EntrevistaÚltimas Notícias

Rafael Almeida: alavancando o turismo em Olímpia (SP)

Como Olímpia está recebendo muitos investimentos em novos hotéis, a previsão é que em até 2021 a cidade tenha 35 mil leitos

O Grupo Natos foi criado em 2012 com o objetivo de desenvolver empreendimentos ligados ao turismo na cidade de Olímpia, no interior de São Paulo. Atualmente já comercializou mais de 30 mil cotas e investiu mais de R$ 1 bilhão em dois resorts na cidade, o Enjoy Olímpia Park Resort, maior empreendimento de multipropriedade em operação no Brasil, e o Solar das Águas Park Resort, que será inaugurado em 2021.

Publicidade
Ameris

Como Olímpia está recebendo muitos investimentos em novos hotéis, a previsão é que em até 2021 a cidade tenha 35 mil leitos. E não pode contar somente com o atrativo da água quente que atrai cerca de 2 milhões de turistas por ano. O Grupo Natos está fazendo parcerias para aumentar os atrativos turísticos da cidade do interior paulista de 50 mil habitantes. Já viabilizou a inauguração recente da atração Vale dos Dinossauros e está empenhando esforços para levar a Olímpia o Museu de Cera, o Bar de Gelo, o Centro de Convenções e o Museu dos Bombeiros. Confira esses e mais detalhes nessa entrevista exclusiva com Rafael Almeida, o CEO do Grupo Natos que trabalha para consolidar Olímpia como a Orlando Brasileira.

Publicidade
Desbravador

Revista Hotéis — Como e quando surgiu o Grupo Natos? Ele foi criado com quais objetivos?

Rafael Almeida O Grupo Natos foi criado em 2012 com o objetivo de desenvolver empreendimentos ligados ao turismo na cidade de Olímpia, no interior de São Paulo. O grupo é resultado de uma parceria entre a W Palmerston Holding, a Griffe Investimentos e a ABL Prime, três empresas com décadas de experiência na área de incorporação, comercialização e gerenciamento de empreendimentos de hotelaria e lazer. Nosso foco está na incorporação e gestão de resorts na modalidade de uso compartilhado. Foi a partir dessa visão que também criamos, dentro do guarda-chuva do Grupo Natos, a Enjoy, empresa 100% especializada em administração de resorts de multipropriedade, algo novo no mercado. A Enjoy é a maior administradora deste segmento atualmente do mercado, e agora decidimos abrir a nossa experiência para parcerias com outros empreendimentos e não apenas com aqueles em que somos os incorporadores.

R.H — Qual é a visão de negócios de vocês e como estão posicionados no mercado

R.A — O objetivo do Grupo Natos e da Enjoy é proporcionar uma experiência única de viagem para todas as pessoas que se hospedam em nossos empreendimentos. As empresas que compõem o grupo são líderes no mercado de multipropriedade. Ocupamos hoje posição de referência. Em sete anos em Olímpia, comercializamos mais de 30 mil cotas e investimos mais de R$ 1 bilhão em nossos dois resorts na cidade, o Enjoy Olímpia Park Resort, maior empreendimento de multipropriedade em operação no Brasil, e o Solar das Águas Park Resort, que vamos inaugurar em 2021. No ranking dos dez maiores empreendimentos do setor no Brasil, os dois maiores são nossos, o Solar e o Enjoy.

R.H — Quais os motivos que levaram vocês a investir na cidade de Olímpia (SP) na incorporação e construção de hotéis

