Painel da 8ª edição ADIT Share traz especialistas em Brownfield para debate
Direto de Gramado (RS) – Seguindo a grade de programação da 8ª edição ADIT Share, evento realizado no Hotel Wish Serrano Resort & Convention, em Gramado (RS), que vai até o próximo sábado (28) e tem a Revista Hotéis como Media Partner, abordou o Brownfield: insights sobre conversão de projetos ao modelo fracionado. Os convidados foram Luiz Fernando Mathia, Diretor Executivo da MVC Férias, Danilo Samezima, Diretor de Estratégias e Novos Negócios da WAM Group, Antônio Carlos Gomes, Diretor Geral e Sócio Proprietário – TC Brasil e George Daou, Gerente de Novos Negócios da Interval International.
George Daou foi o moderador do painel e introduziu o assunto. Em seguida, abriu espaço para os outros painelistas comentarem sobre as etapas para as empresas representadas por eles estarem nesse modelo de negócio. Antônio Carlos Gomes foi questionado por George Daou sobre a presença de sua empresa em multipropriedade. “Os empreendimentos que estamos trabalhando são combos que podem ser convertidos para multipropriedade. Estamos fazendo trabalhos e estúdios para ver a viabilidade dessa conversão. Não tivemos nenhuma aquisição desse empreendimento que foi convertido para multiproriedade”, diz.
Luiz Fernando Mathia, Diretor Executivo da MVC Férias, também opinou sobre o assunto. “No caso da MCV, cheguei em janeiro e já tinham convertido para timeshare, que não chegou a ser um Brownfield completo, mas para operar parte desses inventários como timeshare. Temos ainda em nossa base de estudo três empreendimentos de Brownfield”, comenta.
Danilo Samezima, Diretor de Estratégias e Novos Negócios da WAM Group, participou do evento de forma virtual. “Começamos desde 2017, estamos indo para o quinto. Temos 1500 com modelos de conversão, em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo”, aponta.
Luiz Fernando Mathia também explicou alguns pontos sobre a conversão. “A conversão de um empreendimento em multiproriedade tem de ser observado o tamanho dos apartamentos. Nós temos estudos de alguns empreendimentos que transformamos dois espaços UH em uma para se adequar a multipropriedade. Então não é uma transformação simples, sabemos que não podemos mexer muito com a estrutura física do hotel, precisamos de especialistas, experiência em construção, porque isso pode afetar muito o custo”.
Antônio Carlos Gomes foi de acordo com o que foi dito por Mathia. “Exatamente. Temos clientes que chegam com apartamentos de 25 m². Isso você vai vender para família, comportar nele é difícil, então realmente de 100 você tem que fazer 50 apartamentos, e tudo isso impacta, no final das contas para saber se é viável ou não”, alertou. Para completar, Danilo Samezima citou a hotelaria e fez uma ressalva. “É ter produto certo, a hotelaria eu costumo dizer que vai oxigenar essa área de Brownfield, e essa conta tem que ser muito clara. O risco que eu vejo muito forte nessas conversões são alguns empreendimentos incorporados como uma segunda residência, então transformamos isso em multipropriedade é um risco”.
Luiz Fernando Mathia deu como exemplo um possível encontro do morador no hotel e os hóspedes. “Quem está na hotelaria sabe que o empreendimento que tem combo hotel, morador, que seja misto, isso tem um conflito que precisa tomar cuidado, em coisas básicas. Por exemplo: o proprietário chega com o cachorrinho e encontra com o hóspede, e ele pediu para levar ele, mas não pode levar o pet, e outras questões que conflitam a experiência. Eu acredito que precisamos tomar cuidado”, aponta no painel.
Danilo Samezima, Diretor de Estratégias e Novos Negócios da WAM Group, comentou sobre o modelo em crescimento. “Eu acredito demais nesse modelo de brownfield. Temos a primeira onda de brownfield em 2010, onde houve grandes lançamentos e empreendimento grandes em diversos lugares do Brasil como Gramado, e o nosso no nosso caso em Caldas Novas, ousamos lançar empreendimento de mil apartamentos. Agora eu vejo uma segunda onda para multipropriedade com modelo brownfield. Ela é uma saída financeira boa para essas empresas que estão entendendo esse modelo de negócio, como foi falado no primeiro painel. A fidelização do cliente precisa estar em linha com o que você vende, com a experiência que você oferece, essas operadoras hoteleiras estão entendendo a multipropriedade. A hotelaria é um mercado ilíquido. De novo: olhar com carinho projeto a projeto, não são todos empreendimentos que podem ser convertidos, mas o que podem, vão ser nos próximos anos”, finaliza.
Antônio Carlos Gomes também se posicionou falando dos espaços em multipropriedade em relação ao futuro. “Como foi apresentado aqui, você vê que a maior parte dos projetos é de 40 metros, cabe 6 pessoas. Essa média da multiproriedade. Quando você vai fazer a conversão de um hotel convencional, e ele tem apartamentos que não tem essa metragem, então precisa fazer adequações, porque o futuro do nosso negócio ele está relacionado diretamente ao que você vende, entrega, as famílias. Então, muitas vezes eu ouço de alguns projetos que 25 m² eu consigo vender por parcelas de R$ 400,00, eu falo ok, esse público consegue pagar, mas eles têm dois filhos, então como você vai entregar um produto que possa atendê-la? É o que eu faço… vender é fácil, difícil é mantê-lo satisfeito em sua carteira, surpreender esse cliente. Ai está o segredo de nossa indústria”, comenta o painel.
Luiz Fernando Mathia opinou que: “O que eu gostaria de contribuir é que todo destino precisa se preocupar entre as relações, de logística, da oferta que está sendo dada a contrapartida da demanda. Existe o setor turístico do Brasil que há desiquilíbrio. Isso tem um time, e que não minha opinião se não for ajustado entre oferta e demanda, teremos sobras e isso não terão tratamentos adequados”, finaliza.
George Daou, Gerente de Novos Negócios da Interval International, foi questionado por um dos convidados do evento sobre os o luxo nos brownfield. “A Interval filiou de casa num valor de 3 a 5 milhões e condomínios e apartamentos de 120 m². Então vemos que o brownfield tem sido uma alternativa para esses estoques de casa e condomínios de luxo que querem entrar para o setor de multipropriedade”, esclarece no final do painel.