Caio Calfat palestrou em encontro realizado pela Interval Brasil
O Consultor Caio Calfat, Presidente da ADIT Brasil, foi o primeiro palestrante do evento que a Interval International está promovendo no dia de hoje ( quinta-feira, dia 27 de outubro) no HUB Food Art Lounge, no hotel Pullman Vila Olímpia, em São Paulo. Sua palestra que terminou agora há pouco, denominada “Cenário da Multipropriedade no Brasil”, buscou jogar uma luz sobre o momento da multipropriedade no Brasil, a robustez do negócio no País e os principais desafios que a modalidade ainda enfrenta, passados dois anos de pandemia.
Calfat iniciou a sua apresentação com agradecimentos aos organizadores e aos convidados presentes e em seguida, um breve resumo da história da multipropriedade no País. “Antes as pessoas chamavam nossos produtos de cotas imobiliárias, mas não havia regulamentação ou base legal. Essa apresentação que eu trouxe é mais completa, que apresento em todo o País e bastante elucidativa para quem nunca ouviu falar de multipropriedade.
Uma observação interessante é que o setor turístico nunca passou por uma crise tão acentuada. Na verdade foram três, a começar pela super oferta na Copa do Mundo, passando pela queda da demanda em função da economia durante a queda do Governo Dilma e culminando na pandemia, com fechamento de hotéis e, depois de tudo, na abertura, sem encontrar hóspedes. A hotelaria de lazer viveu bons momentos com os imóveis de segunda residência, que em função da pandemia, testemunhou um fenômeno, passando a ser para muitos, a sua primeira habitação. 18% dos que saíram de suas casas para esses lugares não voltaram mais, segundo dados do SECOVI.
Esse é um fenômeno que veio para ficar. Falando da multipropriedade, nós temos dentro da hospitalidade os empreendimentos de base hoteleira e de base imobiliária. Existem hotéis, resorts e algumas variações desses produtos. No segundo momento, os residenciais com serviços hoteleiros. Para muita gente que não sabe de onde surgiu a multipropriedade, é importante começar o conceito com essas informações. Em 2013 a pedido de vários associados da ADIT Brasil, de timeshare, para tentarmos criar um evento chamado ADIT Share, cuja primeira edição aconteceu no Rio Quente Resorts. Ali criamos um grupo de desenvolvimento de ações, e no segundo evento, fui procurado por um grupo de empreendedores de Goiás que desejam a regulamentação das frações imobiliárias. Assim foi feito”.
Calfat relembrou a sanção da lei da multipropriedade pelo Presidente em exercício, Michel Temer e a criação do Manual de Boas Práticas da Multipropriedade. “Nesse manual abordamos um roteiro de desenvolvimento de uma unidade de multipropriedade, disponível para download nos sites da ADIT Brasil, SECOVI e Caio Calfat Real Estate Consulting. Muita gente confunde a multipropriedade com o timeshare, incluindo juízes. Dentro da lei geral de turismo existe um capítulo sobre timeshare. A multipropriedade é um imóvel, existe escritura e quem compra tem as responsabilidades de proprietário. Nós estamos esclarecendo junto ao setor jurídico essas diferenças”, explicou Calfat.
Cursos, capacitações e números
Calfat também pontuou que o SECOVI realizou no passado, cursos sobre multipropriedade, que atingiram um grande número de alunos interessados. “Queremos formar uma nova turma após a próxima edição do nosso evento ADIT Share. Dessa vez serão dois dias de conteúdo. Em abril deste ano, mal saindo da pandemia, tivemos esse crescimento de 24% nas vendas. São considerados somente os empreendimentos que já estão a venda e não os que se encontram em desenvolvimento. Nosso próximo relatório sairá em março de 2023. São 156 empreendimentos. Para o próximo relatório vamos tirar da conta os que já estão em operação há bastante tempo. Vão sair da conta da curva de crescimento mas permanecerão no número de unidades.
A maior parte desses empreendimentos são no Pará. A região Nordeste demorou, mas cresceu nos últimos anos. A região Sul, com Gramado e Foz ganharam robustez, além do litoral e da serra catarinense. O Centro-Oeste está descobrindo novos destinos. O estoque no ano passado estava em 49% que era um ‘absurdo’, pois mais de 35% começa a ser considerado encalhe. Como o estoque caiu bem, de 49% para 42%, acreditamos que o fator pandemia foi determinante. Quando o estoque cai de 30% cresce o valor devido a falta de produto. Não queremos super oferta e nem falta de oferta, o equilíbrio é necessário”, ressaltou.
Resumo de 2022
– 28 novos empreendimentos;
– 6.574 novas unidades;
– + 185.291 novas frações;
– Semanas/Fração: 1,84;
– R$ 37.503 é o preço médio da semana;
– 235 UH’s é o tamanho médio dos empreendimentos
