Pedro Cypriano abriu grade de programação do Hotel Trends 2023
O Hotel Trends Conference – Budget 2023, evento promovido pelo portal Hôtelier News com apoio institucional do FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil, teve início na manhã desta segunda-feira, 15 de agosto, na sala Paris do Novotel Morumbi, com a palestra “Hotelaria no Brasil: o que esperar e como se preparar?”, com Pedro Cypriano, que apresentou um estudo completo do cenário atual e das perspectivas do setor hoteleiro para o ano que vem. O espaço com capacidade para 100 pessoas ficou totalmente ocupado, além de vários participantes on line.
Após abertura de Vinícius Medeiros, editor-chefe do Hôtelier News, e agradecimentos ao público que lotou a sala de eventos do Novotel Morumbi, Pedro Cypriano iniciou a sua apresentação. “Para termos um pouco de clareza e sabermos o que está acontecendo, o mercado vem performando de maneira positiva, alcançando números próximos ao que foram registrados em 2019. A aviação doméstica, por exemplo, teve recuperação de 90% no doméstico e 79% no internacional. A ocupação se intensifica, mas ainda não está completa. A América do Norte tem -7% do que era em 2019, -19% na Europa, – 28% na Ásia-Pacífico, para trazer algumas informações. Uma característica da retomada foi a compra da recuperação hoteleira pelos investidores. O mercado andou de lado até o segundo semestre de 2020. Quando a vacina entra em cena, o setor começa um movimento crescente. Olhar para essa curva e enxergar grandes players da indústria acreditando na retomada, é uma grande sinalização de mudança para o mundo. No RevPar, as grandes empresas estão performando em índices positivos, acima do que tinhamos no pré-pandemia.
As grandes incógnitas ainda estão na demanda externa. O mercado norte-americano está se aproximando ao que era em 2019. No mundo, predomina a confiança no turismo e o valor das empresas é um sinal de otimismo. O faturamento do setor cresce continuamente, com leves oscilações causadas por fatos como a terceira onda, que foi mais fraca. Os trabalhos voltam ao setor, as contratações aceleram, embora ainda faltem profissionais. A demanda doméstica internacional no mercado aéreo também se aproxima ao registrado em 2019″, explicou Cypriano.
Tarifas aéreas em crescimento
De acordo com Cypriano, um indicador preocupante para o mercado é o crescimento das tarifas aéreas no mercado. “Por ora, quero dizer que sim, estamos subindo, estamos chegando a uma curva que vem crescendo e ganha novo ritmo. O dólar, a guerra e a inflação são alguns dos fatores”, revelou.
Cypriano também mostrou como as buscas do lazer desaceleraram, enquanto os negócios cresceram. “Quando falamos de desaceleração, isso não significa queda. O saldo ainda é positivo. O corporativo está despontando e crescendo, com a ocupação ou em linha ou parecida com a que tinhamos em 2019. Será uma tendência perene ou que tende a mudar daqui para frente, essa é a dúvida. Uma informação compilada pelo Bonadona mostra a ocupação recuperada com a diária ainda patinando, principalmente em negócios. Esse recorte é positivo”, observou.
Otimismo em ascensão
Segundo Cypriano, o lazer se encontra em um dos melhores momentos históricos do País. “A gente pega o volume de receita por apartamento ocupado, segundo estudo da Resorts Brasil, vemos incrementos bastante significativos para o setor. O mercado de luxo teve faturamento acima do que era registrado em 2019 no ano de 2021. Essa curva de sazonalidade vem performando acima do que era antes. Mercados menores também mostraram essa mesma fotografia. Há uma desaceleração, mas que é normal, devido a abertura das fronteiras, mas o saldo ainda se mantém acima do que era em 2019 e isso deve continuar.
O valor das empresas, ainda é aquém do que esperávamos. O que vem pela frente, em termos econômicos, impacta diretamente em nossos negócios, mas os termos positivos são oferta aérea, turismo doméstico, diária de lazer, número de eventos crescente e ocupação de hotéis se mantendo. Até aqui, em média, o lazer e os negócios se destacam”, resumiu Cypriano. “Até o final de ano estamos bem. Até agora, os dados referentes ao corporativo mostram que estamos performando bem. A diária ainda deve fechar abaixo do que registrado em 2019. O lazer continuará bombando, e por consequência, o RevPar também bastante expressivo. O resultado é simples, deixamos de discutir pandemia e em termos corporativos, se temos a economia crescendo, as pessoas voltam a viajar, seja para encontros de negócios ou prospecção. Voltar a discutir economia é importante para nossos negócios. A economia será crucial para mantermos bons resultados. O PIB no acumulado de 2022, temos um crescimento de +2,5%, e o dólar com aumento de +30,8%. Quando você olha para 2023, o dólar se mantém em patamar alto, que ajuda o lazer interno. No final das contas, em termos macroeconômicos, ainda temos uma fotografia que não é das melhores”, finaliza.
