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Hotelaria aposta no crescimento dos parques de entretenimento

Cada vez mais a hotelaria de lazer aposta em parques aquáticos e outros espaços de entretenimento como forma de atrair e fidelizar hóspedes

Segundo estudo encomendado pelo SINDEPAT – Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas e ADIBRA – Associação das Empresas de Parques de Diversão do Brasil, denominado “Parques e Atrações Turísticas e Entretenimento no Brasil – Panorama Setorial e Novos Investimentos”, houve crescimento no setor de parques de entretenimento, inclusive quando atrelados a um outro projeto turístico, como hotéis e resorts, por exemplo.

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Plenária do SINDEPAT Summit 2023, já considerada a maior edição do evento anual realizada até hoje (Foto – Divulgação)

A edição 2023 do SINDEPAT Summit, realizada entre os dias 22 e 23 de março, em Brasília, celebrou vinte anos da entidade e contou com a presença de membros da diretoria, da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e importantes painéis e palestras sobre o mercado. “Posso dizer que foi a melhor entre todas as quatro edições já realizadas. Voltamos a Brasília para apresentar ao poder público nossas demandas e tivemos um excelente quórum no café da manhã institucional que promovemos em parceria com a ADIBRA, Resorts Brasil e FOHB, para apresentação de demandas comuns dos produtos turísticos. Tivemos o Ministério do Turismo como um dos patrocinadores do evento e a ministra Daniela Carneiro acompanhou a abertura do Summit, mostrando apoio ao nosso setor e compreendendo a relevância dos parques e atrações no cenário do turismo nacional. Entre os painéis e palestras apresentados, trouxemos o primeiro panorama setorial de parques e atrações, um marco para a nossa indústria, porque agora temos números concretos para demonstrar toda a força e potencial de desenvolvimento do setor. Também apresentamos temas que impactam diretamente nosso negócio, como as melhores práticas ESG, o desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial como o ChatGPT, e a relevância do storytelling no desenvolvimento de atrações. Nossa área de exposição reuniu em 20 estandes os mais relevantes fornecedores da indústria, com destaque para alguns que já participam desde a primeira edição, como a Jeff Ellis, a Sacoa e Felimana, além de estreantes. Realizamos pela primeira vez um happy hour de encerramento e tivemos grande adesão, uma vez que um dos principais objetivos dos participantes do nosso evento é justamente o networking. Além disso, tivemos o lançamento do livro em comemoração aos 20 anos do SINDEPAT, que celebramos em julho. O Summit foi o local de lançamento da publicação e de início das comemorações desse aniversário, marcadas também pela criação do primeiro curso de pós-graduação em Gestão de Parques e Atrativos Turísticos, uma parceria entre o SINDEPAT, a ADIBRA e a Universidade Caxias do Sul”, resumiu a Presidente executiva do SINDEPAT, Carolina Negri.

Panorama Setorial

Destaque dessa edição, o Panorama Setorial, apresentado pelo seu autor Pedro Cypriano, sócio-diretor da Noctua, empresa responsável pelo estudo, foi dividido em três partes: contextualização, oferta atual e novos investimentos. No primeiro momento, o estudo mostrou o segmento como atividade econômica com grande relevância global, com 521 milhões de visitantes apenas nos dez maiores grupos do mundo; US$ 107 bilhões em valor de mercado global do setor; e uma evolução contínua até o início da pandemia, em 2020. “Apesar da maturidade do setor de parques e entretenimento no mundo, o setor seguia em crescimento até o início da pandemia. Contínuos investimentos em atrações renovam a atratividade dos complexos e induzem nova demanda às empresas ano a ano”, observa o texto que acompanha os dados.

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Nos indicadores nacionais, o estudo destacou 55 milhões de visitantes, R$ 5 bilhões de faturamento e 35 mil empregos gerados pelo segmento. Isso somente até o ano de 2019. “Sugerimos cautela ao se comparar os números de 2019 com os atuais, pois o universo de empresas analisadas em ambos os momentos é distinto”, alerta um trecho do documento. Até 2019, o faturamento cresceu em média, 9%, o que, em comparação com a média da economia nacional, mostra um setor que cresce de forma mais intensa e sólida.

