O sistema de franquia na hotelaria brasileira Artigo de Abdon Barretto Filho
*Abdon Barretto Filho
Uma das alternativas para os investidores, empresários e empreendedores interessados nas construções e/ou operações de meios de hospedagem é a busca de franquias. Convém salientar que o início do sistema de franquia no Brasil existe desde década de 60, com marcas pioneiras como Yázigi e o McDonald´s. Depois, o sistema de franquia ganhou expressão nacional com presença forte em redes segmentos como: engarrafamento de bebidas, produção de alimentos, distribuição de veículos, postos de combustíveis, entre outras.
O sistema de franquia (franchising) tornou-se uma boa oportunidade de novos negócios e, em 1994, foi apresentada uma legislação específica para o setor. Em 2003, foram iniciadas as associações entre operadores hoteleiros independentes e as cadeias hoteleiras internacionais. Os primeiros modelos de gestão de meios de hospedagem contemplavam a administração e o arrendamento.
O uso de “bandeiras hoteleiras” não contemplava transferência de conhecimentos (know-how), programas de qualidade (geralmente a Gestão de Qualidade Total) e assessorias técnicas para auxiliar as operações. Além disso, não previa as estratégias de distribuição globais, os conhecidos GDS- Global Distribution System utilizados pelos parceiros como as companhias aéreas e agências de viagens. Muitos problemas foram identificados porque, sem controle, havia o risco do comprometimento da marca que estava sendo utilizado. Nos últimos dez anos, o setor de franquia vem avançando devido à globalização da economia, as desregulamentações de mercados e os avanços tecnológicos, destacando-se os modelos de distribuição através da Internet.
Os GDS ganharam concorrentes de peso como as OTAs (On Line Travel Agency), utilizadores em larga escala da Internet, e os proprietários das marcas investiram em canais próprios de distribuição. Além disso, os acordos e contratos de franquias de marcas hoteleiras estão contando com vários profissionais nas mais diversas áreas que realizam diagnósticos e prognósticos que facilitam os gestores no competitivo mercado da hotelaria brasileira.
Atualmente, pode-se dividir o mercado de meios de hospedagem em três grandes segmentos: Redes Internacionais; Redes Nacionais e Hotéis independentes. No caso dos hotéis independentes pode-se realizar análise observando-se aqueles que são administrados profissionalmente e pelas famílias proprietárias.
Existe um consenso que quando um mercado hoteleiro está aquecido, porque o destino/cidade apresenta atratividade, aparecerão interessados nos investimentos em meios de hospedagem. É o grande momento para estudos e diagnósticos visando buscar parcerias que possam atender a demanda, criar demanda e/ou qualificar a demanda, principalmente quando as variáveis incontroláveis podem destruir os sonhos de inexperientes hoteleiros. Alguns esquecem que meio de hospedagem envolve dois tipos de importantes negócios: o negócio da construção civil e o negócio da operação hoteleira.
A franquia da marca pode ajudar e é uma grande opção para diminuir os riscos dos investimentos. Entretanto, não tem condições de resolver problemas que são característicos da “indústria hoteleira” como: a imobilidade do empreendimento (o consumidor é que se desloca até o produto); a influência da sazonalidade (baixa, média e alta estação) e a inconstância do fluxo de hóspedes (motivação de viagem, concorrência, preferência não revelada de consumo).
Será ? Respeitam-se todas as opiniões contrárias. São reflexões. Podem ser úteis. Pensem nisso.
*Abdon Barretto Filho é economista e Diretor de Marketing da Rede Plaza de hotéis. E-mail: abdon@via-rs.com.br
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