R.A — Alguns anos atrás, o empresário Benito Benatti, de Olímpia, fundador e presidente do Thermas dos Laranjais, um dos homens mais visionários que eu já tive o privilégio de conhecer, veio a Goiânia, onde fica a nossa sede, convidar o Waldo Palmerston e minha família para empreender em Olímpia. Desde aquela época, seu Benito já identificava que a cidade precisava ampliar sua rede hoteleira e ter mais opções de entretenimento para atender a demanda crescente de turistas. Compartilhamos essa visão do seu Benito, enxergamos o potencial de Olímpia e fomos pra lá com a missão de ajudar a construir esse desenvolvimento. Os números provam que não estávamos enganados. Hoje, Olímpia se tornou um dos principais destinos de turismo do Brasil. É considerada a “Orlando brasileira”. A cidade recebe mais de 2 milhões de turistas por ano. Com pouco mais de 50 mil habitantes, Olímpia representa sozinha mais de 10% de todo mundo que viaja a passeio pelo estado de São Paulo. E a tendência é continuar crescendo. A rede hoteleira da cidade fechou 2018 com 23 mil leitos, e a estimativa da prefeitura, considerando projetos que estão em construção, inclusive o nosso, o Solar das Águas, é de chegar a 35 mil leitos até 2021, com capacidade para receber 6 milhões de turistas até 2024.

Publicidade
Harus

Hoje, Olímpia se tornou um dos principais destinos de turismo do Brasil. É considerada a “Orlando brasileira”

R.H — O que mudou em Olímpia após a chegada do Grupo Natos e quais os outros investimentos que fizeram na cidade?

R.A — Não fomos os únicos responsáveis por tudo que está acontecendo na cidade hoje, obviamente, mas certamente temos contribuído para essa história de sucesso. Posso dizer que Olímpia nos encontrou e nós encontramos Olímpia no momento certo. Uma mudança importante é que conseguimos formar um grupo, envolvendo o poder público e a iniciativa privada, que trabalha unida pelo destino Olímpia, e não só pelos seus próprios negócios. São pessoas que estão dispostas a atuar com parcerias. Isso tem gerado mais confiança no mercado e ajudado a atrair cada vez mais investimentos. A própria chegada do Grupo Dreams, por exemplo, é reflexo disso.

R.H — Como você enxerga os atrativos de Olímpia nos próximos anos e no que pretendem investir mais?

R.A — Olímpia ficou conhecida no Brasil como destino de águas termais, por conta de seus parques aquáticos, e agora começa a entrar em uma nova fase, com outras opções para atrair e segurar o turista por mais tempo (consolidando aquele sonho lá atrás do seu Benito). Depois da era dos parques molhados, que ainda são e continuarão sendo um grande chamariz de turistas, Olímpia entra agora na era dos “parques secos”, ampliando seu leque de atrativos para as famílias. Em meio a esse cenário, eu, Rafael, junto com outros empresários da cidade, Ronald Remondy Junior e Carlos Eduardo Savian, criamos uma joint-venture com o Grupo Dreams para trazer para Olímpia atrações que já são sucesso em destinos como Gramado e Canela, na Serra Gaúcha. Assim, inauguramos este ano o Vale dos Dinossauros, e em 2020 entregaremos o Museu de Cera e o Bar de Gelo, fruto dessa parceria. Também temos trabalhado junto com o deputado Geninho Zuliani, prefeitura e empresários para trazer um Centro de Convenções para Olímpia. Há outros projetos ainda em andamento. Tudo isso sou eu, Rafael, que estou envolvido diretamente, como pessoa física (risos). Agora, falando como CEO do Grupo Natos, além do Enjoy e do Solar das Águas, devemos lançar ainda este ano nosso terceiro em Olímpia, o Solar das Brisas.

… além do Enjoy e do Solar das Águas, devemos lançar ainda este ano nosso terceiro em Olímpia, o Solar das Brisas

R.H — Quais os gargalos que Olímpia apresenta no mercado em que atuam? A mão-de-obra especializada é um deles?

R.A — Hoje os principais gargalos para resolver e acelerar ainda mais o turismo giram em torno do transporte e de investimentos em capacitação de mão-de-obra especializada em toda a cadeia que envolve o turismo. Em relação ao transporte, além de melhorias nas estradas que levam à cidade, as discussões sobre a construção de um aeroporto precisam avançar com o governo do Estado. Isso colocaria Olímpia em outro patamar.

R.H — Quais os outros investimentos que estão em curso em outras cidades do Brasil e como o Grupo Natos está captando recursos?