De acordo com Pedro Cypriano, “O estudo é o primeiro levantamento setorial sobre parques, atrações turísticas e entretenimento no Brasil. Agora, temos uma fotografia clara sobre os principais indicadores do setor, da sua evolução recente e das perspectivas de novos investimentos. É um conteúdo essencial para ajudar no planejamento estratégico das empresas em operação, na estruturação de novos projetos no Brasil, bem como na elaboração de políticas públicas”.

Carolina Negri: “Sempre que o mercado apresenta dados concretos no lugar de estimativas, está mostrando um cenário mais próximo da realidade” (Foto – Divulgação)

Para Carolina Negri, o Panorama Setorial é essencial para o entendimento do setor e tomada de decisões. “Sempre que o mercado apresenta dados concretos no lugar de estimativas, está mostrando um cenário mais próximo da realidade. É claro que o estudo é uma fotografia do momento atual, apontando os investimentos programados hoje. Esse cenário evolui e pode mudar e, por isso mesmo, vamos trabalhar para a reedição, oferecendo ao mercado e aos investidores, dentro de alguns anos, uma série histórica da evolução dos parques e atrações no Brasil. Trazemos um pouco disso no livro que lançamos neste ano, em comemoração aos 20 anos do SINDEPAT. Buscamos apresentar a evolução histórica do nosso setor, não apenas da associação. É mais um material que serve para orientar qualquer empresário interessado em ingressar no setor de parques e atrações turísticas”.

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Além dos números e dos insights trazidos pelo Panorama Setorial, o SINDEPAT Summit também apresentou cases de temática ambiental, de olho na tendência ESG que já é realidade em todo o mundo e deve continuar sendo pauta nas futuras edições.

Entretenimento como complemento da hospedagem

De acordo com o documento, a confluência do entretenimento com outros negócios (como meios de hospedagem) já corresponde a uma fatia significativa com potencial de crescimento. Hoje, do negócio de entretenimento, 25% estão atrelados a alguma modalidade de hospitalidade (hotelaria, timeshare e multipropriedade). “Há uma sinergia muito grande entre entretenimento, hospitalidade e outros negócios imobiliários. Até o momento, 25% dos principais grupos de entretenimento em operação no País (excluídos os parques itinerantes e as FEC’s – Centros de Entretenimento Familiar) estão atrelados a hotelaria, timeshare e/ou multipropriedade. Para os novos 63 projetos em desenvolvimento, a vinculação a outros negócios turísticos chega a 40% do total”, observa Cypriano.

Vanessa Costa, Presidente da ADIBRA – Associação Brasileira de Parques e Atrações, entidade apoiadora do SINDEPAT Summit, opina: “Acredito que se trata de uma tendência sim, pois cada parque ou atrativo turístico lançado é garantia de maior permanência no destino por parte dos turistas, e isso se torna uma combinação perfeita entre o entretenimento e a hotelaria. E da mesma maneira que um parque ou atrativo turístico é benéfico para o setor hoteleiro, para o sucesso de um parque que esteja localizado fora das grandes capitais, é imprescindível ter uma boa oferta de leitos na região”.

Carolina Negri pontua: “O estudo aponta essa tendência, mas, esse foi o primeiro Panorama Setorial que fizemos. É nosso objetivo reeditar o estudo anualmente, ampliando a base de entrevistados, para termos dados cada vez mais relevantes, inclusive no levantamento de tendências. É sempre importante destacar as diferenças regionais do mercado brasileiro. Cases de destinos como Olímpia, no interior de São Paulo, Rio Quente e Caldas Novas, Serra Gaúcha, refletem que os parques estimulam o desenvolvimento de negócios complementares, que ofereçam o serviço de hospedagem aos turistas. Conforme as opções de atrações vão crescendo, a permanência no destino cresce e consequentemente a necessidade da hotelaria. Temos pelo Brasil diferentes realidades regionais e diferentes níveis de maturação de cada negócio”.

