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Os próximos quatro meses ainda serão críticos para os hotéis no Brasil

Artigo de Pedro Cypriano*

Acabo de ler uma notícia na Economist, “China goes back to work” (China volta ao trabalho), que acredito ser de interesse aos brasileiros e ao mundo neste delicado momento que vivemos.

Dados recentes na China talvez nos ajudem a entender a velocidade de recuperação do Brasil no período pós-pandemia. E tudo indica que a inicialmente esperada curva em V (rápida queda, rápida volta) é pouco provável.

Primeiro os dados positivos. Há um mês e meio, a disseminação da Covid-19 foi contida e o território chinês começa a voltar à normalidade. Restrições de contato social e de viagens foram retiradas na maior parte do país e as grandes empresas retomaram em 100% as suas operações. O período de recuperação começou.

Agora o lado difícil da história. As viagens de avião, trem e carro estão próximas a 30% do volume esperado em condições normais. Empresas de comércio relatam receitas ainda 2/3 abaixo do normal. Indústrias voltaram a operar, mas reativar a demanda tem sido mais difícil. E são três os principais desafios:

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  • Parte do reaquecimento econômico depende de inúmeros países, não apenas do mercado doméstico;
  • O medo da população ainda é presente e as atividades não estritamente necessárias estão sendo evitadas;
  • A queda de renda limita o consumo de bens e serviços secundários.

Média de passageiros diários em 2020 na China (% sobre a média de 2016 a 2019)

Como consequência, a ocupação dos hotéis na China ainda se encontra próxima a 20%, 1 mês e meio após o controle do coronavírus. Para os próximos meses, espera-se crescimento gradual da demanda, mas ainda não se sabe em qual velocidade.

Segundo esse estudo, o quadro é muito preocupante – Foto – Divulgação

Recuperação no Brasil também pode ser mais longa que o desejado

No Brasil, abril será mais um mês de crescimento exponencial da doença. Em maio, se tudo der certo, teremos controlado a disseminação do vírus. Em junho, começaríamos a recuperação do país. Apesar das diferenças econômicas e sociais entre a China e o território brasileiro, os desafios anteriormente destacados para reativar a demanda por bens e serviços são parecidos. Logo, se a mesma proxy da China se aplicar à nossa realidade, em julho ainda teremos ocupação entre 20-30%. Para os meses seguintes, a velocidade de recuperação é ainda mais incerta.

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Esperemos que os desdobramentos da Covid-19 sejam menos intensos e que consigamos retomar às atividades normais de forma mais rápida. A verdade é que tudo pode acontecer em um ambiente tão incerto. No entanto, preparar-se para uma recuperação possivelmente mais longa é recomendável. A necessidade de caixa para cobrir prejuízo operacional pode se estender por um período mais longo.

Desde a HotelInvest, continuaremos monitorando o mercado e atualizando constantemente as nossas estimativas de recuperação do setor. Em breve, divulgaremos análises complementares a todo o mercado.

Link para a notícia completa da Economist:

Link para a publicação “Covid-19: impacto no setor hoteleiro do Brasil’, recentemente divulgada pela HotelInvest.

*Pedro Cypriano é sócio-diretor da HotelInvest, consultora estratégica do fundo imobiliário mais rentável do Brasil nos últimos 3 anos (FII Maxinvest) e de uma carteira de R$ 2,5 bilhões em investimentos hoteleiros. Ao longo dos últimos 13 anos, liderou mais de 350 projetos em consultorias globais, incluindo países na América Latina, na Europa, na Ásia e na África. Como executivo da HotelInvest, assessorou diversos players nacionais e internacionais na estruturação e avaliação de hotéis urbanos, resorts e complexos turístico-imobiliários. É autor do livro “Desenvolvimento Hoteleiro no Brasil: panorama de mercado e perspectivas”, publicado pela editora Senac. Possui MBA Executivo pela escola de negócios INSPER, certificate in Hotel Real Estate Investments and Asset Management pela Cornell University, mestrado em desenvolvimento hoteleiro pela Universidad de Alicante, na Espanha, especialização em Finanças pela Saint Paul Business School e graduação pela USP.

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Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 31 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.

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