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Turismo de isolamento: nova realidade para viajantes em tempos de pandemia

Seguindo o levantamento feito pela plataforma Melhores Destinos, 65,3% das 5 mil pessoas entrevistadas pretendem retomar as viagens a partir do segundo semestre. Mas, é seguro viajar em plena pandemia? É isso que a especialista Juliana Tulio, proprietária do hotel Villa do Vale, em Blumenau (SC) e que realiza visitas técnicas na área do turismo, tenta esclarecer.

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Juliana Tulio comenta sobre a retomada: “Claro que nada será como antes. A tendência é que cada vez mais pessoas apostem num formato de viagem doméstica, com caras de ‘escapadas’, em locais que sejam perto de suas casas”, diz ela. É o que também afirma a Euromonitor International, empresa de pesquisa de mercado global de Londres. Segundo a instituição, é normal que as pessoas agora tenham receio de saírem de casa, mas, assim que as medidas de segurança afrouxarem um pouco mais, a tendência é que as pessoas façam curtas viagens, de um dia, para aproveitarem a natureza.

Andrea Weise Hostert, empresária, que também aderiu ao turismo de isolamento nesse período, esclarece que: “Como a gente gosta muito de viajar e tem o hábito de estar sempre viajando, vimos a necessidade de fazer algo. Como ficamos mais de dois meses em casa e moramos em apartamento, resolvemos fazer algo por aqui mesmo. Fomos para Rio dos Cedros (SC), nos chalés do Vale dos Ventos, que oferece uma estrutura completa de cozinha, com internet e tudo mais. Para isso, tivemos que levar tudo, até café da manhã, o que acaba sendo legal pois envolve toda uma preparação pra isso. É uma coisa que a gente vê que tá crescendo muito, tanto que só conseguimos reserva para dia de semana, pois final de semana já estava cheio”, conta.

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Juliana ainda comenta sobre as estruturas oferecidas: “O perfil será muito de viagem entre os grupos familiares que estão isolados juntos, como uma forma de mudar de ares para aliviar a tensão da quarentena.  Para isso, uma das opções, por exemplo, será a locação de chalés afastados em que não há contato com ninguém. É o que estamos chamando de turismo de isolamento. Esses locais oferecem uma estrutura completa, em que os visitantes podem fazer a própria comida e realizar as arrumações”, explica.

Ainda segundo a especialista, esse tipo de turismo é caracterizado pela locação de quartos, chalés ou casas em que a pessoa ficará hospedada. As áreas comuns perdem espaço, pois o compartilhamento de piscina ou jacuzzi, sala de jogos, academia, por exemplo, com quem não se conhece trará insegurança. “As pessoas vão priorizar privacidade, segurança e exclusividade. Além de ter mais conexão com natureza”.

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Juliana Tulio, proprietária do hotel Villa do Vale, em Blumenau (SC) (Foto: Divulgação)

Destinos: “Refúgios urbanos” e turismo de entorno são tendências ainda para 2020

Dentro das viagens domésticas, que serão o forte ainda para esse ano, a tendência mais realista é a de saídas para lugares próximos de casa, que vem sendo chamado de turismo hiperlocal. Visitas a locais nas redondezas vão aumentar muito ou mesmo dentro da própria cidade, segundo Juliana.

As justificativas para isso são várias: menor risco em translados, receio de viajar em transportes coletivos como avião, trens e ônibus, e ainda a questão financeira. Pesquisa feita pelo site de buscas Viajala, mostra que no Brasil 37% das pessoas que pretendem viajar estão preocupados com a condição financeira em meio à crise.

Juliana, que também é coolhunter, comenta que: “Vamos ver um regionalismo tomando conta, até pela dificuldade e pelos custos de viajar de avião. As pessoas começarão a perceber que existe beleza nas redondezas. Os transportes serão sem dúvidas particulares como os carros próprios ou alugados e até mesmo o motorhome. O destino também deve mudar um pouco, dando espaço para hotéis pequenos, de charme, ou até chalés e aluguéis de casas particulares onde o contato com o outro é mínimo”, diz.

Há também a possibilidade do refúgio dentro da própria cidade. “Essa já é uma realidade. Em muitas cidades, como em Blumenau, por exemplo, é bem comum as pessoas se hospedarem em hotéis locais para descansar, desligar, e isso se intensificará a partir de agora”.

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Mas isso não será suficiente. Uma das principais exigências dentro dos serviços prestados por hotéis e pousadas será deixar clara a forma de higiene e limpeza dos ambientes. E para isso, esses locais terão que inovar na forma de se comunicar com o cliente: “Por mais que o contato com pessoas seja menor, os locais terão que oferecer um ótimo serviço aliado. As pessoas vão querer saber como as coisas estão sendo higienizadas. E isso pode ser feito de várias formas, como por meio de vídeos mostrando a limpeza na saída de cada hóspede. Veremos muito investimento em ferramentas de limpeza mais tecnológicas, como plataforma desinfetante de sapatos, ou mesmo máquinas de ozônio, que é um aparelho que descontamina, elimina odores e higieniza além de atuar como purificador de ar. A dica é divulgar tudo com muita transparência”, finaliza.

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