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O setor de turismo e a política partidária

Artigo de Toni Sando*

O Brasil, um País com uma diversidade natural e cultural invejável e de tamanho continental, enfrenta desafios graves no setor do Turismo, este, com potencial de ser um grande gerador de riqueza, renda e emprego em curto prazo. A falta de políticas públicas consistentes ao longo dos anos resultou, além de um subestimado número de turistas, em perda significante de posições em rankings internacionais, tão importantes na promoção no momento da captação de novos eventos e visitantes, comprometendo seu potencial como um dos melhores destinos do mundo. Enquanto o turismo é uma fonte de oportunidades, capaz de atrair investimentos e promover a prosperidade, a política partidária parece estar desconectada dessa realidade, resultando em uma gestão instável e turbulenta.

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As trocas ministeriais a partir de negociações partidárias não é novidade, como foi reforçado nos últimos dias pelo Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e são compreensíveis. A governabilidade de um líder do executivo é resultado de uma série de ações e reações. Entretanto, colocar a estrutura da Embratur, Agência Brasileira de Turismo, que existe com um objetivo mercadológico de promover os destinos brasileiros no mundo, por meio de participações em feiras internacionais, execução de campanhas de marketing e planos de mídia e na capacitação de agentes de viagens pelo mundo para vender o Brasil, entre outras atribuições correlatas, neste jogo é de uma incoerência sem tamanho.

O setor do turismo, eventos e viagens, há tempos, ansiava por uma agência de promoção profissional e independente que representasse o Brasil internacionalmente. O reposicionamento da Embratur trouxe esperança durante o governo de transição e pelo trabalho apresentado nos últimos meses, com a criação de uma equipe de primeira qualidade, estratégia baseada em fatos e dados e posicionamento forte de um grande destino preparado para o turismo. Alinhadas a essa visão, as organizações de Visitors e Conventions Bureaus compartilham o objetivo de promover seus destinos por meio de metodologias inteligentes e focadas, considerando aspectos como sustentabilidade e tecnologia.

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As associações do setor de turismo, eventos e viagens acompanham de perto, com otimismo, crítica e perseverança, cada passo tomado pela Embratur, torcendo pelo aumento de sua relevância e atuação, busca por novas formas de recursos que fortalecerão as ações de promoção, além dos projetos estratégicos frente a pesquisas, dados, diversidade, sustentabilidade, modernização etc.

No entanto, a atual conjuntura política coloca em risco os avanços conquistados. A barganha política e as disputas partidárias parecem ter tomado a dianteira, em detrimento dos interesses do setor do turismo e da cadeia produtiva envolvida. Essa abordagem contradiz a realidade setorial e prejudica o progresso que poderia ser alcançado.

Em um momento crucial em que o Brasil busca recuperar sua economia, criar empregos e atrair investimentos, é preocupante ver a política partidária sendo priorizada em detrimento das necessidades do setor do turismo. Ao colocar interesses escusos acima da promoção da atividade econômica, corremos o risco de limitar nosso potencial e desperdiçar oportunidades valiosas de crescimento econômico.

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É fundamental que as decisões sejam baseadas em critérios técnicos, profissionais e alinhadas aos objetivos do setor. O Brasil precisa de uma abordagem consistente e comprometida com a construção de uma indústria do turismo sólida e competitiva, capaz de explorar plenamente suas riquezas naturais, culturais e toda a estrutura preparada para receber visitantes, saindo da famigerada faixa dos 6 milhões de turistas internacionais por ano.

Os desafios e as oportunidades no setor são enormes, e é essencial que os líderes políticos estejam conscientes disso. O país merece uma gestão comprometida com o desenvolvimento do turismo, que coloque os interesses nacionais acima de interesses partidários, promovendo uma visão de longo prazo e contribuindo para o crescimento sustentável do setor. Somente assim poderemos aproveitar plenamente o potencial do Brasil como um destino de destaque no cenário internacional.

*Toni Sando é Presidente da Unedestinos – União Nacional dos CVBs e entidades de destinos e Presidente executivo do SPCVB – São Paulo Convention and Visitors Bureau e membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo.

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Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 31 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.

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