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OPINIÃO: Setor hoteleiro de São Paulo começa a vencer a crise

Por Caio Calfat*

Em São Paulo, é comum ouvirmos que a ocupação dos hotéis é maior nos dias úteis da semana, uma vez que 70% de seus visitantes são atraídos por negócios e eventos. Mas uma importante mudança já está sendo percebida pelo setor: desde fevereiro, os hotéis da Capital vêm recebendo um público maior no sábado e no domingo, período em que a taxa de ocupação já ultrapassa os 50%.

Há algum tempo, o segmento não registrava um significativo aumento em sua atividade. A notícia é especialmente importante para o setor hoteleiro, impactado pela crise econômica em decorrência da redução de viagens e eventos na cidade de São Paulo.

O relatório “Desempenho dos Meios de Hospedagem da Cidade de São Paulo”, de junho de 2016, realizado pelo Observatório de Turismo e Eventos, núcleo de pesquisas da São Paulo Turismo, aponta que, no primeiro semestre deste ano, a ocupação geral fechou em 60,82% e, aos finais de semana, o número registrado foi de 55,01%.

Outro estudo, do São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB), analisou as ocupações no primeiro semestre de 2012 a 2016 e verificou-se uma evolução aos finais de semana. Em 2012, os sábados e domingos nos hotéis contaram, em média, com 53,52% de ocupação nos primeiros seis meses e 54,68% no ano todo. Em 2016, esse mesmo indicador subiu para 55,01% no primeiro semestre. Projetando a partir da média histórica, pode-se chegar a 56,41%, o que representa o maior percentual entre os períodos analisados.

Foto: Caio Pimenta /SPTURIS
Foto: Caio Pimenta /SPTURIS
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Uma das explicações para esse aumento está nos programas de incentivos instituídos na cidade. Há alguns anos, a SP Turis implantou o programa “Fique um dia a mais”, motivando o turista de negócios e eventos a permanecer na Capital por mais um dia, a fim de conhecer teatros e restaurantes, assistir a nossos musicais, fazer compras, explorar nossos museus, equipamentos culturais e arquitetura. E deu certo!

Há três anos, a taxa de ocupação média nos finais de semana não passava de 40% e, hoje, chega a 55,01%. Considerando-se o parque hoteleiro paulistano com 42 mil quartos, chega-se a cerca de 23 mil quartos ocupados de sexta a domingo, certamente o maior desempenho do setor hoteleiro brasileiro no fim de semana. Um salto bastante significativo. Além do turista a negócios e eventos, notou-se a presença de um público de lazer específico para estes dias em São Paulo.

Com relação à ocupação nos dias úteis nos hotéis da cidade, a taxa gira em torno de 60%, percentual considerado baixo, uma vez que o ideal é que girasse em torno dos 75%. Essa queda da demanda hoteleira decorre do desaquecimento econômico. Contudo, esse cenário seria ainda mais preocupante se o índice de ocupação nos finais de semana não tivesse subido.

Por fim, outros fatores devem ser considerados ao se comentar a retomada do crescimento no setor hoteleiro da capital paulista. É certo que os visitantes foram favorecidos também pela redução na tarifa, mas, se não houvesse atrações relevantes na cidade, isso não se justificaria. A reforma e a ampliação no Centro de Exposições Imigrantes, hoje São Paulo Expo, por exemplo, representa um enorme investimento e ganho.

Com mais alguns equipamentos para a realização de eventos surgindo e outros sendo modernizados, São Paulo permanecerá entre as cidades que mais organizam eventos no mundo, movimentando toda a cadeia turística, que envolve 52 segmentos, gerando benefícios para a nosso município, que não para de crescer.

* Caio Calfat é Vice-presidente de Assuntos Turísticos e Imobiliários do Secovi-SP

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