A hoteleira e turismóloga Rafaela Simoni Fagundes Lopes Vale acaba de assumir a presidência da ABIH/MG – Associação da Indústria de Hotéis do Estado de Minas Gerais. Nascida na capital mineira, Rafaela vem de uma família tradicional e reconhecida no segmento de turismo. Começou cedo a sua carreira no turismo e hotelaria, trabalhando na agência de viagem Clan Turismo e na Clan Administração de Hotéis, ambas administrada pela família, onde é atualmente sócia e Diretora.
Com muita vivência setor de turismo e há dez anos atuando diretamente na hotelaria, Rafaela acredita que com toda essa experiência e bagagem, trará muitos projetos e novidades para entidade. Uma das principais metas de sua gestão é a realização de cursos de qualificação de mão-de-obra para a Copa de 2014.
Confira a seguir na entrevista exclusiva mais detalhes sobre os principais projetos, metas e desafios a serem conquistados pela nova Presidente da ABIH/MG, Rafaela Fagundes Vale que aparece na foto ao lado da ex-presidente Silvania Capanema, que hoje é a Vice-presidente da entidade.
Revista Hotéis — Como e quando iniciou suas atividades na hotelaria?
Rafaela Fagundes Vale — Nasci no Turismo e Hotelaria. Meu pai Roberto Luciano Fagundes é agente de viagem há 48 anos e proprietário da Clan Turismo que possui 36 anos de atividades e da qual sou sócia. Minha mãe Sheila Simoni Fagundes é Diretora da Clan Administração de Hotéis há 26 anos, da qual também faço parte da diretoria. São pioneiros em Belo Horizonte (MG).
Desde pequena acompanhei minha mãe na administração do Hotel Casa dos Municípios e na montagem dos mais de 15 hotéis que implementamos. Junto com o meu pai acompanhei-o nas inúmeras viagens realizadas pela agência. Assim com o passar dos anos, comecei a trabalhar com eles e me apaixonei pela profissão. A falta de rotina me encanta! Acabei escolhendo o curso de Turismo com Gestão em Hotelaria, e depois de formada fiquei sócia de meu pai na agência e diretora da Rede Clan.
Revista Hotéis — Que experiência e formação traz para comandar a ABIH/MG?
Rafaela Fagundes Vale — Trabalho há dez anos no setor e sou formada em Turismo com Gestão em Hotelaria pelo Centro Universitário Fumec e fiz Pós-graduação em Gestão de Negócios também na mesma faculdade. Alem disso, nos últimos quatro anos fiz parte da diretoria da ABIH/MG representando-a na Rede de Turismo de Negócios, Conselho Estadual e Municipal de Turismo entre outros junto com a Presidente.
Revista Hotéis — Porque aceitou o desafio de comandar a ABIH/MG?
Rafaela Fagundes Vale— Este realmente é um grande desafio. Representar uma associação deste porte é muito sério. Ainda mais agora que o setor está tão visado e com investimentos tão grandes e importantes.
Como nos últimos quatro anos me dediquei bastante a Associação, fiquei por dentro de todos os projetos. Então quando me convidaram para candidatar, aceitei, pois considerei que os vários projetos em curso pudessem ser esquecidos ou desativados. Consegui apoio de vários colegas do setor e montamos uma diretoria cheia de projetos e vontade.
Revista Hotéis — Quais são suas metas e ações frente à ABIH/MG nos próximos anos? Sua gestão será de continuidade ou terá marca própria?
Rafaela Fagundes Vale— Temos muitos projetos que já tiveram início na gestão da Silvania e vamos dar andamento, entre eles a de qualificação do setor, classificação dos Hotéis, cursos para funcionários como o Bem Receber Copa e Bom de Copa.Como o momento está muito voltado a Copa, temos vários projetos relacionados para ajudar os hotéis. Estou em contato com a diretoria para darmos prioridades a esses projetos de maior grandeza.
Revista Hotéis — O fato de estar substituindo a Silvania Capanema aumenta a responsabilidade no cargo? Como você analisa a gestão da Silvania?
Rafaela Fagundes Vale — Claro que sim. A Silvania reformulou a Associação e mostrou a importância de ser associado e os benefícios, e conseguiu colocar a ABIH de Minas em destaque absoluto. Isso pesa muito, mas ela é uma pessoa super dinâmica e cedeu seu tempo integralmente pela Associação nos últimos quatro anos.
