Turismo retornou com força total no Brasil e está impactando a hotelaria

Avanço da vacinação define a retomada do turismo no Brasil e isso impacta a hotelaria

O avanço da vacinação é o estopim da retomada definitiva do turismo no País. No estado de São Paulo todos os habitantes acima de 18 anos já receberam a primeira dose que agora começa a ser aplicada nos adolescentes acima de 12 anos. A segunda dose avança rapidamente no Estado e no final do mês de agosto já alcançava cerca de 28% da população no Brasil. Além desse número alentador para a retomada do turismo, que foi o primeiro setor a entrar na recessão da pandemia da COVID-19 e está sendo o último a sair, outros dados econômicos também apontam no aquecimento da economia. Segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a safra agrícola manteve-se em nível recorde, com estimativa de 256,1 milhões de toneladas até o fim do ano. A produção de soja também continua a elevar seus recordes. Somados ao arroz, os dois produtos representam 92,4% da safra. Os dados são do Levantamento Sistemático de Produção Agrícola, divulgados pelo IBGE. Soma-se a isso, o aquecimento da indústria da construção, o crescimento do número de empregos formais com carteira assinada e a estimativa de crescimento do PIB em 4,5% em 2021, de acordo com o Banco Mundial.

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Dentro deste cenário, a retomada do turismo e consequentemente da hotelaria é a consequência natural de uma indústria que sobreviveu a outros desafios e saiu renovada. Para isso, teve que adotar novos procedimentos, novas tecnologias e novos hábitos que só fizeram aperfeiçoar serviços e produtos, reinventando o negócio e mantendo seus números cada vez mais relevantes para a economia do País.

Turismo retornou com força total no Brasil e está impactando a hotelaria
O Pátio da Mata, um dos espaços de evento do Bourbon Cataratas do Iguaçu Resort (Foto – Divulgação)

A Rede Bourbon, com mais de 20 hotéis no Brasil, já começou a sentir a melhora do setor, principalmente após a flexibilização das autoridades para eventos presenciais de médio porte. O Bourbon Atibaia Resort, por exemplo, contava com 50% de seu faturamento proveniente dos eventos corporativos antes da pandemia com capacidade para mais de duas mil pessoas em salas de eventos amplas e arejadas. Com a retomada do mercado os meses de agosto, setembro e outubro, já tem reservas para eventos de médio porte, para até 450 pessoas, permitindo o distanciamento social.

Além disso, o empreendimento segue todos os protocolos de segurança da COVID-19 com exigência de uso de máscaras e disponibilização de álcool em gel e além disso, faz parte do programa “Limpeza que você pode confiar”, iniciativa da Ecolab para clientes que adotam um alto padrão de limpeza e higienização, além dos mais rigorosos protocolos de segurança.

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Em 2019, o Bourbon Cataratas do Iguaçu Resort inaugurou o Pátio da Mata, espaço multifuncional e flexível com 1.700 m² de área, totalmente integrado à natureza e ideal para todos os tipos de eventos. O último evento neste espaço foi um casamento, em março de 2020, antes do início da pandemia, mas agora, com a liberação de eventos para até 500 pessoas em agosto, na região, começaram a ser feitas novas reservas para eventos no local.

Oportunidades à vista

O Bourbon Curitiba Convention Hotel, por sua vez, encontrou um novo nicho de mercado em meio à crise. “Descobrimos que nosso hotel é ideal para mini-weddings, realizamos alguns eventos neste formato em 2020 e 2021, sempre com o número de convidados autorizados pela legislação municipal vigente, e tivemos um retorno muito positivos dos noivos e cerimonialistas”, destaca a Gerente da unidade Roseli Roiek.

Essa adaptação foi fundamental para manter as operações hoteleiras durante a pandemia, além de se adequar a sistemas de delivery e take away para os restaurantes, o Bourbon Atibaia Resort transformou um espaço de eventos corporativos em um restaurante italiano, o Dom Gaetano, mais voltado para o público de lazer. “Sabemos que ainda temos que seguir todos os protocolos de segurança, bem como a legislação específica de cada município e isso a Bourbon faz com o máximo de cuidado, mas estamos preparados para receber os empresários, que pouco a pouco retomam suas viagens de negócios essenciais e eventos corporativos. A expectativa é positiva para o setor hoteleiro no segundo semestre, principalmente pelo fato de termos uma boa parcela da população vacinada neste período”, declara Alceu Vezozzo, Presidente da Rede Bourbon.

A pandemia da COVID-19 foi uma oportunidade para o hotel Palácio Tangará, situado na capital paulista para investir na reestruturação e para isso fez um investimento de R$2 milhões. O investimento foi um risco que se mostrou acertado considerando a excelente performance do local nos últimos meses, que apresentou uma taxa de ocupação 200% acima da média da indústria hoteleira da cidade de São Paulo em 2021, além do aumento de ticket médio das hospedagens. O tempo de permanência média no hotel ainda apresentou um aumento de 20%, assim como a demanda de experiências gastronômicas e de spa, que experimentaram um crescimento vertiginoso neste mesmo período. Neste primeiro semestre de 2021, o hotel apresentou um aumento de receita de 10% em comparação a 2019, mesmo tendo diminuído em 90% o número de eventos sociais e corporativos em comparação a 2019. Já eventos de celebração mais intimistas apresentaram aumento durante o período de pandemia, demanda que se enquadra perfeitamente na estrutura de banquetes que o Palácio Tangará oferece ao mercado. O hotel, por exemplo, vem sendo muito procurado para mini weddings, com cerca de 15 convidados, que se tornaram uma grande tendência desde o último ano. Considerando os resultados do primeiro semestre de 2021, o estabelecimento tem projeções otimistas para o restante do ano com o avanço da vacinação e pretende continuar investindo em sua estrutura e em novas estratégias de marketing e vendas.

