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SKAL promove debate sobre o fim das comissões dos agentes de viagens

O SKAL São Paulo promoveu um almoço agora á pouco no Novotel Jaraguá, localizado na região central da capital paulista,  para debater o fim das comissões dos agentes de viagens que as companhias aéreas estão adotando. O tema do debate foi Há vida após o fim das comissões? E reuniu vários associados desta entidade que é composta por profissionais líderes do turismo e com presença em 450 cidades de 85 países do mundo, estiveram participando deste almoço debate que contou com a presença de Edmar Bull, Presidente da ABAV / SP — Associação Brasileira dos Agentes de Viagens, Roberto Rotter, Presidente do FOHB — Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil e Willian Périco, Presidente da AVIESP — Associação das Agências de Viagens Independentes do Interior do Estado de São Paulo.
O Presidente do SKAL São Paulo, Valter Teixeira foi o mediador do debate e apresentou uma pesquisa realizada com presidentes dos clubes de vários países, como Alemanha, EUA, França, México, Turquia e Austrália, onde o corte de comissão se impôs há mais tempo. Esta apresentação serviu para os debatedores se situarem em relação ao tema que é de relavância mundial, assim como conhecerem a estratégia adotada pelos agentes destes países para garantir sua relevância no cenário de viagens.
Willian Périco disse que as comapnhias aáreas não enxergam o agente de viagem como um aliado, mas sim como um inimigo. “As companhias aéreas preferem vender uma tarifa podre e barata nos seus sites do que venderem pelo preço que está no sistema com o intermedio do agente de viagem, mas elas esquecem que cerca de 70% do faturamento é graças ao agente de viagem”, destaca Périco.
Ele acredita que não existe igualdade com os agentes de viagens quando as companhias aéreas decidem vender diretamente ao cliente pela internet e que isto é preocupante e tem sido tema de discussões que as entidades do setor promovem com autoridades do Ministério do Trabalho. Outra questão que Périco apontou como preocupante é o fato dos agentes de viagens não saberem cobrar a remuneração pelos seus serviços prestados e isto fica mais grave e evidenciado em agências de pequeno porte no interior do estado, onde a maioria dos clientes são amigos do dono da agência, que em sua maioria ficam constrangidos em cobrar a remuneração. “Os clientes reconhecem o papel dos agentes de viagens e como devida a cobrança pelos seus serviços, então, porque temos medo de cobrar”?, questionou Périco. Para ele, o problema é cultural, pois quando a taxa está embutida, o cliente paga, mas quando é explicitada, ele reclama.
De acordo com Edmar Bull, o fim de comissão na venda de passagens aéreas é uma tendência mundial irreversível, por isto o agente de viagem deve estar atento aos novos nichos de mercado que se abrem como por exemplo atender clientes com planos de milhagem. “Temos que ter esta expertise para atender este tipo de cliente, assim como o agente tem que agregar valor ao seu negócio, como venda de seguros, locação de veículos, pacotes, traslado, entre outros. Para nós toda ameaça deve ser encarada como uma grande oportunidade”, justificou Bull.
Roberto Rotter disse que o GDS ainda é o grande canal de distribuição e venda dos hotéis, mas o grande desafio tem sido a maximização da diária em relação a uma tarifa dinâmica. “A gradual redução das comissões que as companhias aéreas adotam já é uma realidade no segmento corporativo da hotelaria, mas dificilmente isto poderá ser colocado em prática em hotéis focados a lazer ou na venda individual, pois o agente de viagem é a nossa ligação com o cliente”, assegura Rotter. Ele entende que os agentes de viagens necessitam cobrar comissão pelo seu know how na venda, mas que é também necessário agregar valor ao serviço, como uma espécie de consultoria.
Como não poderia deixar de faltar na discussão, as vendas pela internet também foi alvo do debate. Bull questionou a insegurança dos clientes ao adquirirem um bilhete aéreo ou uma diária num hotel pela internet. Périco disse que sua entidade recebe muitas reclamações de compras diretas pela internet, pois no seu ponto de vista, o cliente fica desemparado, mas concorda que a internet é uma grande aliada, mas tem de ser utilizada em benefício de todos.

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