Quem comandará a ABIH Nacional nos próximos anos?
No sentido de informar aos nossos leitores quem comandará os destinos nos próximos anos da ABIH Nacional, a mais expressiva entidade da hotelaria nacional, e contribuir na melhor escolha, entrevistamos os três candidatos que manifestaram interesse em concorrer a presidência, na qual Álvaro Bezerra de Mello, que foi nosso entrevistado na edição de agosto, deseja a reeleição. Fizemos cinco perguntas iguais aos candidatos Maurício Bernardino (ABIH/SP), Enrico Fermi (ABIH/RN) e Eliseu Barros da ABIH/CE. Confira a seguir nesta entrevista exclusiva.
Revista Hotéis — Quais os motivos que o levaram a se candidatar à presidência da ABIH Nacional?
Eliseu Barros — Desde o início da minha vida profissional sempre participei e me engajei nas entidades classistas, porque acredito no associativismo e cooperativismo. Presidi diversas entidades estaduais e me sinto preparado para este novo desafio. Sou um candidato jovem que pretende implantar um sistema de gestão mais participativo, motivando e envolvendo nossos associados.
Revista Hotéis— Qual a experiência hoteleira e profissional que traz para o comando da ABIH Nacional?
Eliseu Barros — Participei da construção do Marina Park Hotel e desde sua inauguração em 1993, estou a frente de sua administração, totalizando 17 anos de experiência no setor. Sou formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Ceará. Fui presidente da ABIH- CE, que é uma referência nacional durante três mandatos, totalizando seis anos, duas vezes Vice–presidente da ABIH- Nacional. Fundador e 1º presidente do Fortaleza Convention e Visitors Bureau, ocupando o cargo por três gestões seguidas. Presidente da Federação do Convention Bureau do Ceará.
Revista Hotéis — Uma vez eleito, quais os planos frente à entidade? Haverá uma continuidade da gestão do Sr. Álvaro Bezerra de Mello ou muita coisa irá mudar?
Eliseu Barros— Todo dirigente tem um perfil e sua forma de administrar. Pretendo dar continuidade e concluir os projetos iniciados na gestão do Sr. Álvaro. Implantarei uma gestão descentralizadora e participativa entre nossos associados valorizando assim as entidades regionais e tornando-os mais profissionais, independentes e competitivos. Mas, com certeza um dos meus principais projetos será a realização de planejamentos estratégicos para a ABIH Nacional, visando fortalecer todas as ABIH estaduais.
Revista Hotéis — Como ficará o relacionamento com as entidades co-irmãs (FOHB e Resorts Brasil). Você vai trabalhar para a união destas entidades numa representação única junto a ABIH para fortalecer o setor ou continua o relacionamento como está, ou seja, cada uma defendendo um interesse?
Eliseu Barros — Um dos meus objetivos é continuar o mesmo relacionamento de respeito, harmonia e colaboração existentes entre às entidades. Trabalharei para manter a parceria constante, procurando estreitar ainda mais a parceria entre as mesmas.
Revista Hotéis — Como você enxerga o papel da ABIH Nacional frente aos desafios do Brasil em sediar a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016?
Eliseu Barros — Em qualquer evento que sediamos, o segmento de hospedagem representa um dos itens mais importantes para realização e sucesso do mesmo, sendo este segmento um elo estratégico da cadeia produtiva do setor do turismo, na realização de pequenos, médios e grandes eventos. A Copa do Mundo e as Olimpíadas não podiam ser diferentes. A liderança da ABIH neste processo é de muita importância para que haja um maior comprometimento dos associados em relação à capacitação da mão de obra e reforma de seus equipamentos.
Revista Hotéis — Quais os motivos que o levaram a se candidatar à presidência da ABIH Nacional?
Enrico Fermi — O que me levou a ser candidato a presidente da ABIH Nacional foi a vontade de defender os interesses da classe hoteleira, diante dos desafios enfrentados pelo setor, e dar continuidade a um trabalho realizado pelas gestões anteriores.
O presidente Álvaro demonstrou interesse em dar continuidade aos projetos iniciados em sua gestão, o que é muito legítimo, e eu estarei colaborando ao seu lado, para que a nossa entidade alcance os objetivos almejados.
Revista Hotéis — Qual a experiência hoteleira e profissional que traz para o comando da ABIH Nacional?
