Painel no 35º Encatho aborda a força de trabalho em hotéis
O tema foi debatido no segundo dia de apresentações no Centrosul, em Florianópolis
Direto de Florianópolis (SC) – O primeiro painel do último dia da 35ª edição do Encatho , que começou ontem (24), no Centrosul, em Florianópolis (SC), contou com a participação de André Carvalho, Professor, consultor, mentor de empresas e palestrante; Rogério Bachi, CEO da RB Hotelaria; e Marcelo Piana, que foi o moderador. Com o tema “Desafios com a força de trabalho em hotéis: decisões, dados e sensibilidade”, eles apresentaram suas visões para o público presente. O evento traz líderes e profissionais do setor hoteleiro, além de empresários, fornecedores, agências de viagens, operadoras de turismo, entidades do trade e órgãos governamentais.
O moderador começou indagando os painelistas sobre quais são os desafios e como desenvolver carreiras na prestação de serviços na hotelaria. André Carvalho começou respondendo que, hoje há no segmento hoteleiro uma carga tributária muito expressiva e a maioria dos salários para um colaborador não gera grandes expectativas. “Além disso, os horários são complexos, trabalho aos finais de semana. São muitas nuances que afastam o empregado do empresário nesse segmento”, informou. Para Rogério Bachi, há uma dicotomia gigante entre custo e recebimento final do empregado. “A pandemia aumentou a mudança em relação ao mercado de trabalho. Dentre várias pesquisas existentes que tive a oportunidade de analisar, chamo a atenção para três pontos: o colaborador precisa se sentir pertencente à empresa, saber que o que eles fazem é importante para a instituição; outro ponto é a qualidade x saúde, temos que ter um cuidado de como o ambiente está no dia a dia, se é estressante ou não, isso precisa estar no escopo dos líderes; o último ponto é o desenvolvimento, o quanto o funcionário consegue aprender mais e crescer”, ressaltou.
Falando sobre a carga tributária do setor e a importância de organizações como a ABIH, Rogério Bachi disse que “a associação teve o melhor e maior papel perante os órgãos públicos em relação ao PERSE. Nós hoteleiros sozinhos, não teríamos essa capacidade de mobilização”, salientou.
Sobre capacitação, o CEO da RB Hotelaria afirmou que, cada vez mais os profissionais não chegam prontos. “Temos que prestar a atenção sobre qual a capacidade que nós temos de contratar um funcionário ‘cru’ e transformá-lo em um bom profissional e ideal para a empresa”, disse. “Fora isso, temos que ter agilidade no treinamento, pois hoje em dia há muita rotatividade no mercado de trabalho. Cada líder tem que cuidar da sua equipe e ter a capacidade de resolver os problemas dos seus encarregados”, completou. André ainda complementou o pensamento de Rogério dizendo que “o empregado que está na nossa equipe também é um consumidor”.
Abordando o tema característica de um colaborador no segmento hoteleiro, Rogério informou que a parte técnica está mais fácil de ser treinada, mas “a parte comportamental é a mais difícil, quanto mais avaliar essa questão antes da contratação, mais duradoura será a relação de trabalho do funcionário com a empresa”.
André Carvalho também tocou num ponto que ele considera fundamental: a sensibilidade. “No fim das contas, quem irá vender o nosso negócio e proporcionar a experiência ao cliente, é justamente o colaborador/funcionário, por isso precisamos ter a questão da sensibilidade na relação com eles”, comentou.
Sobre gestão de equipe na sazonalidade, o Professor Carvalho contou que o segmento hoteleiro catarinense “está muito acostumado com a nossa sazonalidade, será que não conseguimos ter de fato um outro público que não seja necessariamente aquele que vem para aproveitar o verão catarinense?”, finalizou.
A Revista Hotéis é a mídia oficial da 35ª edição do Encatho e fica hospedada no Iate Hotel Florianópolis.