Se o turismo nacional já dá indícios de sua retomada, os resultados positivos do último mês podem ser uma boa amostra do que deve vir por aí com o avanço da vacinação. O Hot Beach Parque & Resorts, rede do Grupo Ferrasa formada por um parque aquático e três resorts em operação na cidade de Olímpia, interior de São Paulo, revelou os resultados de julho com recorde de receita, superando até mesmo os níveis pré-pandemia para o mesmo período.

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Ocupação histórica

Outro empreendimento hoteleiro que teve uma boa performance de ocupação foi o Wyndham Gramado Termas Resort & Spa, de Gramado. Julho foi o melhor mês de faturamento desde a abertura do resort em 2019. Além deste resultado, o resort obteve no primeiro semestre de 2021 aumento de 89% em vendas de apartamentos e aumento de 76% na receita de hospedagem na comparação com o ano passado. “O desempenho neste primeiro semestre foi muito positivo, especialmente porque nos três primeiros meses de 2020 a pandemia ainda não havia chegado ao Brasil. E agora o mês de julho superou todas as nossas expectativas, mesmo com a restrição de vendermos 75% do inventário”, revela o gerente geral do Wyndham Gramado, Marc Balanger.

Segundo ele, a demanda reprimida por viagens, o avanço da vacinação no Brasil e a impossibilidade de viajar para outros países foram fatores importantes para esse resultado. “As pessoas estão sentindo cada vez mais necessidade de sair de casa e passear, e com a vacinação evoluindo nos últimos meses, ficaram muito mais seguras de viajar sem receios. Além disso, como ainda existem restrições para viagens internacionais, muitos optam por visitar destinos regionais”, comenta.

Neste primeiro semestre, o perfil predominante de hóspedes no Wyndham Gramado foram os turistas regionais, que viajam de carro saindo de cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em junho, porém, já foi possível observar uma mudança, com aumento de hóspedes vindos da região Sudeste. “Com a chegada da alta temporada de inverno, a procura por reservas está em alta. Para os finais de semana de agosto, por exemplo, não temos mais disponibilidade de apartamentos”, completa Balanger.

O Gerente cita outros fatores que ajudaram no bom desempenho do resort em 2021, como as promoções realizadas e o novo atrativo da região: o Acquamotion, primeiro parque aquático indoor com águas termais da América do Sul. Localizado ao lado do Wyndham Gramado Termas Resort & Spa, o recém inaugurado Acquamotion é todo temático e tem sete piscinas, incluindo uma com ondas e outra de borda infinita ao ar livre na cobertura.

 

O Hot Beach Parque & Resorts na cidade de Olímpia (SP) também está registrando uma boa performance na taxa de ocupação. Houve uma performance superar em 16% a receita do de julho de 2019, último ano antes da pandemia. Configura ainda a máxima histórica de faturamento do Hot Beach Parque & Resorts para o mês, que desde 2018, com a abertura do Hot Beach Resorts, conta com três empreendimentos hoteleiros de alto padrão e com o moderno parque aquático Hot Beach, 9º mais visitado da América Latina e com atrações em águas quentes para toda a família.

Heber Garrido, Diretor de Marketing e Vendas do Hot Beach Parque & Resorts, pontuou: “Embora o resultado seja extremamente positivo em qualquer contexto, é ainda mais gratificante ver que o turismo nacional mostrou uma forte reação em plena pandemia, seguindo rigorosos protocolos de segurança sanitária. Com a vacinação se encaminhando para os últimos passos, trabalhamos com a perspectiva de chegar no verão de 2022 com a normalidade restabelecida”.

O resultado histórico acontece no mesmo mês da inauguração do quarto empreendimento hoteleiro da rede e primeiro no conceito multipropriedade: o Hot Beach Suites, localizado ao lado do parque aquático Hot Beach. Seus 442 apartamentos seguem a lógica de um misto de hotel e segunda casa, levando o conceito de multipropriedade para o complexo do interior de São Paulo. Ele se junta aos resorts Thermas Park Resort, Celebration Resort Olímpia e Hot Beach Resort.

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O Hot Beach já é um dos protagonistas do turismo de Olímpia (Foto – Divulgação)
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Transformação digital impulsiona retomada

Embora o call center siga como principal canal de reservas do complexo, representando 50% do share de vendas, a transformação digital do Hot Beach Parque & Resorts, iniciada em 2020 com novo site, já começou a render frutos: 12% do total das reservas foram realizadas integralmente pelo motor de vendas virtual do grupo, também recorde histórico para essa modalidade na companhia.

Para Giuliano Menegassi, Gerente de Marketing e Experiência Digital do complexo, “Hoje nosso cliente é quase 100% digital, e oferecer uma experiência de navegação rápida e fácil turbinou nossas vendas on-line”.

