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Balneário Camboriú quer revolucionar mercado imobiliário/hoteleiro

Proposta de mudança no Plano Diretor vai incentivar a renovação hoteleira da cidade e impulsionar a valorização imobiliária

Balneário Camboriú (SC), que tem apenas 18 mil km² e população de pouco mais de 145 mil habitantes, deve ser impactada nos próximos meses por um novo salto de desenvolvimento que vai impulsionar tanto o mercado imobiliário como o setor de turismo. A novidade é uma proposta de alteração no Plano Diretor para implantar um modelo que permite áreas destinadas a hotéis dentro de prédios residenciais.

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Atualmente, Balneário Camboriú possui uma hotelaria com poucas redes, composta por cerca de 110 estabelecimentos com pouco mais de 20 mil leitos, sendo que a cidade espera receber em 2024 cerca de 4 milhões de turistas. “Em algumas regiões da cidade haverá um incentivo vocacionado tanto às empresas hoteleiras quanto às construtoras, obtendo um índice máximo de capacidade para implantação do hotel, e não haverá cobrança de outorgas onerosas, ou seja, pagamento pelo uso do espaço aéreo além do permitido por lei, e isso deve impulsionar à criação de hotéis porque será isento. Também queremos ampliar o potencial construtivo em projetos de uso misto, incentivando a fachada ativa com a instalação de comércio, mas o potencial construtivo da parte residencial, que é aquela que adensa e cria um ambiente mais difícil de enfrentamento na questão da mobilidade, não será ampliado”, explica o secretário de Planejamento de Balneário Camboriú, o engenheiro Rubens Spernau.

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Para o especialista em mercado imobiliário de alto padrão, Renato Monteiro, a mudança no Plano Diretor vai impactar positivamente a cidade nos próximos anos, já que irá gerar a qualificação na rede hoteleira, assim como acontece com a construção civil. “Com essa novidade, Balneário Camboriú vai ganhar uma rede hoteleira moderna e de alto padrão. Com opções de hospedagens que vão atender as necessidades de um público mais exigente, a cidade vai atrair um turismo mais qualificado e com maior poder aquisitivo, o que reflete diretamente no mercado imobiliário, inclusive, com valorização dos imóveis que pode chegar a até 200% nos próximos cinco anos. O público de classes A e A++, diferentemente de outras classes sociais, não costuma alugar hospedagens de casas e apartamentos de temporada ou por aplicativos. Eles preferem toda a comodidade que um hotel oferece. Por isso, temos uma excelente oportunidade de atrair pessoas de alto nível para turismo e atender com melhor qualidade aqueles turistas de negócios e eventos, especialmente com a implantação do centro de eventos na região”, afirma Renato.

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Também com objetivo de incentivar a renovação da rede hoteleira da cidade, o governo municipal quer alterar a restrição no tamanho do terreno mínimo para implantação de um hotel, que hoje é de 2 mil m², o que se torna inviável pelo preço do terreno.  “Queremos mudar para que a partir de 750 m² de terreno possa ser implantado um receptivo na cidade e um estabelecimento com características executivas se adequa muito bem num ambiente desse. E isso também vai flexibilizar e vai possibilitar que Balneário Camboriú tenha mais empreendimentos hoteleiros, além de ampliar o atendimento da demanda que vem a negócios”, detalha Spernau. A previsão é que em abril as mudanças no Plano Diretor sejam apresentadas à comunidade em audiências públicas para depois o projeto de lei ser remetido para a aprovação na Câmara de Vereadores.

Setor hoteleiro está otimista

Quem vê a mudança com bons olhos é o presidente do FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil, Orlando de Souza. “O modelo proposto por Balneário Camboriú é relativamente novo no Brasil,  embora seja uma fórmula que seja utilizada em outros mercados mais maduros da hotelaria, em especial nos Estados Unidos”, comenta Souza. Já para o conselheiro da ABIH – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis e hoteleiro na cidade, Osny Maciel Junior, essa será uma grande oportunidade para que a hotelaria se renove, inclusive, para atender uma demanda crescente do turismo de negócios. “Os estabelecimentos terão a necessidade de se atualizar, porque a cidade deixou de ter apenas o turismo de Sol e Mar e tem que receber também o público corporativo devido a abertura do centro de eventos”, declara Junior.

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Inaugurado há menos de dois anos, o Expocentro Balneário Camboriú Júlio Tedesco tem mais de 33,5 mil m² de área construída e já recebeu mais de 100 eventos e cerca de 350 mil pessoas. Para este ano restam poucas datas em aberto e para 2025 conta com um aumento de 10 a 12% de eventos, em comparação a 2024.

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Denise Bertola

Denise Bertola é Repórter da Revista Hotéis

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