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Para onde nos levarão as estradas do novo normal no mundo pós-pandemia

Artigo de Manoel Linhares*

Após o impacto inicial trazido pelo novo Coronavírus, a indústria do turismo mundial, que até três meses atrás representava 10% do PIB global e cerca 13% dos empregos do planeta, ainda não sabe quanto efetivamente retomará suas atividades.

A própria Organização Mundial de Turismo (OMT), que esperava no final de março uma queda de 20 a 30% nas viagens, refez suas estimativas e anunciou que o número de turistas internacionais pode cair de 60 a 80% em 2020.

Para a OMT, as perspectivas para recuperação das Américas ainda esse ano são pessimistas, enquanto as mais positivas dizem respeito à África e ao Oriente Médio aonde se prevê uma possível recuperação em 2020. Já a Europa e a Ásia dividiram a opinião dos especialistas que não se arriscaram em apostar em uma recuperação para os próximos oito meses. Essas novas previsões são baseadas em três cenários: reabertura das fronteiras e suspensão das restrições de viagem no início de julho (queda de 58% nas chegadas), início de setembro (-70%) e início de dezembro (-78%).

No Brasil, estamos aos poucos saindo do estado de susto, tentando nos estabelecer diante do “novo” normal que será exigido daqui para frente nas relações sociais e comerciais e esperando a reabertura da cadeia do turismo que depende, basicamente, de quando os Estados e Municípios flexibilizarão o isolamento social e quais serão as restrições.

Enquanto isso a hotelaria nacional, assim como os destinos e demais empresas do setor, vêm se preparando para adotar novos protocolos, já que a pandemia trouxe sem aviso prévio um novo conceito de viajar e um novo perfil do turista que, pelo que parece, buscará mais segurança do que experiências

E é justamente nesse “novo” conceito que precisamos focar para recuperarmos nossos negócios. As tendências divulgadas pela OMT apontam que a recuperação se verificará inicialmente em viagens curtas e domésticas, com os viajantes optando por um tipo de turismo mais simples, em destinos mais próximos, além do aumento de viagens individuais e o incremento do turismo familiar e de pequenos grupos, na sua maior parte feitos através do modal rodoviário.

Sempre destacamos a importância do turismo realizado através das rodovias brasileiras e seu potencial de crescimento e hoje, mais do que nunca, precisamos investir nos destinos para onde levam os 1,72 milhões de quilômetros de estradas. Se antes da pandemia, o turismo rodoviário era a esperança para o desenvolvimento de destinos próximos aos grandes centros, hoje pode ser a solução para o turismo do país.

Para finalizar e correndo o risco de ser repetitivo, nada mais nos resta a não ser seguir em frente e tentar extrair o melhor da situação que, ao meu ver, passa pela atualização de nossa legislação no que tange  todos os seguimentos que impactam a indústria nacional do turismo, a fim de que tenhamos a possibilidade real de acessar soluções compatíveis com o “novo” normal, tornando viável de imediato o turismo doméstico e, quando for a hora, competindo em pé de igualdade com os principais destinos mundiais.

* Manoel Cardoso Linhares é Presidente da ABIH Nacional – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis

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Um Comentário

  1. Esse novo normal faz parte da ciranda, as pessoas vão preferir os automóveis, então vai ganhar quem estiver num raio de até 600 km dos grandes centros algo entre 450 e 600 Km. é aqui que as pessoas vão fugir do “confinamento” imposto por alguns governantes que sairão do cenário Nacional se Deus assim permitir, vejo algumas capitais completamente dependentes do corporativo e isso torna-as mais sazonais ainda. Capitais praianas como João Pessoa, Natal, Recife, Fortaleza, Maceió, Vitória e outras estão em vantagem. Os balneários pequenos perto dos grandes centros também terão uma recuperação mais rápida . Mas em breve estaremos vendo tudo andando normalmente, em que pese este “em Breve” possa significar final de 2021…. porém, sempre há alternativas.

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