Hotelaria no RS faz mais demissões, diz Fecomércio
A Sondagem de Segmentos da Fecomércio-RS – Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul realizada entre os dias 1 e 17 de julho passado, com 385 empresas do segmento de Meios de Hospedagem, apontou que 58,4% das empresas pesquisadas promoveram alterações da força de trabalho em função da pandemia de COVID-19. Entre as alterações, 50,2% demitiram, 31,6% promoveram redução da jornada e de salários e 16% suspenderam contratos de trabalho.
O Presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, diz que “o setor tem sido fortemente afetado em decorrência da redução da mobilidade das pessoas em todo o território nacional, tanto para turismo quanto para negócios. A pesquisa apenas confirma uma realidade bastante preocupante, inclusive com os 7,3% que disseram estar com seus negócios fechados”.
Nenhuma das empresas do segmento de Meios de Hospedagem apontou ter tido aumento de faturamento no período e, entre os respondentes, 50,4% afirmaram ter tido perdas superiores a 50% na comparação com o mesmo período de 2019. A sondagem mostrou também uma considerável dificuldade de aplicação de medidas para evitar quedas das suas vendas: apenas 35,3% fez algum tipo de ação nesse sentido.
Outro dado refere-se ao número de quartos dos hotéis e pousadas do Estado gaúcho: 27% têm de 26 a 50 habitações; 25,7% de 11 a 25 quartos; 23,9% dez ou menos; 15,3% de 51 a 100 e 8,1% mais de 100 habitações.
Finanças
Quanto ao financiamento do negócio, 43,9% disseram que estavam utilizando de capital próprio para pagar contas da empresa e 10,9% afirmaram ter tomado empréstimos. Ainda, 6,2% referiu ter tentado pedir empréstimos, mas não conseguiu acesso aos recursos. “É fundamental um olhar atento do poder público para esse segmento neste momento”, ressalta Bohn.
A sondagem deste ano mostra que 61,6% das empresas do setor têm mais de dez anos de atividade no mercado seguidas por 13,2% entre cinco e dez anos de atuação e 11,7% com um ou três anos de existência. Para 64,9% das entrevistadas, o maior empecilho ao crescimento das vendas do negócio é a crise que o País vivencia seguida pela baixa demanda (31,9%) e pela carga tributária (16,1%). Legislação (13,2%), alto custo de manutenção (11,7%), concorrência (7,5%), falta de crédito/capital de giro (3,4%), falta de estratégia e planejamento (1,8%) e a dimensão física do negócio (0,3%) foram as outras causas apontadas como impedimento para o crescimento das vendas.
A pesquisa também apontou que 67,8% das empresas realizam mensalmente uma análise de suas finanças, sendo que 16.4% a fazem semanalmente e 15,8% tem um controle muito superficial ou simplesmente não analisa as finanças. Com base na análise sobre as finanças do negócio, 71,9% afirmaram elaborar e colocar em prática estratégias para o alcance dos objetivos propostos e 20,8% não elaboram estratégias a partir da análise financeira.