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A pujança do setor se confirma conforme se avança na leitura do estudo, que mostra ainda volumes de ocupação anual oscilando entre 18% e 24% (número modesto que considera a sazonalidade do setor, concentrada principalmente nos finais de semana, feriados e períodos de recesso escolar); EBITDA positivo, porém ainda abaixo do potencial, cenário que deve se transformar conforme o ambiente econômico, com tendência de melhoria de resultados para os próximos anos; R$ 3,7 bilhões de investimento em 279 empreendimentos, sendo 74% com previsão de conclusão após 2025 e 10%, ainda para o ano de 2023; e a constatação da frequência de visitantes como principal driver para o crescimento do setor. De acordo com o sócio-diretor da Noctua, “Faz parte da essência do entretenimento as renovações contínuas. Periodicamente, os grupos reinvestem no negócio para aumentar a sua atratividade e assim fidelizar os seus clientes e induzir ainda mais visitantes aos complexos. Das 281 unidades participantes do estudo, 279 afirmaram ter planos aprovados para reinvestimento em atrações”.

Outro ponto importante é a aparição da hotelaria, timeshare e da multipropriedade (que crescem a cada ano no Brasil) como molas propulsoras de novos investimentos. No setor de parques, atrações e entretenimento, 40% da oferta está atrelada aos modelos de negócio.

Pedro Cypriano: “Há um grande otimismo no setor sobre o potencial de crescimento dos parques, atrações turísticas e entretenimento no Brasil” (Foto – Divulgação)
Investimentos

Em se tratando de Brasil, o País está em um momento positivo, de investimentos em entretenimento da ordem de R$ 152 milhões aproximadamente por projeto, distribuição por mais 16 estados e mais 40 cidades, em centros urbanos e destinos turísticos, +59% com funding ao menos equacionado, impulsionado por incentivos fiscais e pelos mercados de timeshare e multipropriedade, que motivam novos interesses. São 63 projetos de novos investimentos, +11 mil empregos diretos fixos e R$ 9,6 bilhões de investimentos em novos projetos. “Há um grande otimismo no setor sobre o potencial de crescimento de parques, atrações turísticas e entretenimento no Brasil.

Estamos apenas no início de um longo ciclo de desenvolvimento. No entanto, também há pontos de atenção. Entre eles, a preocupação com a macroeconomia é um dos principais. Apesar do ambiente favorável com o aumento da demanda doméstica, a economia também precisa reagir para surfarmos em uma onda de valorização de nossos negócios em longo prazo. E aqui temos uma ‘lição de casa’ a fazer como País”, destaca Pedro Cypriano.

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Capacitação e incentivos

Um outro insight trazido pelo levantamento alerta sobre a mão de obra no País, que para Cypriano, é uma questão que atinge diferentes setores da indústria quase com o mesmo impacto. “Mão de obra não é apenas um gargalo setorial. Em toda cadeia produtiva do turismo e em outras atividades econômicas temos problemas. Parte é estrutural, de investimento em educação no País. No que cabe as empresas, incentivos a formação e ao desenvolvimento profissional é um dos caminhos a se buscar. E com mais acesso a informação, identificar as reais oportunidades de melhoria passa a ser mais fácil”, pontua. “Entretenimento pode ser um grande indutor de desenvolvimento de produtos e destinos turísticos fortes e sustentáveis. Com cada vez mais projetos pelo País, não tenho dúvida que o potencial de crescimento de demanda será alto. Para isso, entender os produtos certos é uma tarefa fundamental antes de se iniciar novos investimentos”, finaliza Pedro.

Indagada sobre o tema, Vanessa Costa observa: “A falta de mão de obra qualificada é um desafio, mas acredito que investir em qualificação, treinamento e desenvolvimento das equipes são estratégias para contornar essa situação. E uma das missões da ADIBRA é justamente promover capacitação para o time de nossos associados, sempre com conteúdos de diversas áreas que possam ajudar a reverter esse quadro. Inclusive, vamos lançar, ainda este ano, módulos de capacitações que os colaboradores poderão acessar de qualquer dispositivo, e os mesmos receberão um certificado de conclusão”.