Enrico Fermi — Sempre atuei na área da Construção civil e estou na hotelaria há 20 anos. Desde 98 faço parte da diretoria da ABIH/RN, três vezes diretor, uma vice-presidente e duas vezes presidente. Aprofundamos a consciência associativista entre os que atuam no setor, construímos sede própria,tornamos a ABIH/RN a entidade mais representativa do estado, defendendo com determinação e independência política os interesses da hotelaria e de todo o setor turístico.
Revista Hotéis — Uma vez eleito, quais os planos frente à entidade? Haverá uma continuidade da gestão do Sr. Álvaro Bezerra de Mello ou muita coisa irá mudar?
Enrico Fermi— Lutarei, ao lado de toda diretoria, para continuar o trabalho realizado na primeira gestão do presidente Álvaro, aprimorando e ampliando a nossa comunicação entre todas as regionais e implementarei novas ações que serão apresentadas na nossa próxima reunião, que me reservo o direito de não antecipá-las.
Revista Hotéis — Como ficará o relacionamento com as entidades co-irmãs (FOHB e Resorts Brasil). Você vai trabalhar para a união destas entidades numa representação única junto a ABIH para fortalecer o setor ou continua o relacionamento como está, ou seja, cada uma defendendo um interesse?
Enrico Fermi — Nossos interesses são convergentes e por este motivo andamos sempre juntos. Começamos a amadurecer a idéia de nos juntarmos e trabalharei para uma solução que atenda o interesse de todos.
Revista Hotéis — Como você enxerga o papel da ABIH Nacional frente aos desafios do Brasil em sediar a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016?
Enrico Fermi — O papel da ABIH Nacional é preponderante e temos a responsabilidade de preparar toda nossa hotelaria para receber este dois eventos mundiais. Qualificar e requalificar todos os colaboradores, que atuam em nossos equipamentos e nos demais seguimentos, é nosso maior desafio. Atualizar nosso parque hoteleiro é outro grande desafio e lutar para que todas as cidades sedes sejam dotadas das infra-estruturas necessárias.
Revista Hotéis — Quais os motivos que o levaram a se candidatar à presidência da ABIH Nacional?
Maurício Bernardino — Entendo que pretender a presidência nacional é uma evolução natural da política classista. Após presidir a ABIH SP por cinco anos e ter a aprovação dos seus associados acredito que tenha fôlego e entusiasmo para presidir nacionalmente a entidade. Sem contar o estímulo que tenho recebido dos companheiros em razão do trabalho que realizamos. Fiz uma análise crítica do momento e do meu estágio de vida atual e creio ser o único que pode oferecer uma dedicação total de tempo e talento para presidir a ABIH Brasil, sem contar que é praticamente unânime a necessidade de um planejamento estratégico para a entidade nacional.
Sou independente profissionalmente apesar de ter vínculo oficial com grupos ou hotéis independentes e minha empresa de consultoria independe da minha presença para funcionar. Ao longo da minha carreira fui me preparando para exercer a presidência e neste momento estou pronto para ela, principalmente para aprimorar a comunicação entre as ABIHs nacionais para o desenvolvimento da hotelaria brasileira.
Revista Hotéis — Se o Sr. Álvaro Bezerra de Mello mantiver o interesse na reeleição, sua candidatura continua?
Maurício Bernardino — Esta questão já foi tratada durante reunião ao final da Conotel e se o Álvaro mantiver o interesse na reeleição já afirmei que retiro a minha candidatura em respeito ao seu nome.
Revista Hotéis — Qual a experiência hoteleira e profissional que traz para o comando da ABIH Nacional?
Maurício Bernardino — São 54 anos de trabalho contínuo em hotelaria e no exercício de várias diretorias, vice-presidências e presidências de entidades, organizações, clubes, sindicatos, igreja e beneméritas.
Muita gente pode não saber mas sou responsável por ações hoteleiras como a do maior projeto de retrofit hoteleiro realizado no Brasil, tanto em investimentos como em área restaurada: 28.000 m² no Hotel Jaraguá. Também é de minha autoria o retrofit das áreas de “celas” do Mosteiro de São Bento, transformando-as e criando 11 suítes para hospedar o Papa Bento XVI e sua comitiva. Também fui responsável pela implantação e operação de 16 projetos hoteleiros no Brasil e Argentina e agora lidero a implantação de um Resort de Lazer e Cassino em Ciudad Del Leste, com 120.000 m² de área construída.
