Especial

Tacada de ouro

Matéria publicada na edição 63, fevereiro de 2008

Um dos esportes mais caros do Mundo – o Golfe vive um momento de expansão e invade os principais hotéis e resorts do Brasil que chega a arrecadar até R$400 milhões por ano

O Brasil é o buraco da vez. Os campos de golfe invadem os hotéis e resorts de todo o País, principalmente na Região do Nordeste brasileiro por fazer sol o ano todo, condição ideal para a prática do esporte, que atinge turistas de classe A e gera negócios de bilhões de reais.
Durante o evento Brasil Golf Show, ocorrido na Costa do Sauípe, em Salvador no final do ano passado, Fábio Mazza, diretor da Gt Golfe / Golfe Travel empresas organizadoras do evento, anunciou um investimento de R$ 8 bilhões em empreendimentos relacionados à construção de campos de golfe em hotéis e resorts “este número é a soma dos negócios que serão gerados nos empreendimentos divulgados pelos seus responsáveis durante o Brasil Golf Show”, comenta Mazza que completa “Nestes valores está incluso todo o investimento de implantação da infra-estrutura turística e imobiliária (normalmente 2ª e 3ªs residências, o chamado “turismo residencial”), o valor de comercialização das propriedades e o potencial de geração de negócios adicionais (serviços, comércios, etc)”. Cidades como Natal, Aracaju, João Pessoa, Recife, Fortaleza e Pirinópolis em Goiás, serão os próximos alvos a receber campos de golfe.
Fábio Mazza revela ainda que entre os estados que deverão ter um expressivo crescimento no segmento de turismo de golfe nos próximos cinco a dez anos está o Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco e Alagoas, contudo, existem projetos promissores para Sergipe, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás.

Período de expansão do esporte
O esporte passa por período de expansão, devido ao desenvolvimento de novos projetos e ações de marketing que visam propagar o golfe em todo o País. Segundo Álvaro Almeida, Presidente da Confederação Brasileira de Golfe – CBG, atualmente no Brasil existem 25 mil golfistas e 107 campos de golfe, sendo 12 deles instalados em hotéis e resorts. A CBG estima ainda que existam cerca de 30 a 40 campos em projeto ou em construção no País, principalmente no Nordeste. Destes, pelo menos 25 são ligados a empreendimentos hoteleiros em estados como Pernambuco, Natal, Ceará, Aracaju, Rio de Janeiro e São Paulo. Isso gera um crescimento de 20% sobre o que já existe hoje no País, que arrecada todo ano cerca de R$400 milhões, conforme comenta Álvaro Almeira da CBG.

Entre os estados que possuem o golfe de turismo, a Bahia lidera o ranking com os quatro melhores campos de golfe do País. Isso é resultado de um trabalho iniciado há aproximadamente dez anos e desencadeado com a inauguração do campo de golfe do hotel Transamérica em Comandatuba no ano 2000, depois vieram os campos da Costa do Sauípe, ao Norte de Salvador, da Terravista em Trancoso e mais recentemente, o do Iberostar.
Inaugurado em dezembro de 2006, o Iberostar Bahia tem um campo com 18 buracos, vista para o mar da Praia do Forte e possui 40 hectares de grama paspalum, que consome três vezes menos água, adubo e pesticidas. O projeto tem a assinaura do mestre do design no segmento P. B-Dye que esteve no Brasil 19 vezes durante os dois anos de desenvolvimento deste projeto.
Apesar de a Bahia ter começado antes e assumido uma posição de destaque, outras regiões já perceberam o potencial do golfe para as áreas sociais, econômicas, turísticas e imobiliárias como é o caso do Hotel Nannai Beach Resort, em Porto de Galinhas – Pernambuco, que no final de dezembro de 2007 inaugurou uma área de treino oficial para golfe. O Pitch & Putt, do Nannai é um campo para tacadas médias e curtas e teve como projetista o francês Michel Lang, responsável técnico da Federação Pernambucana de Golfe.