Bons hábitos devem ser mantidos

O estudo observa que o mercado ainda se encontra em momento de reajuste, com a ressalva: ‘sem pandemia e caso o ambiente econômico seja favorável, a tendência é de melhoria dos resultados para os próximos anos’. Mas, com o fim das restrições impostas pela pandemia e reabertura definitiva de destinos sem a necessidade de comprovantes de vacinação, o foco do brasileiro, que aprendeu a apreciar as atrações turísticas de seu próprio País durante a pandemia, não se voltaria novamente para os destinos estrangeiros? “Após a pandemia, sabíamos que o turismo doméstico teria uma recuperação mais rápida que o internacional, mas desejamos a recuperação de todo o setor. O Brasil tem um amplo mercado consumidor e as viagens já fazem parte dos itens de consumo de boa parte das famílias, com variações dentro das classes sociais.

Acredito que a recuperação completa das viagens internacionais não afetará a visitação aos parques e atrações do Brasil, uma vez que a própria pandemia nos mostrou também como formar alternativas de viagens, como as opções mais curtas, de menos dias, para destinos mais próximos – e, nesses casos, são os destinos domésticos os mais procurados. O brasileiro descobriu, durante a pandemia, os produtos que temos aqui, a qualidade, a variedade, e isso foi um grande avanço em termos de turismo. A pandemia também acelerou os processos de trabalho remoto e hoje vemos muitas famílias que escolhem alguma semana para trabalhar a distância, conciliando trabalho e lazer.

Além disso, a retomada completa do turismo internacional também implicará no retorno de número cada vez maior de visitantes estrangeiros ao Brasil, o que termina por beneficiar muitos de nossos parques e atrações, especialmente aqueles presentes em destinos que sempre atraíram mais estrangeiros, como o Parque Nacional do Iguaçu e os atrativos do Rio de Janeiro, por exemplo”, explica Carolina.

Vanessa Costa: “Nossos parques aquáticos e atrações turísticas são mencionados em vários rankings mundiais como o relatório da Themed Entertainment Association” (Foto – Divulgação)

Vanessa Costa reitera a fala de Carolina e acrescenta: “Nosso País tem regiões belíssimas, com atrativos que incluem parques de diversões e atrações turísticas que competem de igual para igual com outros países. Prova disso é o reconhecimento do trabalho de alguns empreendimentos brasileiros. Entre eles, os parques aquáticos, temáticos, de neve, entre outros. E que foram mencionados em vários rankings, como por exemplo, o que faz parte do relatório 2021 da Themed Entertainment Association, associação internacional que representa atrações de entretenimento pelo mundo. Outro ponto a ser considerado é o câmbio, pois ele permanecendo nos patamares atuais, favorece o turismo interno”.

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Âncoras do desenvolvimento

Segundo Carolina, o setor de parques e atrações representa a âncora do desenvolvimento turístico dos destinos. “Tenho um exemplo que já citamos algumas vezes, mas ele é tão perfeito para ilustrar que preciso repetir. Quando a pandemia começou, tudo fechou. Com o tempo e gradualmente, vieram as reaberturas. Na Serra Gaúcha, os restaurantes foram os primeiros a abrir, mas continuavam vazios. Depois, a reabertura chegou aos hotéis, que também ficaram vazios por muito tempo. Foi somente quando os parques e atrações da região puderam reabrir que toda a roda do turismo voltou a girar. Os hotéis receberam hóspedes e os restaurantes voltaram a ter clientes. Esse exemplo ilustra perfeitamente o poder dos parques e atrações em atrair visitantes”.

