uma tarefa fácil, conforme mostra pesquisa elaborada pelo Consultor hoteleiro Mario Cezar Nogalez, tomando como base dados do CAGED e o InFOHB. Foi detectado grandes alterações de faturamento e diária-media nos meios de hospedagem na pandemia da COVID-19 para recepcionistas e camareiras. “Na comparação de 2019 com 2021, a diária média brasileira teve uma variação negativa de -17% e a maior variação negativa foi na cidade de São Paulo que chegou a -23,98%. A menor variação foi constatada em Vitória (ES) com um saldo positivo de 9,4%. Na média brasileira em 2019 eram necessárias 6,1 diárias para pagar a média salarial de recepcionistas e camareiras. Já em 2021 foram necessárias 6,6 diárias, ou seja, o custo aumentou. O funcionário mais caro se encontrava na cidade de Vitória, naquela época era necessário 8,8 diárias para pagá-lo. Já em 2021 a cidade onde um funcionário é mais caro é a cidade de Porto Alegre, pois são necessários atuais 9,4 diárias para poder ter um colaborador”, explica Nogalez. 

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Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 31 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.

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