Na presidência da ABIH-SP, por exemplo, também podemos citar a ampliação dos canais de comunicação da entidade com seu mercado com a criação da Revista Mix, a newsletter eletrônica, as reuniões setoriais, os projetos como o Nosso Turismo e até a adesão de 900 alunos no EVMH no Estado de SP em duas semanas.
Revista Hotéis — Uma vez eleito, quais os planos frente à entidade?
Maurício Bernardino— Entendo ser primordial fazer um inventário da hotelaria nacional e com isso concluído desenvolver um sistema de controle por estatísticas para termos uma radiografia permanente das atividades dos meios de hospedagem nacional. Estou finalizando meus planos de ação com foco na administração financeira e de recursos humanos. Consta também no meu programa para a ABIH Nacional, um Planejamento Estratégico focado na gestão e crescimento em curto, médio e longo prazo como:
· Um Projeto de Comunicação com novos canais de contato com as ABIHs Estaduais e os Hoteleiros, Governo, Colaboradores, Fornecedores e Hóspedes.
· A reformulação da estrutura participativa e decisória com as ABIHs Estaduais · Ampliação da participação efetiva da entidade Nacional em todas as questões Legais e do Mercado Hoteleiro com o Governo, Trade Turístico, Sindicato e Sociedade.
Revista Hotéis — Haverá uma continuidade da gestão do senhor Álvaro ou muita coisa mudará?
Maurício Bernardino — Se for para continuar como está, não tem porque trocar o presidente da entidade. O que pretendo fazer é aplicar um choque de gestão, modernizando os sistemas e principalmente a comunicação com as regionais.
Revista Hotéis — Como ficará o relacionamento com as entidades co-irmãs (FOHB e Resorts Brasil)? você vai trabalhar para a união destas entidades numa representação única junto a ABIH para fortalecer o setor ou continua o relacionamento como está, ou seja, cada um defendendo um interesse?
Maurício Bernardino — Acreditamos que a interação entre as entidades é importantíssima. Em São Paulo, por exemplo, já promovemos uma integração que só fortalece a entidade. Destaco a ótima relação de integração associativa, voltada para o crescimento da hotelaria paulista e paulistana que temos no corpo diretivo da ABIH-SP, com a presença dos representantes da Hotelaria Independente como o Francisco Dalmario do Pergamon; o Carlos Omori do Lorena Hotel; Julio Serson do Vila Rica; Helio Higuti antes do Matsubara e agora do San Raphael; o Ricardo Ueno do Nikkey Plaza; o Adolpho Cyriaco e o Antonio Reinales do Reinales Plaza. Temos representantes também do FOBH como a Accor com o Roland Bonadona; o Melia com o Rui Manuel Oliveira; o Posadas com a Marcia Brown; do IHG com o Francisco “Paco” Cesar Garcia; Roberto Rotter da Pestana; e o Manuel Gama da Travel Inn. Temos também nomes da Resorts Brasil com o Antonio Dias do Royal Palm Plaza em Campinas e contamos com membros do interior do estado como os hoteleiros Fernando Mamede de Atibaia; Pedro Nathan de Campos de Jordão; Murillo Sarti de Ilhabela; Ariel Gaiolli de Serra Negra; Alex Mendes de Santos; Ricardo Roman Jr. de Guarujá; e o Marco Iannoni de Guarulhos.
Revista Hotéis —Como enxerga o papel da ABIH Nacional frente aos desafios do brasil em sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016?
Maurício Bernardino — A participação da Nacional é preponderante! A hotelaria, fora os estádios, é a atividade mais participante e necessária. Veja que antes mesmo do Brasil ser escolhido como sede, nós já negociávamos a disponibilidade de quartos e regras para atender a demanda da Copa. Precisamos integrar e participar efetivamente com o Governo, a FIFA-CBF, o COI-COB, os fornecedores e o trade turístico em todas as estratégias e decisões que tenham relação com a Hotelaria e o Turismo nestes eventos Internacionais da Copa 2014 e Olimpíadas 2016, aproveitando esta oportunidade única de promover a hotelaria e o turismo brasileiro. É de nossa responsabilidade tornar o Brasil o principal destino Turístico da América Latina, criando políticas de incentivos fiscais para a hotelaria, integrando as ações promocionais diretamente nos hotéis, pois é onde o hóspede estará. Desenvolver, qualificar e certificar a mão-de-obra hoteleira para que possamos dar um salto de qualidade e deixar um grande legado de crescimento sustentável para os próximos anos da hotelaria nacional.