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Em artigo, Alexandre Sampaio (FBHA) aborda realidade do setor

A realidade enfrentada pelo setor de hospedagem e alimentação no Brasil

Alexandre Sampaio*

De acordo com a “Sondagem empresarial dos impactos da COVID-19 no setor de Turismo do Brasil”, feito pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), 51% das pessoas consultadas – sendo estas profissionais relacionados ao Turismo – acreditam que o segmento conseguirá se recuperar apenas no ano que vem. Vemos que esse fato pode ser corroborado com uma breve observação da situação na qual o País está inserido hoje em dia: com a paralisação comercial na maioria dos Estados, há um impacto direto em todos os hotéis, bares e restaurantes brasileiros, o que influencia na movimentação turística e econômica das regiões.

Com base nos dados divulgados, no começo do mês de junho, pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o setor perdeu quase R$ 90 bilhões, em três meses, por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus. A realização do isolamento social para reduzir a transmissão da doença é extremamente necessária, no entanto, não podemos negar que impacta, impactou e ainda impactará negativamente em toda cadeia produtiva turística. Sabemos que a deterioração empresarial se agrava diariamente e, apesar de lutarmos contra os prejuízos iminentes, ainda há um futuro incerto para o turismo nacional.

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Neste momento, não podemos fugir da realidade. Por isso é importante manter os pés no chão para conseguirmos pensar com clareza. Atualmente, as nossas expectativas são baixas quanto a uma possível retomada integral. Sem uma vacina, não podemos garantir uma circulação populacional como tínhamos antes da pandemia. Entretanto, é válido frisar que estamos trabalhando constantemente para que os protocolos de higiene sanitária sejam aplicados com rigor e, na situação atual, é um grande passo para os empreendimentos voltarem a funcionar. O certo é que com a neutralização do vírus, o nosso setor terá mais segurança para retornar às atividades e, com isso, sair da atual crise em que nos encontramos.

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Claro que, em relação ao funcionamento dos estabelecimentos, temos algumas exceções espalhadas pelo país. Algumas regiões, por possuírem maior controle acerca da COVID-19, conseguem retomar, gradativamente, as rotinas de antes, com cuidados extras. Nosso país é grande e, certamente, devemos ser gratos pelas inúmeras riquezas que temos, mas, o fato é que, a dimensão do Brasil impossibilita uma retomada conjunta. Por isso, devemos acompanhar de perto cada Estado para atuar de acordo com as necessidades de cada local.

Friso que, da forma em que estamos, enfrentamos um sério problema quanto à projeção da recuperação, visto que a questão do custo de manutenção da folha, no atual cenário, sem demanda e com impostos minimamente suspensos, traz insegurança para a cadeia turística. Somos empregadores por excelência, então, é uma situação atípica que tem impactado todo o parque nacional de hospedagem e alimentação.

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Ainda assim, mantenho a esperança de que dias melhores virão. Nossos parceiros do segmento não estão sozinhos, pois enfrentamos batalhas diárias para atender todas as empresas que temem pelo dia de amanhã. Não podemos nos abater pelo cansaço e, tampouco, pela apatia. É hora de levantar o rosto e reerguer a postura, porque, juntos, somos mais fortes.

* Presidente da FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação)

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Claudio Schapochnik

Cláudio Schapochnik - Repórter

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