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O essencial é invisível aos olhos?

Artigo de Rhaxwell Santos*

A reclusão compulsória que o mundo nos obrigou a viver traz consigo uma série de impactos, até então impensados. A pandemia nos antecipou uma cruel, embora positiva, realidade: o mundo é formado por pessoas e não por coisas. Cada indivíduo tem seu papel e, se não assumiu ainda sua posição, está prestes a sumir.

A sociedade, os negócios e as relações foram tragadas impiedosamente por uma onda avassaladora. Tudo está a mudar, queiramos nós ou não, com a “quarentena”. Ao tempo em que somos sufocados pelo enclausuramento, o mundo respira e se recupera: as águas dos canais de Veneza, hoje próprias ao banho, que nos diga. Mas a grande mudança são realmente os novos paradigmas com que estamos nos deparando. Um desses paradigmas é relativo a pessoas, cujas profissões eram, até então, “invisíveis”. É como se, de repente, tivessem criado corpos e ficassem perceptíveis somente agora, tornando seus serviços imprescindíveis às nossas vidas, como se antes já não fossem.

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Com o advento da pandemia que nos assola, muitas profissões já estão sendo repensadas, algumas possivelmente sequer mais existirão, enquanto outras se tornaram tão importantes, que passaremos a “enxergá-las” com o maior respeito e deferência.

A enfermagem era uma profissão invisível e que ganhou muita notoriedade e reconhecimento na pandemia da COVID-19 – Imagem de Leo2014 por Pixabay

Uma coisa que ficou muito clara nesse período é que, apesar de muito importante, a indústria de produção, de uma forma geral, pode parar por dias ou até meses, mas dependemos profundamente da indústria de serviços. Se essa parar, o mundo vira um caos. Precisamos “ser servidos” pelos profissionais da “linha de frente”, antes nem vistos, mas que tem feito a diferença em nossas vidas e nos permitido a comodidade de uma relativa segurança. São essas pessoas que nos possibilitam atender ao chamamento dos governos para não saírmos de casa.

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Evidente que existem categorias que entregam as suas vidas para podermos viver a nossa, entre eles os médicos, enfermeiros, bombeiros, policiais, militares e todo o staff que apoia esses profissionais. Esses são heróis no campo de batalha.

Mas falo aqui também daqueles que, no dia a dia, passam despercebidos: dos garis/agentes de limpeza aos porteiros, do caixa do supermercado ao caminhoneiro, do motoboy/entregador de delivery ao atendente do posto de gasolina, do recepcionista dos hospitais aos motorista de ônibus, táxis e aplicativos, são tantos os que se sacrificam e se expõem diariamente para que possamos proteger a nós e aos nossos, que escreveríamos horas para relacioná-los. Essa quarentena tem despertado a percepção de “quem serve” e para que serve. Quem dera despertar em cada um de nós também a necessidade de “servir”.

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De invisíveis a fundamentais, se esse legado pós quarentena perdurar humanizando as relações sociais e trabalhistas, como esperamos que tenha humanizado as relações familiares, nada disso terá sido em vão. Reconhecer no outro alguém importante é um grande passo. Agradecer e sorrir aos valentes profissionais que nos servem, nos faz servir também. Afinal, o essencial pode ser visível aos olhos.

*Rhaxwell Santos é CEO da Estrela do Sucesso, Developer em fundos de investimentos no Brasil e Portugal, Gestor, Hoteleiro, Professor universitário e formador de equipes vencedoras.  Contato –  rhaxwell@estreladosucesso.com

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Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 31 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.

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