Como parte da transformação digital do Hot Beach, Giuliano explicou que os ingressos do parque agora são disponibilizados 100% por canais digitais, sem bilheterias físicas. Esse movimento começou ainda no pré-pandemia, quando foi implementado a comercialização de ingressos de forma híbrida, tanto online quanto física, antes de se tornar totalmente digital, evitando filas e aglomeração. “Esse momento nos motiva a fazer ainda mais investimentos para acelerar a transformação digital, assim como bater novos recordes nas próximas datas especiais, como a semana do consumidor e da Black Friday, aproveitando o crescimento em nossos canais on-line”, encerra Diego Ferrato, Superintendente Corporativo do Hot Beach Parque & Resorts.

Rápida recuperação da hotelaria

Além dos empreendimentos que mostram números até mais expressivos do que os registrados antes da pandemia, também destinos-chave do País já assistem a recuperação dos negócios relacionados ao turismo e a hospitalidade. Salvador é um desses exemplos. A capital baiana, que passou o ano de 2020 registrando sensíveis aumentos e quedas na taxa de ocupação, agora está otimista com os recentes resultados. O segmento começou o segundo semestre com taxa de ocupação de 48,87%, revelando melhora significativa em relação aos meses anteriores. Além do avanço da vacinação e da abertura das praias, as férias na região sudeste e o aumento do número de voos parecem ter tido efeito determinante para esse bom desempenho.

De acordo com Luciano Lopes, Presidente da ABIH-BA – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, regional Bahia, essa é a maior taxa desde fevereiro deste ano. “Em janeiro de 2021 tivemos uma taxa de ocupação de 54,25%. Com a segunda onda da pandemia houve uma queda nos meses seguintes, chegando a 20,33% em abril. Em maio, o movimento nos hotéis mostrou uma leve melhora com 28,69% e em junho com 36%”, detalha.

 

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Luciano Lopes, da ABIH-BA: “Em maio o movimento nos hotéis mostrou melhora com 28,69% e em junho com 36%” (Foto – Divulgação)

Embora os resultados sejam positivos, a média ainda está aquém da ocupação de julho em anos anteriores à pandemia (61,5% em 2019 e 62,17% em 2018). “Entretanto, após tantos meses de dificuldades, os hoteleiros estão mais esperançosos. Finalmente a vacina está avançando no Brasil e seus efeitos já refletem nas estatísticas do turismo”.

Os hotéis de lazer foram os que apresentaram melhor desempenho com taxas de ocupação nos finais de semana, sensivelmente superiores às dos demais dias. Em alguns casos, essa diferença chega a 13 pontos percentuais. A gradual retomada também traz bons resultados na diária média, passando de R$ 338,58 em junho para R$349,37 em julho. Já o Revpar – indicador ponderado entre a Taxa de Ocupação e a Diária Média fechou o mês de junho em R$ 122,70 e julho com R$ 170,73, resultado bastante animador.

Segundo os dados divulgados pela ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil, entre janeiro e junho de 2021, 2.129.892 pessoas embarcaram ou desembarcaram no Aeroporto de Salvador. Considerando apenas o mês de junho de 2021 (352.639), o número de passageiros foi 32,9% superior aos passageiros de maio (265.388) e sensivelmente superior aos de junho de 2020, auge da pandemia, com apenas 26.899 passageiros. Ao comparar com o mesmo período anterior à crise sanitária em junho de 2019, foram contabilizados 479.038 passageiros. Esse comparativo deixa claro o quanto o movimento deverá crescer nos próximos meses.

Para Luciano Lopes, com a sinalização da possível realização do Réveillon e do Carnaval em Salvador, as expectativas são as melhores. “Esses eventos são essenciais para a promoção de Salvador no Brasil e no mundo, favorecendo o incremento do fluxo na hotelaria. A economia da capital baiana e o turismo dependem desse movimento. Pesquisas mostram que Salvador é um dos destinos mais desejados e estamos preparados para atender a todos com os protocolos de segurança”, enfatiza Luciano.

Os números aqui divulgados são fruto da Pesquisa Conjuntural de Desempenho (Taxinfo), realizada pela ABIH, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – seções Bahia e Brasil. O levantamento é digital e os dados são fornecidos diariamente pelos hotéis ao Portal Cesta Competitiva. A média resultante constitui o indicador para avaliar a evolução da atividade de hospedagem na capital baiana.

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Desbravador

O Presidente da ABIH Nacional, Manoel Linhares, também é otimista em relação aos próximos meses. De acordo com pesquisa divulgada em junho de 2021 pela Global Travel Association, as viagens domésticas e essenciais a negócios devem ser retomadas primeiro, uma vez que 49% das empresas planeja retomar essa atividade nos próximos meses. Manoel compartilha da mesma visão e explica: “Nossa expectativa vai ao encontro do resultado da pesquisa. Outros levantamentos semelhantes têm demonstrado o mesmo cenário de crescimento na demanda por viagens durante o segundo semestre. O turismo de lazer, feito em destinos próximos às cidades de origem, é um dos que vem se destacando, apesar de os níveis de ocupação hoteleira ainda estarem muito abaixo de anos anteriores. Outros segmentos, como o turismo ecológico e de luxo, também já apresentaram uma melhora nos números nos últimos meses. Com relação às viagens corporativas, o movimento é um pouco mais lento, mas o setor também vem crescendo e tudo indica que até o final deste ano estará apresentando números melhores”.