R.A — Além do Solar das Brisas, que vamos lançar esse ano, do Museu de Cera, do Bar de Gelo e do Centro de Convenções, estamos viabilizando novos atrativos, como o Museu dos Bombeiros. Isso tudo em Olímpia. No Brasil, abrimos nossa estrutura de gestão do Grupo Natos e da Enjoy para novos negócios. Estamos em conversa com alguns incorporadores para novos negócios em 2020, aproveitando com isso a abertura que o mercado de capitais está dando para o nosso setor depois aprovação da Lei de Multipropriedades. Queremos, com isso, que nossa experiência em gestão agregue novas tecnologias nesse mercado, mudando um pouco as formas de comercialização e gestão atuais.

Publicidade
Fispal

Além do Solar das Brisas, que vamos lançar esse ano, do Museu de Cera, do Bar de Gelo e do Centro de Convenções, estamos viabilizando novos atrativos, como o Museu dos Bombeiros

R.H — Na sua opinião, o que muda no cenário de investimentos hoteleiros no Brasil com a regulamentação da multipropriedade que aconteceu no final do ano passado. Essa será a grande alavanca de novos empreendimentos nos próximos anos?

R.A — Penso que a regulamentação da Lei de Multipropriedades, sancionada pelo governo no fim do ano passado e conquistada após muita luta em Brasília desse grupo de trabalho formado pelas mais importantes entidades que representam o setor, como ADIT Brasil, FOHB, ABR, SECOVI, e do qual também fizemos parte, traz mais segurança jurídica para todos os envolvidos, especialmente para o comprador final, definindo com clareza as garantidas e responsabilidades de todos. Sem dúvida é um passo fundamental ao desenvolvimento sustentável da multipropriedade no País. O brasileiro tem recebido muito bem o turismo compartilhado, que oferece um modelo mais inteligente para quem quer ser proprietário de um imóvel em um destino de férias, rateando custos fixos e tendo a possibilidade de trocar suas semanas com outros destinos. Tanto que hoje esse tipo de empreendimento já está presente em mais de 45 cidades, em 16 Estados, e deve continuar crescendo para alavancar ainda mais o mercado turístico. A multipropriedade é o core business do Grupo Natos, somos especialistas nisso, e estamos muito otimistas com o futuro. Como eu disse, a lei tem aberto muitas portas no mercado de capitais e feito as taxas caírem muito.

R.H — Acaba de ser lançado no mercado o Manual de Melhores Práticas de Multipropriedade Turísticas. O que ele pode agregar ao mercado?

R.A — O manual, que também contou com nossa participação ativa e do mesmo grupo de trabalho responsável por elaborar a lei, é um instrumento que ajudará a nortear os futuros projetos, apresentando as diretrizes para o crescimento sustentável e equilibrado deste tipo de empreendimento, desde a concepção até a operação. Com todo o crescimento do setor nos últimos anos no Brasil, além de uma lei que regulamentasse a atuação de todos os agentes envolvidos, precisávamos de um manual que trouxesse orientações precisas a todos os atuais e futuros empreendedores, de forma a minimizar eventuais riscos e, como eu disse, promover o desenvolvimento sustentável da multipropriedade para os próximos anos.

Publicidade
APP da Revista Hoteis

R.H — Na sua opinião quais são os entraves para se investir no segmento turístico no Brasil e como enxerga esse setor nos próximos anos?

R.A — Falta de incentivo por parte de governos anteriores. Precisamos de incentivos fiscais tais como as Zonas de Desenvolvimento Turísticos, criadas em vários países. Incentivos para turistas estrangeiros, aproveitando a diferença cambial atual. Incentivo para a criação de novos voos e liberação de vistos para os países mais desenvolvidos. Precisamos da reformulação da Lei Geral do Turismo e mais programas de fomento para a criação de equipamentos turísticos que sejam capazes de movimentar a economia voltada para o turismo o ano inteiro, e não somente nas altas temporadas.

Publicidade
Anuncie conosco

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
CLICK AQUI PARA ESCOLHER O IDIOMA DA LEITURA
error: ARQUIVO NÃO AUTORIZADO PARA IMPRESSÃO E CÓPIA