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“Super-hotéis” para turistas e nativos

Segundo análise do FOHB – Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil, a pandemia evidenciou a vocação múltipla dos hotéis

A expressão de Euclides da Cunha, o sertanejo é antes de tudo um forte, poderia ser facilmente aplicada aos hoteleiros. Os profissionais da hospitalidade são fortes e criativos, como se tem observado nas últimas décadas, diante de tantas crises, com ênfase em 2001 e 2008, imediatamente seguidas de períodos de superação e crescimento importantes. Se o mercado de lazer apresentou excelentes resultados, neste segundo semestre de 2020 e primeiro de 2021, o mesmo não se observou nos hotéis corporativos.

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A pandemia causada pelo COVID-19 paralisou temporariamente os eventos, grandes indutores de demanda, e as viagens de negócios. Ainda que uma série de estudos apontem uma rápida e importante retomada a partir do segundo semestre de 2021, principalmente com a aceleração nas campanhas de vacinação e reabertura das fronteiras brasileiras, a hotelaria buscou, neste interim, saídas para equilibrar seu fluxo nos últimos meses. E para isso se aproveitou das vantagens do trabalho remoto, com o anywhere office.

Tal conceito surgiu quando profissionais europeus e estadunidenses, cansados de trabalhar em casa, decidiram se hospedar em hotéis para usufruir de novos ares e também do conforto e serviços excepcionais. Os associados do FOHB-Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil identificaram uma procura maior por hotéis próximos aos grandes centros urbanos com academia, espaços de lazer e também recursos tecnológicos de ponta. Não apenas excelente conexão wi-fi é exigida mas também recursos para eventos híbridos. Hoje as salas de eventos de grandes hotéis se tornaram estúdios de televisão para abrigar eventos híbridos. Além de um número reduzido de participantes presenciais há a possibilidade de aumentar a audiência de forma jamais vista. Não há hotel hoje, independentemente de sua capacidade, que não possa sediar um evento que fale para milhares de pessoas em todo o mundo.

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Nesse contexto, a previsão de que hotéis se tornariam espaços múltiplos se realizou. Há 50 anos os empreendimentos hospedavam viajantes, em seguida abriram restaurantes e bares estrelados para o grande público, se tornaram então espaço de eventos, inclusive casamentos. Muitos abriram, na primeira década dos anos 2000, teatros, galerias de arte, academia e spas. Hoje abrigam estúdios de broadcast e escritórios individuais. “No segmento corporativo, tivemos grandes mudanças aceleradas pela pandemia. Muitas empresas aderiram ao home office e essa é uma tendência que veio para ficar, pois aprendemos que, por meio da tecnologia, é possível fazer reuniões e ter uma boa produtividade. É o que chamamos atualmente de “Anywhere Office”, em que, tendo uma boa conexão de internet e estrutura, as pessoas podem trabalhar de qualquer lugar. E os hotéis são ótimas opções para isso, pois contam com toda a estrutura e segurança necessárias. Em um hotel, por exemplo, ao ter um metro quadrado vazio, é possível transformar este espaço em um coworking. É o que fizemos na Accor com a nossa marca WOJO, que oferta serviços por meio dos quais os clientes têm toda a estrutura necessária para trabalhar, seja em um quarto ou no lobby de um hotel” explica Thomas Dubaere, CEO Accor América do Sul.

Super-hotéis para turistas e nativos
Eduardo Giestas, Presidente da Atlantica Hotels e do Conselho Administrativo do FOHB (Foto: Divulgação)

Para o CEO da Atlantica Hotels e Presidente do conselho do FOHB, Eduardo Giestas, “prever a queda das viagens de negócios sob a ótica da acessibilidade das plataformas de comunicação e novas tecnologias é um erro. Obviamente que ela em muito altera o cenário, como  grande catalizadora. Certamente a hibridade veio para ficar e melhorar a forma como trabalhamos e nos relacionamos. O turismo de negócios está se reinventando. Jargões como o “bleisure”, “anywhere office” e o “room office” indicam novas tendências de um segmento muito promissor. Cultura organizacional e confiança não se constroem em encontros virtuais. O universo corporativo está ávido em voltar a uma “nova normalidade” onde as relações pessoais e os contatos presenciais têm muito valor. Devemos, sim, nos preparar para uma retomada com eventos híbridos e hóspedes com expectativas renovadas, estadias mais longas mesclando lazer e negócios.

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Orlando de Souza, Presidente executivo do FOHB, conclui: “Não à toa a hotelaria faz parte da tal economia criativa. Hotéis se tornaram espaços de trabalho e também entretenimento. Se inicialmente atendiam quase que exclusivamente turistas, hoje se tornaram espaços públicos com serviços para toda a população. A pandemia não trouxe nada de novo, apenas acelerou transformações pelas quais todos esperávamos. Não a toa, os investidores hoteleiros brasileiros não recuaram mesmo com a dramática crise pela qual passamos e cuja resolução já se mostra possível”.

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