Para Linhares, o avanço da vacinação é fundamental para a retomada das atividades no setor de turismo no Brasil. “Assim como aconteceu com outros países, em que a imunização está mais adiantada, esse movimento deve também acontecer no Brasil. É sempre importante lembrar que o turismo impacta diretamente dezenas de outros setores econômicos e o retorno de suas atividades pode ser um dos principais caminhos para alavancar a economia do País. A expectativa é que depois de mais de um ano convivendo com restrições na mobilidade devido ao isolamento social, as pessoas busquem no turismo uma forma de relaxar e descontrair, o que certamente, deve aquecer o setor”, afirma. “A ABIH Nacional realiza periodicamente levantamento junto às entidades estaduais e os números têm mostrado um avanço lento porém consistente nos índices de ocupação da hotelaria, principalmente em determinados segmentos, como já citamos. As viagens próximas ao local de origem, para destinos ecológicos e de luxo são as que têm mostrado maior crescimento”, complementa o Presidente da entidade.

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Manoel Linhares, da ABIH Nacional: “Outros levantamentos têm demonstrado o mesmo cenário de crescimento na demanda por viagens durante o segundo semestre” (Foto – Divulgação)

Linhares também ressalta que o setor hoteleiro foi um dos primeiros a criar e implementar protocolos e realizar campanhas entre colaboradores e hóspedes sobre as formas de prevenção à COVID-19: “Estamos preparados para a retomada do turismo como um todo, e a expectativa é que o desempenho da hotelaria, em especial a relacionada ao turismo corporativo, que foi um dos segmentos que mais foram impactados, volte a crescer ainda nesse semestre, mas como afirmei, tudo depende diretamente do avanço da vacinação no País”.

E conclui: “Nossa expectativa é que o turismo interno – que sempre foi forte no País – mantenha-se com a tendência de alta, como aconteceu em outros países. As viagens internacionais devem demorar um pouco mais para voltar aos índices de antes da pandemia. É importante deixar claro para o público que o setor de hotelaria foi um dos que mais investiu na adoção de procedimentos para evitar a disseminação do vírus. Criamos uma cartilha, chancelada pela ANVISA e distribuída para todos os associados, que orienta como os meios de hospedagem devem proceder principalmente com relação à limpeza e higienização dos ambientes e ao compartilhamento de espaços públicos, entre outras ações direcionadas para garantir total segurança aos hóspedes”.

Retomada consciente

Eventos é uma das grandes alavancas para a taxa de ocupação hoteleira e alguns testes já foram realizados para testar os protocolos de segurança sanitária, como a segunda edição da  Expo Retomada que aconteceu no mês de julho. Um dos idealizadores desse evento é o experiente executivo Paulo Octávio Pereira de Almeida, que é Managing Director da Live Marketing Consultoria e entre os cargos ocupados, está o de Vice-presidência da Reed Exhibitions Alcantara Machado. A Expo Retomada reuniu os principais players da indústria de eventos para disseminar conteúdo e demonstrar os protocolos de segurança e inovações para o novo normal do setor.

Segundo Paulo Octávio, o evento excedeu as expectativas: “Os mais de 1500 acessos únicos não simultâneos que tivemos nos dois dias de evento em Santos foram uma demonstração clara que os eventos com foco em negócios, feiras e congressos, se cumprirem os protocolos e forem organizados por empresas idôneas, são realmente seguros e chegamos no momento da flexibilização consciente da retomada das atividades do setor. Foram 18 meses de muito sofrimento, não só dos envolvidos diretamente no setor, mas principalmente em relação a todas as famílias de brasileiros que sofreram perdas irreparáveis durante a pandemia. Mas chegou a hora de caminharmos em busca de novos futuros seguros”.

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Imagem da segunda edição da Expo Retomada, realizada na cidade de Santos (Foto – Divulgação)

Segundo o executivo, o sucesso do evento se mede pelo feedback recebido por parte do público e dos expositores: “Devido a repercussão de mídia em nível nacional, existem várias solicitações de destinos ou outras cidades interessadas em demonstrar a segurança dos eventos B2B, e neste sentido poderemos sim ter outras edições do evento Expo Retomada pelo Brasil neste 2º semestre. Acreditamos que o contexto da retomada consciente deve durar até o 1º semestre de 2022, pelo menos”.

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Imunização é essencial

Para Paulo Octávio, a imunização pela vacina será essencial para a retomada definitiva dos negócios e da confiança do viajante, seja de lazer ou negócios. “Definitivamente a imunização é o grande vetor da recuperação da confiança dos indivíduos e das empresas neste momento de retomada econômica. Acredito que o setor de feiras e congressos terá um calendário parcial nestes últimos meses do ano de 2021. Parcial porque mesmo com a liberação oficial da reemissão dos alvarás de funcionamento dos eventos é importante salientar que os eventos B2B com foco em negócios necessitam de planejamento e decisões corporativas que não acontecem da noite para o dia. Este processo leva alguns meses então podemos afirmar que o calendário de feiras de negócios e de congressos irá retomar mesmo no decorrer de setembro e vai durar até a metade de dezembro. Neste sentido o impacto no setor de hospitalidade será sentido nestes três meses o que infelizmente não é o suficiente para ‘salvar’ o ano de 2021. Mas a partir de fevereiro e março se nenhuma desgraça sanitária ocorrer teremos a possibilidade de termos um ano ‘quase normal’ durante o ano de 2022”.

