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Setor de bares e restaurantes no Brasil respira por aparelhos

Artigo de Alexandre Sampaio*

Em meio ao caos que estamos vivendo, desde a chegada do novo coronavírus, eis que surge uma notícia positiva para o setor brasileiro de bares e restaurantes: o presidente Jair Bolsonaro sancionou, sem vetos, o projeto que autoriza nossos estabelecimentos (bares e restaurantes) a doarem refeições ou alimentos prontos que não forem vendidos. A sanção foi publicada na madrugada desta quarta-feira (24) no Diário Oficial da União (DOU).

A doação, segundo a proposta, será permitida desde que os itens ainda estejam próprios para o consumo – e a punição só ocorrerá se ficar comprovado que algo estragado foi doado de forma intencional. Além disso, as doações poderão ser feitas a populações carentes ou vulneráveis como, por exemplo, os sem-teto. E o processo poderá ser intermediado por entidades beneficentes ou pelos governos.

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É óbvio que os alimentos doados terão que estar dentro do prazo de validade e nas condições de conservação especificadas pelo fabricante, assim como estarem dentro das regras sanitárias mesmo com danos à sua embalagem e com propriedades nutricionais seguras.

A medida atende a uma antiga reivindicação do nosso setor, que era impedido de fazer doações, sendo as empresas obrigadas a se desfazerem de insumos e alimentos, mesmo estes estando em boas condições para o consumo.

Temos vivido dias tenebrosos, como muitos outros segmentos. Com as portas fechadas desde o início da pandemia do coronavírus, em meados de março, muitos dos bares e restaurantes, Brasil a fora, estão respirando por aparelhos.

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Até o momento, não houve nenhuma ajuda governamental efetiva para os estabelecimentos, que não têm capital de giro para se manterem sem funcionar, muito menos condições de reabastecer suas cozinhas e estoques para uma reabertura.

Além disso, no Rio de Janeiro, por exemplo, apenas 50% dos estabelecimentos possui o serviço de delivery. Mas a receita com as entregas representa só 25% do faturamento necessário, fora as altíssimas taxas que os aplicativos cobram, que chegam a 25% do valor da conta. Até o momento, cerca de 27.500 pessoas do setor – que emprega indiretamente 500 mil cariocas – já perderam seus empregos no Rio.

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O resultado é uma sucessão de notícias tristes a cada semana. Só para se ter uma ideia, mais de mil estabelecimentos cariocas já anunciaram que não irão reabrir. E, se a situação continuar como está, sem auxílio governamental, a previsão é de que um terço dos bares e restaurantes do País fechem definitivamente suas portas até o final do ano. E, junto com eles, um pouco da alma brasileira também se despede, já que, culturalmente, um dos maiores prazeres do nosso povo é, indiscutivelmente, comer bem e tomar aquela “sagrada” cervejinha.

Seguimos firmes e confiantes de que isso tudo vai passar e os negócios que resistirem até o final, creio, sairão desta ainda mais fortes e, oxalá, mais prósperos também.

* Alexandre Sampaio é Presidente da FBHA – Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação

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Claudio Schapochnik

Cláudio Schapochnik - Repórter

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