E conclui: “O setor de parques e atrações vive um momento de expansão, como o Panorama Setorial comprovou e pode ser visto no vídeo que apresentamos anualmente no Summit, mostrando as novidades do último ano. São novos parques, novas atrações e uma série de novidades dentro dos parques já instalados. Nosso setor vive de inovação e, para isso, precisa de investimentos constantes. Estamos em um momento de análise do PERSE pelo Congresso, o Programa Emergencial de Recuperação do Setor de Eventos e Turismo, e sabemos quão fundamental o PERSE foi para a sobrevivência do nosso setor, que conseguiu manter suas estruturas vivas e agora, poder ajudar o crescimento do PIB em 2022, e quão importante ele é para a manutenção dos investimentos. Com este investimento, aumentar a oferta de postos de trabalho, inclusive para pessoas de baixa qualificação, uma característica do nosso turismo.

Dessa forma, quero defender a manutenção do PERSE no modelo em que foi criado, porque isso potencializa o desenvolvimento do nosso setor, que emprega e distribui renda em muitas localidades onde não há indústrias instaladas ou outros serviços. O turismo tem essa característica e, por isso, é tão importante que seja fortalecido”.

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Casamento perfeito

Responsável por uma série de projetos de sucesso dentro do entretenimento e do lazer, o arquiteto Carlos Mauad reitera, do ponto de vista profissional, o bom momento vivenciado pelo setor e afirma: “Tomando como base o nosso escritório, que tem trabalhado muito na criação e desenvolvimento de projetos relacionados a resorts, parques aquáticos e vilas para entretenimento, observamos que no período que vai do início da pandemia, em 2020, até o momento, foram elaborados 14 Master Plans (planejamento de ocupação física/urbanística para uma gleba, com visões de curto, médio e longo prazo). Todos compostos pelos eixos de negócios parque aquático + Vila de Entretenimento + Resorts. Os resorts com quantitativo de apartamentos variando entre 500 a 1.600 UH’s, cada um.

Na maioria, essas solicitações para a elaboração de Master Plan chegam até nós com um estudo de mercado identificando um quantitativo de apartamentos possíveis de serem comercializados. O Parque Aquático tem a frequência dele garantida pelos resorts identificados no plano. Sendo assim, não depende da venda de ‘day use’, que acaba se tornando uma receita extra”.

Carlos Mauad: “As Vilas de Entretenimento (Open Mall), com várias opções de entretenimento noturno, restaurantes, lojas, bares e baladas, vêm motivar a permanência dos hóspedes nos resorts” (Foto – Divulgação)

Carlos Mauad explica que a equação Lazer – Entretenimento – Hospedagem têm dado muito certo no País. “A consolidação desses empreendimentos de lazer e resorts, está muito calcada na geração de receitas de vendas One Time, ou seja, dos produtos imobiliários (apartamentos, módulos comerciais, etc). Para a realização dessa venda, é necessário que se tenha um destino turístico. Se esse destino já existe, ok. Mas muitas vezes se torna necessário fortalece-lo ou até criá-lo. Parque aquático é um produto para toda a família, com faixas etárias bem amplas, proporcionando a elas, lazer diurno. As Vilas de Entretenimento (Open Mall), com várias opções de entretenimento noturno, restaurantes diversos, lojas, bares com música, baladas, entre outros, vêm motivar a permanência dos hóspedes nos resorts”.

Mauad também adianta alguns de seus novos projetos, o que atesta a informação contida no estudo sobre o crescimento do setor. “Estamos trabalhando nos seguintes projetos: Grupo Swan, no Rio Grande do Sul (Master Plan, Resort, Parque Aquático e Vila de Entretenimento); Mabu, em Foz do Iguaçu (Master Plan, Resort e Vila de Entretenimento); Grupo São José, em Cabo Frio (Master Plan, Parque Aquático, Resort, Beach Club e Vila de Entretenimento; Cataguá Capitólio (Master Plan, Parque Aquático, Parque Aventura, Vila de Entretenimento e Resort); Acqualinda, em Andradina (Master Plan, Parque Aquático e Resort); e Praias de Atibaia (Master Plan, Beach Club, Parque Aventura, Resort e Vila de Entretenimento). Alguns desses empreendimentos contam com lago artificial, com áreas construídas entre 2,00ha e 5,0ha”, revela. Mauad ressalta ainda, o aumento da procura para projetos de multipropriedade. “Principalmente para as classes C e B. Acredito que exista mercado para um produto Classe A também, sem dúvida”, conclui.