Melhor campo de golfe da América do Sul
Considerado pela mídia especializada como o melhor campo de golfe da América do Sul o Terravista Golf Course traz um campo de 18 buracos no alto das falésias de Trancoso, em Porto Seguro na Bahia. A convicção do presidente do Terravista Brasil Michael Rumpf-Gail  em construir um campo de golfe tornou o empreendimento especial. Quando escolheu o terreno, levou em consideração a possibilidade de criar ali um dos melhores espaços para o esporte. “Foi possível projetar um campo respeitando os relevos naturais do terreno, sem precisar de qualquer intervenção profunda, como alguns campos de golfe exigem”, explica Michael Rumpf-Gail (foto) que diz ainda, “por um lado é uma grande satisfação e honra ser eleito como o melhor da melhor da América do Sul, mas ao mesmo tempo, cria-se um desafio e uma responsabilidade de manter o nível e a posição alcançada”.
Inaugurado em junho de 2004, o Terravista Golf Course possui 70 hectares, fora o terreno o campo teve um investimento de US$ 5 milhões e foi projetado por Dan Blankenship do Gold Tee Golf Internacional. “Utilizamos a contratação de pessoas de altíssimo nível para cargos de chefias, treinamento intensivo da mão-de-obra e viagens freqüentes para conhecer outros empreendimentos de alto nível no exterior para poder aprender e aplicar estes conceitos ao campo de golfe do Terravista”, comenta.
A presença de um complexo que reúne hotéis, condomínios residenciais, centro comercial e campo de golfe tudo num mesmo local fez a diferença no faturamento do empreendimento e com isso a descoberta por outros projetos específicos. “No hotel Club Med Trancoso houve aumento de 10% na ocupação. Mais importante foi a descoberta da demanda por um hotel específico para os golfistas, que o Terravista começará a construir em breve, ainda em 2008”, revela.
Entre os novos projetos Michael Rumpf-Gail diz que em médio prazo, a empresa prevê a criação de mais um campo de golfe com 18 buracos e a mesma infra-estrutura do campo já existente. Ainda segundo o presidente a previsão é que a construção comece em 2010.
Localizado num extenso e belo cenário natural, o campo de golfe do Aguativa Golf Resort, ocupa uma área de 300 mil m² e fica no município de Cornélio Procópio (PR). Possui nove buracos, nove lagos e grama tipo bermuda e esmeralda, abriga competições amadoras e profissionais ao longo do ano. Capaz de atender as exigências de jogadores com os mais variados perfis, o campo do Aguativa tem 2.607 jardas dos tees masculinos e 2.215 jardas dos tees femininos com par 36. Entre os nove buracos, há desde os mais técnicos até aqueles que agradam jogadores iniciantes. O grande diferencial é o driving range (local onde os jogadores treinam as tacadas com o objetivo de melhorar sua mecânica). Trata-se do primeiro driving range brasileiro em resort jogado com bolas flutuantes e onde as tacadas são dadas em direção a um grande lago, e a paisagem permite uma visão total da trajetória e da caída da bola.

Grupos Estrangeiros vêem grandes oportunidades no Brasil
Além de grupos brasileiros, os grupos estrangeiros como o espanhol Sánchez que atualmente conta com um investimento bilionário que é o Grand Natal Golf. O anuncio oficial deste empreendimento foi realizado no Salão Imobiliário de Madrid – SIMA 2007 que teve a presença do ator espanhol Antonio Banderas e do jogador de futebol brasileiro Ronaldo. O projeto urbanístico e social será localizado a 16 km de Natal.
Antonio Banderas não só emprestou a sua imagem como também adquiriu uma das moradas que o resort terá além de ser investidor no projeto, ele colabora com a Fundación Sánchez Romero. Ronaldo também decidiu colaborar com o projeto se convertendo num investidor, a título particular, e terá uma escola de futebol naquela área.
Já o grupo francês In-Vi que tem como sócio no Brasil o empresário John Hunnicut Jr. também entrou no mercado brasileiro e irá lançar residenciais com campo de golfe. O projeto da In-Vi será viabilizado na Barra dos Coqueiros, uma ilha que fica em frente à cidade de Aracaju, um complexo de 1,2 milhões de m² composto por um hotel, condomínio de casas de luxo, prédios residenciais e centro comercial, além de um campo de golfe de 18 buracos. Este novo empreendimento será vizinho ao novo Starfish, da rede Superclubs. As obras iniciadas em dezembro do ano passado deverão ser concluídas em quatro anos.

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