Perspectivas do setor foram debatidas no II Fórum Nacional da Hotelaria do FOHB
Aconteceu há pouco o painel que abordou as perspectivas para o setor hoteleiro no II Fórum Nacional da Hotelaria, que acontece hoje (9) no Centro de Convenções Pullman e Grand Mercure Vila Olímpia. O debate contou com a participação de Pedro Cypriano, Diretor de consultoria da Hotel Invest; Patricia Boo, Area director Central & South America da STR; Rodrigo Cezar, Head de eventos e viagens da Roche e Presidente da Alagev; Antonio Dias, CEO do Royal Palm Hotels & Resorts; Pedro Carraz, Sócio da XP e Gestor de fundos imobiliários da XP Asset Management; Eduardo Giestas, CEO da Atlantica Hotels; e foi mediado por Roland de Bonadona, da Bonadona Hospitality Consulting.
Roland de Bonadona iniciou o painel falando sobre os desafios e cenário da hotelaria atual. “Como vocês sabem a hotelaria é um dos elos do Turismo, que não para de crescer, apesar da crise. As novas gerações que amam viajar e as novas tecnologias fazem com que vejamos com otimismo a situação da indústria nos próximos meses”, disse antes de passar a palavra para Patrícia Boo, da STR.
Patrícia apresentou um panorama da hotelaria em nível global. “Em geral estamos vendo crescimento da oferta e da demanda. Somente na América Central há uma leve queda por conta da situação política. O Oriente Médio continua em crescimento, e a demanda acompanha. A América do Sul e a África estão com aumento de 3.5% da demanda. Nova York e Paris estão com quase US$ 200 de RevPar. O Rio de Janeiro está com 58% de crescimento”, revelou Patrícia. Em termos de diária média, Nova York e Paris seguem com a diária mais cara, seguidas por Dubai, Cingapura, Hong Kong, Miami, Londres, Rio de Janeiro e Sydney.
Pedro Cypriano na sua vez, explicou a nova oferta hoteleira: “Hoje existem 177 hotéis em desenvolvimento no País. Isso significa 25.984 novas UHs e R$ 6,7 bilhões em investimento. Apesar dos números altos, o crescimento é considerado modesto. São 23 redes e 52 marcas, na sua maioria econômicos e super econômicos. Os novos hotéis são divididos igualmente entre marcas nacionais e internacionais e o condo-hotel ainda é o modelo prioritário. A concentração é maior no Sul e Sudeste, com 75% dos empreendimentos destinados para as duas regiões e 50% estão localizados em municípios com até 300 mil habitantes”, detalhou o executivo.
Em São Paulo, houve pico de R$ 275 em RevPar no final de 2012, com queda de -18% em ocupação e -25% em diária média. “A boa notícia é que desde o início de 2017 estamos em curva ascendente. A diária vem com uma certa defasagem de tempo. Achamos que esse índice deve melhorar nos próximos meses”, observou Cypriano.
A primeira pergunta de Bonadona aos convidados foi: “o que é um bom hotel no ponto de vista de um profissional do setor?”. Antônio Dias opinou: “A primeira coisa é a localização e a segunda é a adequação do produto àquele mercado. O terceiro ponto é a escala”. No sentido contrário, Dias afirmou como piores itens, hotéis de baixa escala e a má localização. “Se você tem problemas de segurança, todos os investimentos feitos ali dificilmente terão retorno”, concluiu.
Rodrigo César, da Roche, disse que a segurança Cyber é um dos itens que fazem o hotel um bom empreendimento, seguido pela customização e distribuição. Para Pedro Carraz, “Além de localização, qualidade e outros itens essenciais para a operação, procuramos hotéis mais resilientes e menos volatéis, com níveis de estabilidade de taxa de ocupação interessante”.
Bonadona perguntou para Eduardo Giestas sobre a recuperação da motivação por parte dos investidores após a frustração com a Copa do Mundo. “Ainda percebo uma expectativa acima do que o mercado está entregando e pode entregar. A crise foi longa e tem recuperação lenta. O investidor com uma visão de renda que não entende a volatilidade da hotelaria, teve esse período como aprendizado, um processo forçado para o melhor entendimento da operação hoteleira. O que vemos agora é que estamos numa fase expancionista, com o mercado melhorando, a volta da ocupação e a diária vindo. O mercado vai retomar seu ritmo, mas a pressão entre investidor e hoteleiro continua”, respondeu Giestas.
Dias opinou que o desafio para o Grupo Royal Palm é consolidar a recuperação pós-crise. “O que devemos assistir agora é a manutenção da oferta, afinal a demanda cresceu. Devemos ter um crescimento e oportunidade de desenvolvimento de novos projetos”, afirmou o executivo.
O II Fórum Nacional de Hotelaria é uma realização do FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil em parceria com o Valor Econômico e Revista Época e tem a Revista Hotéis como Mídia Apoio.