‘Segurança no setor’ rege painel no I Fórum de Soluções Hoteleiras
Com a participação do consultor hoteleiro Maarten Van Sluys, Adilson de Toledo Souza, Diretor da On Time Consultoria e Gestão de Segurança e Jessé Resende, Diretor Geral da Saga Systems Brasil, foi finalizado há pouco mais um painel do 1º Fórum de Soluções Hoteleiras da Revista Hotéis, realizado em São Paulo. O tema abordado foi “Segurança na Hotelaria, uma preocupação Constante”, mediado pelo jornalista e Publisher do Diário do Turismo.
Maarten comentou sobre a importância de medidas preventivas que evitam determinadas situações que põem em risco a segurança e até a vida dos hóspedes. “Percebemos fragilidades fortes dentro da operação hoteleira. Estamos muito atrás no que devemos fazer em relação à segurança. É uma preocupação prioritária das pessoas que viajam hoje em dia, que levantaram ações de empresas que homologam os hotéis em relação à segurança patrimonial e física. A segurança de TI também é extremamente importante, no que se diz respeito aos dados dos clientes”, pontua.
De acordo com Jessé, o brasileiro ainda se preocupa muito pouco com a segurança, e é uma questão que deve ser controlada o tempo inteiro. “Em via de regra, os hóspedes estrangeiros priorizam hotéis de bandeira internacional, pois esperam um padrão de segurança que já conhecem. Esta identificação se dá exatamente por causa da segurança, independente deste momento que vivemos com grandes eventos esportivos. O nosso dia a dia na hotelaria precisa ser levado mais a sério. Todas as pessoas são importantes, não importa se ela é famosa ou não”, comenta o especialista.
Ele fala ainda que as preocupações dos gestores devem ser muito maiores do que de fato são. Os hotéis brasileiros seguem uma norma contando com apólice de seguro, mas, segundo Jessé, ele não vê um gestor solicitando um analista de risco para dar opiniões de como ele pode melhorar suas instalações, mesmo se tratando de um serviço que faz parte desta apólice.
Adilson de Toledo compara a segurança no hotel com o seguro de um veículo, que só é valorizado por aqueles que um dia já precisaram dela. “Segurança não é só um problema da polícia. Devemos nos preocupar com tranquilidade, dignidade e salubridade, que são garantidos com a segurança – o que não acontece nos nossos dias. Esta é a primeira coisa que as pessoas visam quando vão escolher um destino turístico. Precisamos de uma mudança cultural”, declara.
Toledo, que também é Coronel, defende que falta ainda muita capacitação nesta área, que não pode ser vista como um departamento. Segundo ele, vêm à mente do gestor hoteleiro os procedimentos para segurança como um custo, o que na verdade é um processo. “A partir do momento que cada setor do hotel souber como a segurança impacta em seus serviços a partir da tecnologia, será possível falar e tratar este assunto de maneira que não seja um tabu”, afirmou.
Os participantes do painel também pontuaram sobre segurança alimentar, que nem sempre é previsível mas pode ser evitada. Para Maarten, o que existe são boas práticas que não são cumpridas, instalações inadequadas, contaminação cruzadas, mau preparo de alimentos, entre outros processos que merecem mais atenção do que se é dado. “A melhor forma de evitar a contaminação cruzada a partir de confinamento, como é o caso dos alimentos em navios, é ter uma pessoa que diariamente analise e guarde amostras dos alimentos. O cuidado deve ser constante”, menciona.
Jessé diz que a próxima tecnologia em relação à fechadura e abertura de portas de hotéis deverá ser o reconhecimento facial, em meados de 2020 e 2030, já que ainda é incipiente a abertura das portas com celular, que ainda está sendo adaptado.
Maarten falou ainda sobre gerenciamento de risco, onde se estuda as possibilidades de furto, roubo e perigos inerentes ao hóspede, prevendo o que pode acontecer e como precaver; e gerenciamento de crise, em que entra o preparo no momento de resolver o problema. “Em um cenário de retração, todo mundo releva a preocupação com acontecimentos graves e descarta o treinamento prévio”, resume.