Empreendimentos que transformam destinos

Quem visitou o município de Olímpia, no interior de São Paulo, há vinte ou quinze anos, se retornar hoje, não encontra a mesma cidade. O destino foi transformado pelos investimentos feitos por grandes empresas que enxergaram seu potencial, já evidenciado pela presença do maior parque aquático do País, o Thermas de Laranjais. O Grupo Ferrasa apostou no destino e hoje, o Hot Beach é um dos expoentes de Olímpia, com grande fluxo de viajantes de dentro e fora do País. Heber Garrido, Diretor de Vendas e marketing do Hot Beach, reitera, sob o ponto de vista do profissional do mercado, o crescimento sustentável dos parques aquáticos e do setor de entretenimento no Brasil: “De fato é a indústria que mais cresce, olhando o setor de entretenimento no Brasil, parques e parques temáticos. Inauguramos no ano passado, a Vila Guarani, que vem muito de encontro com essa estratégia do Grupo Ferrasa.

Temos ainda duas grandes novidades para 2023, a primeira foi inaugurada no mês de abril, sobre essa posso falar que é uma tirolesa que vai ser mais uma novidade. Vai ser mais uma novidade do Hot Beach Olímpia. Estamos também em um momento de expansão da área Kids, que só vamos falar mais adiante. Isso demonstra o quanto estamos alinhados com a indústria no sentido de levar novas experiências e novos produtos para o mercado. Resumindo, teremos uma nova tirolesa em abril, e até as férias de junho/julho, esperamos abrir a duplicação da área Kids no Parque Aquático”.

Heber relembra que, dos dez parques aquáticos mais visitados do País, dois estão no destino Olímpia. “A tendência realmente é você, através do parque aquático, gerar audiência tanto para o mercado de hospitalidade, como também para o importante mercado que alavanca esse setor, que é o de multipropriedade. Dessa forma, geramos maior interesse pelo destino por meio do parque e suas atrações. As atrações continuam sendo o grande apelo desses empreendimentos. É o que gera o interesse de fato, as pessoas vão ao destino pensando no que podem ver e fazer ali, como é o exemplo da Flórida (EUA).  Aproveito para reforçar a consistência do mercado de multipropriedade, no caso, no Grupo Ferrasa. Já temos o Hot Beach Suítes rodando, performando com um nível satisfatório altíssimo em relação a experiência que o cliente e o proprietário estão vivenciando no destino, no parque. Também lançamos no ano passado o Hot Beach You, com 800 apartamentos e comemoramos recentemente, mais de duas mil cotas vendidas para o empreendimento de lançamento, que é uma resposta favorável do mercado frente ao trabalho que estamos fazendo”.

O Hot Beach consolidou-se como um dos principais parques aquáticos do município de Olímpia, no interior paulista (Foto – Divulgação)
Entretenimento é a chave

Carlos Eduardo, Diretor de Operações Comerciais do Hot Beach, ressalta: “Estamos entrando, no quesito entretenimento, com uma atuação robusta para nossos hóspedes. Além do parque aquático, lançamos no ano passado a Vila Guarani, que é um segmento muito em voga, do entretenimento seco, noturno, com shows musicais, espetáculos temáticos como o Encontro Encantado, tudo elaborado com nosso time em Olímpia e, que acaba reforçando o parque e abrindo o leque de opções, arredondando o produto. O entretenimento noturno acaba atraindo o público local, desenvolvendo a gastronomia, os produtores locais e o suporte de desenvolvimento de novos produtos, sejam artísticos, temáticos, folclóricos e, não podemos deixar de fora, a consciência ESG, que também impacta as famílias e cria novos hábitos transformadores”.