Paulo acredita que o próximo ano será de muito trabalho para os organizadores de eventos e para o setor de hospitalidade. “Como todo ano de eleições, em 2022 não teremos as primeiras eleições deste País, vale a pena ressaltar. Existe potencialmente uma maior movimentação de investimentos públicos e uma parcela destes investimentos entra para o setor de hospitalidade pois existem muitos encontros e reuniões políticas que demandam espaços e fornecedores específicos do setor. Normalmente estes anos são anos de boa movimentação de receitas no setor da hospitalidade. E junte-se a isso, em 2022 teremos uma série de efemérides como, comemorações dos 100 anos da semana de arte moderna de 1922, os 200 da independência do Brasil, grandes festivais de música como Rock In Rio e Lollapalooza e no final do ano a Copa do Mundo do Qatar. Na minha visão será um ano repleto de eventos, seja pelos ‘não eventos’ dos últimos dois anos seja pelo calendário do próprio ano de 2022. Teremos bastante trabalho em 2022 independente do cenário eleitoral”.

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Paulo Octávio de Almeida Pereira, da Live Marketing Consultoria: “Chegou a hora de caminharmos em busca de novos futuros seguros” (Foto – Divulgação)

Sobre o mercado corporativo, Paulo Octávio é um pouco mais cauteloso: “Em relação as viagens corporativas eu vejo um retorno mais lento. Lembrando que os CFO’s das empresas após dois anos de quedas de receitas estão muito preocupados com os custos, e as viagens são itens que entram nesta lista de possíveis contenções de despesas. Sem contar que o compliance das empresas só irá autorizar as viagens corporativas, em especial as viagens internacionais, quando a situação das vacinas estiver estabilizada em vários países, o que ainda não é o caso em 2021 e início de 2022 na minha opinião. Eu acredito que o setor de viagens de lazer terá uma retomada muito mais forte e consistente do que o setor corporativo e o setor de hospitalidade precisa estar preparado para este novo formato de obtenção de receitas. Lembrando que com o impacto do formato híbrido de trabalho remoto para alguns profissionais podem surgir oportunidades de long stay ou family vacations que antes não estavam tão aparentes no nosso País. Neste sentido ter uma boa conexão à internet para possibilitar streaming se torna um diferencial importante para hotéis. Nunca a infraestrutura tecnológica foi tão importante no setor como agora. E o impacto dos eventos híbridos está apenas começando. Esta é uma tendência irreversível”, observa.

Eventos liberados

Dentro ainda da discussão sobre o setor de eventos, na quinta-feira, dia 12 de agosto, foi divulgada, conforme decreto da prefeitura de São Paulo e do Governo de SP, a decisão de liberar a realização de eventos presenciais em São Paulo a partir do dia 17 de agosto.

Fonte: Governo do Estado de São Paulo

Somente a indústria de eventos impacta mais de 50 setores da economia e, em situações normais, movimenta anualmente no País, mais de R$ 930 bilhões, o que representa quase 13% do PIB – índice maior que o das indústrias automobilística, farmacêutica e a petrolífera -, com a geração de 25 milhões de empregos diretos e indiretos. O Brasil organiza e recebe cerca de 590 mil eventos anuais.

Em termos de faturamento, os números do setor do Live Marketing, que inclui os Eventos, as Promoções e Ativações, o Marketing de Incentivo, o Trade Marketing, aproximam-se de R$ 50 bilhões anuais (dados do final de 2019), com crescimento de mais de 130% nos últimos seis anos. No entanto, com a necessidade do isolamento social, o mercado estima cerca de R$ 50 bilhões de prejuízo por mês – em quase um ano e meio praticamente parado, o prejuízo pode chegar a mais de R$ 800 bilhões. Mais de 90% das agências especializadas em Live Marketing foram diretamente afetadas com a crise da COVID.

Para Paulo Octávio, é possível que essa abertura gradual gere bons resultados, inclusive econômico. Mas, segundo ele, o ponto principal é que se os organizadores de eventos não tiverem consciência do que significa respeitar os protocolos, é possível que ocorra um novo fechamento das atividades: “Respeitar os protocolos significa realizar eventos menores e com mais custos para quem organiza, será que todos os organizadores de eventos estão conscientes desta situação? Quem é idôneo e responsável sabe o que significa respeitar protocolos e obter alvarás” Para concluir, o executivo reforça que é preciso reconhecer que cada setor possui o seu valor e a sua importância e que somente a indústria de eventos impacta mais de 50 setores da economia e movimenta, anualmente, no País, mais de R$ 930 bilhões, o que representa quase 13% do PIB – índice maior que o das indústrias automobilística, farmacêutica e a petrolífera -, com a geração de 25 milhões de empregos diretos e indiretos.

