Especial

Papa Francisco vem ao Brasil. E como fica o valor das diárias dos hotéis?

Depois do evento da Rio + 20 em que houve uma série de abusos, forçando o cancelamento de hospedagem de várias delegações estrangeiras e o Ministério Público e a EMBRATUR tiveram que intervir para resolver a situação, fica sempre o questionamento: onde acaba e termina a livre concorrência?

A visita do Papa Francisco ao Brasil no próximo mês de julho está sendo aguardada com muita expectativa pelos fiéis do maior país católico do mundo. Depois que ele foi empossado, esta é a primeira aparição no exterior do líder da Igreja Católica no mundo e por enquanto a única prevista neste ano pelo Vaticano. A Sua Santidade chega ao Rio de Janeiro no próximo dia 22 de julho para participar da Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá de 23 a 28 de julho, mas o primeiro encontro com o público vai ser em Aparecida, Interior de São Paulo, onde visitará o Santuário da Padroeira do Brasil, o segundo maior templo católico do mundo, perdendo tão somente para o do Vaticano. Após esta visita, o Papa Francisco volta ao Rio de Janeiro onde sua agenda está repleta de compromissos e inclui entre outros, a participação nos eventos da Jornada Mundial da Juventude; inauguração de um polo de atendimento a dependentes químicos num hospital mantido pelos franciscanos; percorrer a praia de Copacabana, no papa móvel, no meio da multidão, visita a várias comunidades; entre outros.

Como a cidade de Aparecida é a Capital Nacional da Fé no Brasil, a  expectativa desta visita que acontecerá no dia 24 de julho, é que atraia um número recorde de fiéis superior aos que acompanharam os papas João Paulo II, em 1980, e Bento XVI em 2007. O Santuário de Aparecida estima que o público chegue a 400 mil fiéis. Se na figura do Papa Francisco esta é a primeira vez que ele visita Aparecida,  na figura do Cardeal argentino, Jorge Mário Bergoglio, é a segunda vez, pois esteve hospedado por 21 dias em maio de 2007. Na época ele participou de um evento eclesial e ficou hospedado no Marge Hotel, no Centro histórico de Aparecida, onde registrou presença num livro de hóspedes ilustres com a seguinte mensagem. ‘Peço que rezem por mim’,  sendo este o mesmo pedido feito aos fiéis na Praça de São Pedro no primeiro contato que teve com o público após ser nomeado Papa.

A hotelaria de Aparecida está preparada?

Em 2007 na realização da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, foi difícil conseguir cinco hotéis com referências para a hospedagem dos 360 delegados e de mais de 1.500 pessoas da imprensa mundial. “Após esse momento todos acordaram. Foi a hora da mudança. Os hotéis e restaurantes começaram a investir tanto nas áreas habitacionais como no setor de serviços mudando mobiliário, colchões, roupa de cama e banho, equipamentos e wi-fi para todas as áreas. Além disto, foram construídos vários empreendimentos o que provocou uma mudança radical na hotelaria de Aparecida que é ainda é um negócio essencialmente familiar”, revela Ernesto Elache, Presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes de Aparecida e Vale Histórico.

Segundo Elache, Aparecida conta hoje oficialmente com 175 hotéis e 33.000 leitos, um número que surpreende, pois está próximo ao número de habitantes da cidade e talvez o maior metro quadrado de hotéis por habitante no mundo.  Isto sem somar casas de família que são transformadas em ‘hotéis’ para atender os fiéis no final de semana, o que pode elevar a oferta em mais 1300 leitos. Esta infraestrutura hoteleira pode ser comparada praticamente ao mesmo número de leitos encontrados na cidade do Rio de Janeiro que é a principal porta de entrada dos estrangeiros no Brasil.

Em razão das férias de julho, Elache explica que tradicionalmente a cidade de Aparecida apresenta uma taxa de ocupação em torno de 80%, momento em que os fiéis podem viajar com toda a família. Cerca de 18% desta ocupação são de turistas de inverno que se hospedam em Aparecida em julho fugindo dos altos preços das diárias de Campos do Jordão. “A vinda do Papa Francisco vem somar um contingente maior de hóspedes, mas as cidades do entorno de Aparecida acabam absorvendo este grande movimento”, diz Elache.

Com um aumento tão grande de demanda é natural que as diárias aumentem, afinal de contas, estamos numa economia livre e desde os primórdios do mundo, sempre existiu a lei da oferta e da demanda. Alguns sites de pesquisas alardeiam que as tarifas em Aparecida subiram até 232% em razão da visita do Papa Francisco, utilizando como critérios a localização, classificação dos usuários e variação das taxas. Mas o que existe de verdade nisto? Quem responde é o Presidente Elache. “Existe sim um ou outro aventureiro que se diz hoteleiro e acreditando ser mais esperto que os demais,  tenta promover aumentos abusivos nas diárias em razão da alta demanda, mas isto são casos isolados. Grande parte da hotelaria em Aparecida é muito responsável e aplica um desconto de 30% em cima das diárias de segunda a sexta-feira, quando o movimento é menor.

Como a visita do Papa Francisco acontecerá numa quarta-feira, as diárias estão sendo comercializadas como se fosse num final de semana, ou seja, sem os 30% de desconto. Então não existe abuso, mas sim a não oferta de desconto”, explica Elache.

Diárias no Rio de Janeiro

A cidade do Rio de Janeiro é onde o Papa Francisco permancerá por mais tempo participando da Jornada Mundial da Juventude, mas como estão as reservas e o preço das diárias? Será que vai acontecer o mesmo que na Rio + 20 no ano passado em que houve uma série de abusos, forçando o cancelamento de hospedagem de várias delegações estrangeiras e o Ministério Público e a EMBRATUR tiveram que intervir para resolver a situação!!! Segundo divulgação de alguns sites de buscas e reservas, a variação na hospedagem chegou a mais de 400%. O Presidente da ABIH/RJ –   Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do estado do Rio de Janeiro, Alfredo Lopes, explica que os preços das diárias foram negociados diretamente entre a agência oficial do evento e os empreendimentos hoteleiros, sem intermédio da entidade que comanda. “Os preços praticados pela hotelaria carioca são sobretaxados com 30% de mark up cobrado pela agência oficial do evento. Isso encarece o preço final e a hotelaria é quem leva a fama negativa. Acredito que os preços não sejam o motivo de esvaziamento do evento, até porque os números de ocupação compravam que o perfil de público deste evento procura opções alternativas e econômicas de hospedagem, como casas de famílias, alojamentos, igrejas, campings, entre outros”, destaca Lopes.

Segundo ele, para estes dois eventos a procura está abaixo das expectativas na capital fluminense, pois somente 55% das vagas foram preenchidas, mas a tendência é que esse número cresça com a proximidade dos eventos podendo chegar a 70%. Uma das explicações para a baixa procura pode estar no fato da crise financeira internacional que desistimula a vinda de católicos de outras partes do mundo para participar deste evento.  A compensação pode estar nos hóspedes do mercado interno, mas a questão é se eles vão pagar os preços que estão sendo praticados.

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