Outros desafios

Heber Garrido também aponta a questão da mão de obra qualificada como um dos desafios mais complexos enfrentados pelo mercado. “Para o destino Olímpia e várias outras localidades e segmentos, ainda é um desafio a questão de mão de obra qualificada. Para se ter noção, passamos em média no ano passado, com cem vagas em aberto, pois existe uma dificuldade em atrair talentos, mas estamos compartilhando cada vez mais e de forma consistente o propósito da empresa e formar colaboradores, sendo inclusivos e competitivos, em um destino que tem história de grande direcionamento de mão de obra para o agrobusiness. Temos uma característica que é o desafio de sermos parte de uma indústria que não fecha, então temos de encontrar talentos que tenham disposição para atuar aos finais de semana, nas madrugadas, pois estamos 24 entregando experiências para o nosso hóspede”, afirma o Diretor. “Finalizo ressaltando que temos hoje produtos para todas as classes sociais, 30% em média do nosso parque é day use, para atender a região e cidades próximas de Olímpia. Temos um direcionamento para famílias, com serviços diferenciados. O que é diferente da proposta de outros parques da região”, finaliza.

Heber Garrido e Carlos Eduardo, ambos do Hot Beach, na última WTM Latin America, em São Paulo (Foto – Divulgação)

Carlos Eduardo exalta a importância da retenção de talentos para a funcionalidade de todos os setores. “Temos um trabalho muito forte de retenção, que inclusive não é só sobre a força laboral, mas também do suporte para as famílias. O desenvolvimento hoje de oito linhas de ônibus, não só para Olímpia, como para as cidades do entorno, tem funcionado muito no sentido de manter esse time mais engajado junto com os hotéis”, finaliza.

Destaque no Nordeste

Empreendimento consolidado como referência em lazer e entretenimento na região Nordeste, o Beach Park, localizado no município de Aquiraz, em Forteleza (CE), também é parte importante do crescimento do setor. Sobre o momento favorável e os números positivos que o Panorama Setorial apresentou, Murilo Pascoal, CEO do Beach Park, observa: “Para o segmento deslanchar de vez, é importante a manutenção do PERSE, que foi o programa fundamental para que o setor sobrevivesse e que agora está estabilizando. Esse crescimento projetado é super importante para que isso seja mantido, lembrando que o setor é uma alavanca para o turismo como um todo, para movimentar os hotéis, resorts, agências e locadoras”.

O executivo afirma que o segredo para a boa performance e desempenho, está no desenvolvimento de programas de treinamento, de qualificação e melhorias internas, muito pelo fato de ser uma área na qual muitos colaboradores experimentam como primeiro emprego. “Uma área nova que não existe uma formação, mas ao mesmo tempo, uma área que possibilita que essa formação seja feita dentro de casa. O Beach Park acredita muito no desenvolvimento das pessoas dentro das organizações”.

Para Murilo, o interesse do brasileiro por destinos e experiências dentro do País (despertado principalmente durante a pandemia), não deve arrefecer nos próximos anos. “A questão do aumento do dólar incentivou e tirou da inércia o movimento de muitas pessoas de conhecer o País. Pelo que pudemos perceber, essas pessoas tiveram uma boa experiência conhecendo várias regiões ou aumentando esse hábito de viajar dentro do Brasil. Essa inércia foi quebrada com bons produtos, bons serviços, um bom atendimento e isso continua crescendo. Dentro desse crescimento, tem os investimentos que os parques estão fazendo para gerar mais interesse nas pessoas de voltarem e curtirem as novas atrações. E isso é uma roda que vai gerando uma sinergia positiva”.

O CEO revela ainda que o Beach Park recebe, na soma de todos os produtos (Aqua Park, Praia e os quatro hotéis do complexo), mais de um milhão de pessoas anualmente. “Temos produtos para diversas faixas de renda da população e procuramos atender todos da melhor maneira possível, criando experiências que sejam adequadas para os diferentes tipos de pessoas e interesses”. E conclui: “Como novidades que estão por vir, destaco uma área nova na Vila Azul do Mar, centro de entretenimento do Beach Park, que tem tido um sucesso muito grande entre nossos clientes. O parque também terá uma nova atração no segundo semestre, além de um parque novo que será inaugurado também nesse período. Teremos também uma parceria com o Canal Gloob no mês de julho para as Férias no Beach Park”.