Viagens corporativas

A ABRACORP – Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas, por meio do BI da entidade, concluiu a compilação dos dados do 2º trimestre de 2021. O resultado geral apresentou uma recuperação ainda lenta, em ritmo semelhante àquele do início do ano. Alguns dados, porém, chamam a atenção na perspectiva de uma melhora contínua. No cômputo geral, a produção da ABRACORP está 75% abaixo do mesmo período de 2019. Mas, em alguns segmentos, nota-se uma surpreendente recuperação. A locação nacional, por exemplo, registrou queda de apenas 2,17% em relação a 2019. A hotelaria nacional, com menos vigor, já atinge quase 50% de recuperação em relação a 2019, com queda na diária média em torno de 18%.

Segundo Gervásio Tanabe, Presidente executivo da ABRACORP, “A performance da locação nacional nos dá a indicação de que o hábito de viagens está mudando um pouco, com presença maior desse modal de transporte, mais individualizado”.

O segmento mais atingido é o aéreo internacional – queda de 90%. Já o aéreo doméstico recuou 73%, com redução de 18% da tarifa. Nesse segmento, das dez principais rotas, o aeroporto de Congonhas reduziu quatro permanecendo com apenas seis delas. Talvez essa seja uma indicação, ainda que prematura, de que Congonhas diminua a sua influência como o principal aeroporto doméstico.

Entretanto, constatações mais seguras e conclusivas só virão quando as empresas retomarem, definitivamente, as viagens. A vacinação, na maior parte da população economicamente ativa, será fundamental para melhorar a confiança do viajante. Esse estágio de imunização já está previsto para se tornar realidade em setembro. Enquanto a vacinação segue em ritmo forte, é fundamental que as pessoas continuem atentas à aglomerações, sempre com cuidados de higiene sanitária. A liberação dos eventos também é um ponto positivo para a consolidação da retomada das viagens corporativas.

Turismo retornou com força total no Brasil e está impactando a hotelaria
Gervásio Tanabe, da ABRACORP: “O hábito de viagens está mudando um pouco, com presença desse modal de transporte, mais individualizado” (Foto – Divulgação)
Brasileiros miram destinos internacionais

Após anunciarem a abertura aos turistas brasileiros totalmente imunizados, França, Canadá e Marrocos subiram no volume de pesquisas feitas dentro do Kayak, metabuscador de viagens que registrou um aumento na busca por voos para os principais destinos nos três países aumentou em até 176% em comparação com o mês de junho. A França, que anunciou a abertura das suas fronteiras aos vacinados em 17 de julho, foi a que mais cresceu, com uma alta de 176% nas buscas por voos para Paris. A cidade Luz sempre foi uma das mais procuradas pelos turistas brasileiros. No Canadá, as altas nas buscas dentro do buscador foram vistas em três das principais cidades canadenses: Montreal, com acréscimo de 142%, Toronto, com alta de 139%, e Vancouver, com volume de pesquisas 134% maior em julho no comparativo com o mês anterior.

Já no Marrocos, que está com as fronteiras abertas para os brasileiros imunizados desde 7 de julho, a pesquisa de voos para a cidade de Casablanca quase dobrou, chegando a crescer em 99%. Com as regras atuais, os três países estão aceitando as vacinas Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Janssen. Entre estes, apenas o Marrocos está aceitando as vacinas Sputnik V e Sinovac (Coronavac).

No entanto, segundo Eduardo Sanovicz, Presidente da ABEAR – Associação Brasileira das Empresas Aéreas, o interesse do viajante brasileiro em tempos de pandemia, que se voltou para os destinos domésticos, deve permanecer forte e relevante para o mercado. “O dado mais recente que divulgamos mostra que a malha aérea doméstica registra, em agosto, uma média diária de 1.680 decolagens, o que representa 70% da oferta pré-pandemia, no início de março de 2020, quando a crise ainda não havia impactado a operação do setor. É o quarto mês consecutivo de crescimento nesse indicador, impulsionado pela vacinação contra a COVID-19”, revela Sanovicz. “Acredito e torço pela retomada definitiva do Turismo, mas ainda é cedo para pensarmos nisso no segundo semestre. Isso porque as projeções que temos são obtidas de dados já registrados pela aviação comercial brasileira, principal catalisador do Turismo. Nesse sentido, as companhias aéreas deverão manter o ritmo de retomada da malha aérea doméstica conforme o avanço da vacinação, alcançando, até o fim deste ano, em torno de 85% da malha aérea doméstica que operavam antes da pandemia. Os níveis de operação pré-crise, porém, só deverão ser alcançados durante o primeiro trimestre de 2022. No mercado internacional, o cenário é bem diferente, pois dependemos da abertura de fronteiras aos brasileiros. Assim, a estimativa de reação consistente das viagens internacionais é para 2023 a 2024”, complementa o executivo.

