Segurança nos hotéis: Um alerta obrigatório
Ao pensarmos na experiência de hospedagem ideal, ela muito provavelmente estará relacionada a duas coisas: conforto e segurança. Não é possível ter um, sem o outro. Nos últimos anos, o número de casos de violência só tem aumentado no Brasil e no mundo, e precisar sair de casa, seja a lazer ou a negócios, já se tornou uma preocupação. Dentre muitas outras, a tragédia recentemente ocorrida em Las Vegas, no estado norte-americano de Nevada, na qual do quarto de hotel um atirador acertou diversas pessoas que assistiam a um show nos arredores, chocou o mundo e foi mais um alerta para o tema.
A segurança é um dever e obrigação de todo estabelecimento que lida com pessoas. Não apenas os clientes, mas também os funcionários e colaboradores precisam contar com ela para exercer seu trabalho e voltar para suas famílias tão bem ou melhores que saíram de casa. Mas o que tem acontecido no setor hoteleiro é a diminuição de investimentos na área de segurança, por diversos motivos que não justificam, dada sua importância.
De acordo com o estudo mais recente do Disque9, portal de pesquisas e tendências da Consultoria Mapie denominado “O Futuro da Hotelaria”, com participantes de 26 a 60 anos, 87,46% dos viajantes a lazer apontam a segurança como item mais importante na hora de escolher um meio de hospedagem. Entre os turistas que viajam a negócios, 84,25% priorizam a segurança no momento da escolha do hotel. Estes números são menores apenas que os de Localização, que na ponta do lápis, também pode estar relacionada à segurança.
Para Inbal Blanc, Sócio fundador da Segurhotel, consultoria especializada em controle de perdas e segurança para hotéis e com 15 anos de experiência na área de segurança, na maioria dos hotéis do Brasil a segurança está em um nível muito mais baixo que o necessário. “Os altos índices de violência nas capitais em todo o País, a grande quantidade de fraudes e estelionatários e o alto índice de ataques cibernéticos e fraudes eletrônicas deveriam obrigar os hotéis a tomarem atitudes muito mais sérias em relação a segurança. A falta de órgão que regulamente os padrões mínimos de segurança (security) ou legislação de acordo, deixa cada hotel definir o seu próprio caminho”, apontou.
Em relação ao ataque que foi realizado em Las Vegas, Inbal questiona se os hotéis no Brasil poderiam prevenir uma situação semelhante de alguma forma. “Será que um funcionário iria suspeitar de homem que chega sozinho para um hotel com 10 malas pesadas? Em relação ao ataque, a maioria dos hotéis não tem preparo, tanto para os procedimentos emergenciais imediatos, quanto ao processo completo de como gerir a crise e minimizar os impactos negativos”, alertou Blanc.
O turismo mundial está crescendo 4% ao ano e é previsto que cresça dessa forma até 2030. Um exemplo de país que saiu de uma crise financeira usando o turismo é Portugal. Porém, o turismo mundial e como consequência, a hotelaria, enfrenta um desafio global de segurança. Nos últimos três anos, destinos tradicionais vêm sofrendo com a segurança com impactos diretos e prejuízos de centenas de milhões de dólares — como Paris e o próprio Rio de Janeiro.
Escrito por Raiza O. Santos
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