Criar experiências e lembranças marcantes

Essa talvez seja, entre outras premissas da Bourbon Hotéis & Resorts, a que mais se destaca. Alinhada com as tendências e pensando sempre no bem-estar e no oferecimento de experiências de qualidade aos hóspedes, a rede anunciou a inauguração do Acqua Kids no Bourbon Atibaia, um dos expoentes do lazer e entretenimento na região.

O Acqua Kids, um parque aquático indoor com uma estrutura completa para a diversão das crianças e de toda a família, tem previsão de abertura no segundo semestre de 2023. A nova atração faz parte do projeto de ampliação das áreas de lazer e entretenimento do resort, que já conta com piscinas climatizadas, piscina aquecida, beach tennis, quadras de tênis, salão de jogos, arco e flecha, campos de futebol, além dos incríveis espaços temáticos Turma da Mônica, sendo a única marca de resorts com essa parceria.

O Bourbon Atibaia decidiu iniciar o processo de expansão do complexo aquático com a criação do Acqua Kids, e para isso a rede hoteleira fez um investimento de aproximadamente R$ 9 milhões no projeto.

Em uma área de mais de 1.000 m² e com capacidade para 300 pessoas, o novo espaço contará com piscina e atrações principais, como o brinquedão aquático e o brinquedão seco. O Acqua Kids será interativo, e ficará em uma piscina de 360 m², com 30cm de profundidade, apropriada para crianças de 3 a 10 anos de idade. Com temática do fundo do mar, no local haverá escorregadores, baldão gigante e arcos com esguicho de água. Já o brinquedão seco, criado especialmente para o novo complexo, contará com piscina de bolinhas, balanço, e circuitos com muita diversão, além de espaços para crianças menores de três anos monitoradas pelos pais ou responsável.

Alceu Vezozzo: “A partir do Acqua Kids, iniciaremos todo o plano de expansão das áreas de lazer do resort”

Segundo Alceu Vezozzo Filho, Presidente da Rede Bourbon Hotéis & Resorts, “No Bourbon Atibaia possuímos uma das melhores estruturas de lazer e entretenimento para os nossos hóspedes. Mas sempre estamos querendo oferecer novas experiências, e por isso resolvemos desenvolver o projeto do Acqua Kids, o primeiro parque aquático indoor da Rede Bourbon. A partir daí, iniciaremos todo o plano de expansão das áreas de lazer do resort”.

O Acqua Kids poderá ser utilizado em todas as épocas do ano, inclusive no inverno, quando a temperatura das piscinas ficará entre 30 e 32 graus. Nas outras estações do ano, a temperatura da água será ambiente.

Outro cuidado do resort é em relação ao tratamento das águas do novo espaço de lazer, que passará por um circuito fechado de filtros, mantendo-a sempre na melhor qualidade de balneabilidade, por isso, serão sempre potáveis. A utilização e acesso ao parque aquático indoor do Bourbon Atibaia Resort será restrito aos hóspedes e não será aberto ao público em geral.

O Bourbon Atibaia Resort também prepara um atrativo inédito para 2024: o Bourbon Beach, a primeira praia artificial da região. Com inauguração prevista para o próximo ano, o novo espaço será construído em uma área após as piscinas infantis, com acesso através de uma passarela e contará com rio lento, bangalôs, bar molhado e redário.

Retrofit nos apartamentos e suítes

Além das novidades na estrutura do complexo de lazer, o Bourbon Atibaia Resort finalizou um processo de retrofit, passando a ter serviços diferenciados na categoria de apartamentos superior plus. Quem optar por se hospedar nessa categoria de acomodação de quinta-feira a domingo, poderá desfrutar de um jantar no restaurante de gastronomia italiana (sujeito a disponibilidade no período). Nessa primeira fase, 200 apartamentos já foram modernizados, com investimento aproximado de R$ 7 milhões, mas esse processo é contínuo e incluirá todas as acomodações.

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