Paris é o destino que mais cresceu, segundo o Kayak, com alta de 176% nas buscas feitas por brasileiros (Foto – Divulgação)

Na retomada da aviação, segundo Sanovicz, os protocolos de segurança adotados durante a pandemia, deverão ser mantidos, mesmo com o eventual controle da disseminação do coronavírus. “As soluções desenvolvidas e implementadas para ampliar a segurança sanitária a bordo e evitar o contágio do novo coronavírus entre passageiros e colaboradores do setor aéreo com certeza vieram para ficar. Entre estas, posso citar o check-in remoto ou por meio de totens de autoatendimento, despacho de bagagens feito pelo próprio passageiro, acesso ao embarque em alguns aeroportos por meio da tela do aparelho celular e a organização do embarque e desembarque das aeronaves por grupos de fileiras, além da intensificação das medidas sanitárias a bordo, como a limpeza da aeronave em cada etapa de solo. Temos, também, o smartphone, que cada vez mais tem se tornado um instrumento de compra e facilitação das viagens aéreas, além de testes com reconhecimento facial. Vale sempre destacar que toda a frota de aviões a jato das companhias aéreas é equipada com os filtros Hepa, que captam 99,97% de partículas como vírus e bactéria. Além disso, a ABEAR e suas associadas analisam e monitoram constantemente medidas e novas tecnologias que proporcionem a melhor experiência de voo possível aos passageiros e tripulações”.

Sanovicz reforça que o interesse do brasileiro pelos destinos domésticos continuará, mesmo após a abertura das fronteiras para brasileiros. “Com certeza o interesse dos brasileiros por explorar destinos domésticos deve permanecer, mesmo após a normalização das viagens internacionais. O reaquecimento da malha aérea doméstica mostra como as pessoas estão dando prioridade por viagens nacionais, principalmente de lazer, pois as viagens corporativas ainda não retornaram, já que a pandemia mostrou que muitas reuniões podem ser feitas por videoconferência. Como disse anteriormente, vale destacar que o retorno efetivo das viagens ao mercado internacional ainda deve demorar para se concretizar, pois dependemos da abertura de fronteiras que ainda permanecem fechadas ao turista brasileiro”.

Sobre o desempenho do setor até o momento, Sanovicz ressalta que, desde maio deste ano, a retomada tem se mostrado sólida e sem queda de índices: “Temos usado como um indicador preciso do impacto da pandemia para a aviação comercial brasileira o comportamento da malha aérea doméstica, em comparação com março de 2020, quando a crise ainda não havia impactado o setor. Esse levantamento que a ABEAR tem feito mostra que o primeiro semestre teve dois momentos distintos. Em janeiro, registramos o melhor desempenho durante a crise, com 75% da malha regular. Mas o agravamento da pandemia fez com que nos três meses seguintes registrássemos uma retração nesse indicador, pois abril o resultado recuou para 35,6% da oferta pré-crise, o pior resultado de 2021. A partir de maio, voltamos a observar uma retomada que se mantém até o atual momento”.

Eduardo Sanovicz, da ABEAR: “As soluções desenvolvidas e implementadas para ampliar a segurança sanitária a bordo e evitar o contágio, com certeza vieram para ficar” (Foto – Divulgação)
Aviação com números positivos e recontratação de colaboradores

O avanço da vacinação contra COVID-19 em todo o País também está estimulando a volta da aviação doméstica em ritmo mais acelerado do que o previsto inicialmente. Em julho, registrou-se o terceiro mês de aumento na oferta de voos domésticos, chegando a 68% da oferta pré-pandemia. Com isso, setores como o de serviços em solo já estão contratando profissionais para atendimento dos voos, dando prioridade aos que estavam temporariamente afastados.

Segundo Ricardo Aparecido Miguel, Presidente da ABESATA (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares do Transporte Aéreo), “Para nós, o ponto de virada da crise foi o começo da vacinação dos profissionais que trabalham com a aviação, iniciada em maio. De lá para cá temos visto a indústria se recuperar gradativamente e acreditamos que voltará aos níveis pré-pandemia antes do esperado”. A previsão inicial era chegar a 70% da oferta apenas em setembro.

Com isso, as contratações de mão de obra por parte das empresas de serviços em solo tiveram que ser antecipadas. O setor, que contava com o contingente de 46 mil profissionais antes da pandemia, precisou demitir um terço do pessoal, diante da queda no número de voos atendidos. “O segmento de ground handling é intensivo de mão de obra e foi duramente penalizado pela crise sanitária, pois, além da redução drástica dos voos, as empresas tiveram enorme dificuldade em receber os valores devidos pelos serviços já prestados, aliado ao fato da dificuldade de conseguir empréstimos bancários, diante das exigências dos agentes financeiros que não quiseram compartilhar os riscos”, disse Miguel.

Dados da própria ABEAR mostram que a expectativa das empresas aéreas domésticas é atingir em agosto deste ano 70% da malha aérea vivenciada em agosto de 2019. Quanto à evolução da retomada dos voos e em particular os reflexos na mão de obra das empresas de serviços em solo, segundo a ABESATA, o planejado para agosto de 2021 é chegar a 86% do contingente pré-pandemia (referência agosto de 2019).

Há que se considerar alguns movimentos importantes dos últimos meses para a diferença dos números entre a ABEAR e a ABESATA e que impactam na análise dos indicadores: o surgimento de novos hubs pelo Brasil, com maior concentração de voos, buscando maior conectividade e causando aumento de eficiência para o operador aéreo e menor sinergia de pessoal de solo, a recente transferência dos serviços auxiliares de grande parte das bases da Latam para empresas especializadas de apoio em solo, bem como o surgimento de algumas novas companhias aéreas que já nasceram com o formato de utilizarem as empresas de ground handling nas suas operações aéreas. “O segmento ficou bastante unido com a inclusão dos trabalhadores das administrações aeroportuárias e das empresas de ground handling na vacinação prioritária. O que só aconteceu graças a um esforço conjunto de algumas associações e sindicatos do setor, que solicitaram a alteração da expressão ‘funcionários das companhias aéreas nacionais’ para ‘funcionários de companhias aéreas, aeroportos e empresas de serviços auxiliares do transporte aéreo” no texto de definição do grupo prioritário’, conclui Miguel.

