Martin Medrado palestrou na Conferência Regional 2019 da Wyndham
Direto da Cidade do Panamá – Ele é ex-presidente do Banco Central da Argentina entre 2004 e 2010 e sua palestra que terminou agora a pouco procurou destacar uma visão macro da economia na região. Essa palestra faz parte da programação do evento que a Wyndham Hotels & Resorts está promovendo até amanhã no hotel Wyndham Panamá Albrook Mall. Cerca de 200 profissionais da hotelaria de várias partes da América Latina estão participando desse evento. Medrado iniciou sua palestra destacando que a América latina é muito dependente da taxa de juros nos Estados Unidos, a variação do dólar tem um forte impacto na região, pois os países dependem de câmbio favorável em razão da vocação de exportação de matérias primas agrícolas ou produtos manufaturados. “A América Latina tem de desenvolver baseada em serviços com especializações e utilizar muito a tecnologia para ganhar competitividade. Segundo estudos de mercado, apenas 10% das empresas na América Latina estão agregando tecnologia em seus métodos produtivos”, disse Medrado.
A guerra comercial que está travando os Estados Unidos com a China no ponto de vista de Medrado impacta de forma direta no crescimento dos países latino-americanos, pois ambos são grandes importadores de commodities. “Somado a esse fator, está a desaceleração da economia norte-americana. O cenário nos próximos anos é desafiador e as perspectivas de crescimentos mundial estão caindo de 3,9% para 3,5%. A discussão ano passado era se o mundo teria mais inflação. Agora a discussão é outra. Se a atividade econômica vai crescer”, avalia Medrado.
Ele expôs vários desafios que os países latino-americanos terão nos próximos anos e em especial no Brasil destacou: “O Brasil necessitará promover as grandes reformas, como a previdenciária e fiscal para continuar crescendo. O País tem perspectivas muito boas, mas recupera em ritmo muito devagar em razão da nova administração que o Bolsonaro está implantando. Acredito que existe um potencial de crescimento para o Brasil nos próximos anos em torno de 4%, mesmo patamar que deverá ficar a inflação. O País deverá continuar sendo um dos emergentes que mais vão captar recursos, graças as concessões em cursos que visam melhorar a infraestrutura. Outro desafio em curso que o Brasil previsa resolver é o combate a corrupção, pois isso impacta na decisão dos investidores internacionais”, enfatizou Medrado.
Fixar câmbio para ele não é a melhor solução para ajustes nas economias latino-americanas, e um cuidado que as economias regionais devem ter é em relação a projeção do preço do petróleo, pois o mundo está cada vez menos demandando essa commodities. E ela é pauta da economia de países como Brasil, Argentina e México.
A reportagem da Revista Hotéis viaja ao Panamá de Copa Airlines a convite da Wyndham Hotels e Resorts para cobrir esse evento e se hospeda no Wyndham Panamá Albrool Mall