Revista Hotéis — Com a criação da ABIH Regional Circuito do Ouro teve início a descentralização da ABIH/MG. Você pretende criar outras regionais em Minas gerais e que lugares?
Rafaela Fagundes Vale — Temos vários destinos que já foram trabalhados pela diretoria passada, mas não vimos interesse real deles, por isso vamos nos focar na Regional do Circuito do Ouro. Mas estamos abertos para os interessados, porque não dá para ficar implorando para os circuitos surgirem. Eles têm que sentir a necessidade do associativismo, que devemos nos unir, e que no momento atual a concorrência pode nos trazer clientes.
Revista Hotéis — Como você está analisando os investimentos na ampliação do parque hoteleiro de Belo Horizonte. Realmente são necessários mais 30 novos hotéis visando a Copa do Mundo de 2014? Poderá haver uma super oferta?
Rafaela Fagundes Vale — São necessários sim, mas não podem chegar sozinhos, precisamos muito de espaços para eventos de grande porte, para que estes hotéis tenham hóspedes e sustentabilidade.
Porque senão muitos poderão fechar, e temos que lembrar que a Copa tem duração de apenas um único mês. E nos outros meses do ano de 2014, quem vai hospedar nos hotéis? Temos muito receio da super oferta sim. Mas acreditamos que a expansão do Minas Centro e a criação de novos espaços para eventos de grande e médio porte na cidade ajudem na sustentabilidade e crescimento do setor.
Revista Hotéis — A hotelaria mineira, principalmente a da capital, é tradicionalmente familiar, mas com estes novos investimentos que vão acontecer em Belo Horizonte nos próximos anos virão grandes redes internacionais para competir, trazendo muito know-how e expertise de negócios. Você acredita que a hotelaria mineira tradicional está preparada? Como você analisa esta situação?
Rafaela Fagundes Vale — Evidente que as mudanças tendem a acontecer em um ritmo lento, mas, à medida que a competição saudável torna-se mais acirrada, o interesse e a mobilização viram necessidade para a sobrevivência de seu negócio. Para isto, a ABIHMG está com um projeto junto ao SEBRAE, denominado Pequenos Notáveis, onde o foco é os pequenos meios de hospedagem de Minas Gerais.
Revista Hotéis — Um dos grandes gargalos que a economia brasileira já está enfrentando em vários setores é a falta de mão-de-obra qualificada. Na hotelaria mineira isto já é uma realidade? Como estão se preparando para equacionar este problema?
Rafaela Fagundes Vale— Uma realidade visível e sentida no atendimento. Já existem vários projetos com a parceria do Sebrae, Setur e Ministério do Turismo com curso de treinamento. Mas falta muito o querer dos funcionários. Então a ABIH/MG está com um projeto para atingir em cheios os funcionários do setor que já temos e aqueles que tem dúvidas. Mas não adianta cursos isolados que não são realmente funcionais. As escolas têm que entender realmente do que estamos precisando, para isso a ABIH/MG estará sempre à disposição.
Revista Hotéis — Qual o legado que a Copa do Mundo de 2014 poderá deixar em Belo Horizonte?
Rafaela Fagundes Vale — Bom, esperamos que muitos! Entre eles mão-de-obra qualificada, empreendimentos de ótimo padrão. Além disto, esperamos também espaços para eventos que tragam retorno ao setor e maior visibilidade nacional e internacional do destino.
Revista Hotéis — A ABIH/MG sempre foi pioneira em apresentar cases de sucesso que inspiram às ações da ABIH Nacional. Neste aspecto, o que se pode esperar de ações da ABIH/MG para os próximos anos?
Rafaela Fagundes Vale — A nova diretoria está cheia de projetos, sendo que muito deles estão no forno. Nos aguardem que em breve termos muitas surpresas para apresentar ao mercado.
Revista Hotéis — Trabalhar em conjunto com outras entidades é o grande desafio da ABIH/MG para os próximos anos?
Rafaela Fagundes Vale — Ninguém faz nada sozinho. Hoje temos que aprender a trabalhar em conjunto, unindo as nossas competências, para que possamos ser fortes e ouvidos. Este é o papel principal de uma entidade da importância da ABIH/MG, por sua representatividade no cenário estadual.