 

Navegar é preciso

A todo vapor também anda a retomada dos cruzeiros marítimos, com rígidos protocolos de segurança que garantem a tranquilidade do viajante habitual e dos tripulantes de primeira viagem. Segundo o Estudo de Perfil e Impactos Econômicos de Cruzeiros Marítimos no Brasil – Temporada 2019/2020, produzido em parceria entre a CLIA Brasil – Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos e a FGV – Fundação Getúlio Vargas, quase 92% dos cruzeiristas deseja realizar uma nova viagem de cruzeiro, e 87% querem retornar ao destino de escala, índice que reforça o papel da viagem de cruzeiro como uma vitrine para os viajantes conhecerem diversos destinos de maneira dinâmica e voltarem em um outro momento. Segundo Marco Ferraz, Presidente da CLIA Brasil, o cenário atual é de grandes avanços. “Aproximadamente 1,2 milhão de pessoas já voltaram a navegar pelo mundo desde que os cruzeiros retomaram as suas operações. Com protocolos criados por médicos, cientistas e especialistas, o setor, que embarcou cerca de 30 milhões de cruzeiristas em 2019, contabiliza passos importantes rumo à recuperação completa. As projeções mostram que, até o final do ano, 78% da capacidade da frota global estará em operação”, afirma.

O movimento recente de abertura de portos em nível mundial e o avanço da vacinação, segundo Ferraz, são elementos essenciais para que se vislumbre o crescimento e a recuperação nos próximos meses. “O mês de julho foi muito importante já que, no período, com o avanço da vacinação pelo mundo e diversos países abrindo seus portos e liberando as operações, o mercado de cruzeiros contabilizou dezenas de navios no hall de embarcações ativas da frota da CLIA Global. Em agosto, esse número deve subir para 135, de acordo com dados da CLIA. Entre os destaques recentes da retomada, está o retorno dos navios aos EUA, além de diversas companhias que também voltaram a operar na Europa, Caribe, Ásia e África”.

Sobre a temporada brasileira, Ferraz detalha: “No Brasil, a temporada 2021/2022 tem a previsão de começar em novembro e de receber sete embarcações, responsáveis por ofertar centenas de milhares de leitos totais. A estimativa é de que a temporada gere um impacto de R$ 2,5 bilhões na economia nacional (em 2019/2020 foi de R$ 2.24 bilhões), além da geração de 35 mil empregos (em 2019/2020 foram 33.745). Serão 130 roteiros e mais de 570 escalas em destinos muito queridos e procurados pelos brasileiros, como Rio de Janeiro, Santos, Salvador, Angra dos Reis, Balneário Camboriú, Búzios, Cabo Frio, Fortaleza, Ilha Grande, Ilhabela, Ilhéus, Itajaí, Maceió, Porto Belo, Recife e Ubatuba, além de Buenos Aires, Punta del Este e Montevidéu”.

Para finalizar, Marco Ferraz compartilha a sua visão sobre a volta da confiança dos viajantes e sobre os protocolos de segurança, dois elos importantes para a retomada do segmento. “Os cruzeiros têm um público muito fiel e um alto índice de aprovação. Segundo uma recente pesquisa da CLIA Global, 82% dos cruzeiristas que já navegaram em outros tempos, querem voltar a fazer cruzeiros em breve.

São pessoas não veem a hora de voltar a viajar de navio e se sentem seguras em relação aos robustos protocolos de segurança implementados pela CLIA e pelo setor de Cruzeiros e aprovados pelas autoridades sanitárias, que mostram que o setor está preparado para navegar. Esses procedimentos foram criados por médicos, cientistas e especialistas, em consonância com as autoridades sanitárias, sempre colocando a segurança dos hóspedes, tripulantes e das cidades que visitadas em primeiro lugar. Além disso, foram feitos para atender aos mais altos graus de exigência, sempre prontos para possíveis ajustes de acordo com as exigências de cada região ou país”, finaliza.

Entre os protocolos de segurança adotados pelos cruzeiros, destacam-se:

– Embarque – Teste pré-embarque em todos os hóspedes com triagem rigorosa. Tripulantes com três testes antes de entrar em serviço, quarentena e vacinados.

– Procedimentos a bordo – Uso de máscaras, distanciamento, menor ocupação, ar fresco sem recirculação, desinfecção e higienização constantes.

– Saúde a bordo – Plano de contingência, corpo médico especialmente treinado para avaliações constantes, monitoramento contínuo por dispositivos pessoais e pela tripulação treinada. Estrutura com todos os modernos recursos para atendimento dos hóspedes e tripulantes.

– Excursões – Seguindo os protocolos das Companhias Marítimas e dos municípios, para que as pessoas possam desfrutar ao máximo do lazer com muita segurança.

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