Opinião

O Crepúsculo de um Meio de Hospedagem

Floriano Camargo*

A hotelaria individual – maioria em nosso país – é composta geralmente de estabelecimentos de médio e pequeno porte; passado o período da euforia pela inauguração e alguns anos de luta para consolidação, não atenta para o perigo da estagnação e ainda pior, o risco da obsolescência e decadência.
Os fatores que envolvem tais circunstâncias nos diversos cases conhecidos são diversos, em especial a falta de planejamento, mas como em qualquer segmento econômico a formação societária, que nessa grande maioria tem a predominância da empresa familiar, é um fato que muito preocupa e já deveria ter sido visto, acompanhado e sabiamente tratado pelos mentores do turismo em nossas cidades.
O trade turístico sobrevive do conjunto constituído por seus próprios integrantes e de forma nenhuma pelo sucesso independente dessa ou daquela empresa; e assim sendo, todos serão afetados com a saída de cena de um de seus atores.

Órgãos de Classe
Criados com o intuito de fomentar uma atividade, através da defesa dos direitos de seus integrantes, as associações, federações e outros, parecem acabar por priorizar ações pontuais em prol unicamente de uma minoria.
O turismo visto em sua essência, como atividade que deve ter início e fim, ou seja, base para criação e objetivo final envolvendo a população e o meio ambiente nos núcleos receptores, fica a reboque nos trabalhos desenvolvidos por essas organizações, pois o campo de visão é muito curto para que os mesmos sejam alcançados.
O poder público deve ser chamado a intervir e participar do que for necessário em termos de infraestrutura, mas não se deve imputar a ele a responsabilidade sobre as ações próprias ao desenvolvimento da indústria do turismo.

O Meio de Hospedagem
Qualquer que seja a cidade, algum fator deve existir ou ser criado, para atrair visitantes; o conjunto de atrativos, prima por ser trabalhado pelos interessados na presença do público flutuante, mola propulsora da economia para quem já conseguiu enxergar esse fato.
Eventos movem o turismo e os seus arranjos exigem a presença conjunta, daqueles que vivem nos desencontros provocados pela concorrência. É hora de se deixar de lado as desavenças, visando à união de forças para um objetivo comum.
O meio de hospedagem contribui para a formação da imagem local, que será levada pelo turista, e isso é de total responsabilidade do hoteleiro; portanto, precisamos nos reportar agora, ao planejamento elaborado – ou não – quando de sua constituição e os devidos planos de ação para cada ano, com as adequações devidas.
No passado, organização era coisa de grandes empresas, mas hoje não se admite mais, qualquer iniciativa empresarial desorganizada e sem o devido planejamento.
Observa-se que o passar dos tempos, não tem recebido o acompanhamento devido dos empresários, e com isso o distanciamento inexorável do seu empreendimento do mercado consumidor. A hotelaria não permite amadorismo ou superficialidade na preparação dos ambientes e nos cuidados de atendimento, para o acolhimento da estrela maior em qualquer tipo de negócio: o cliente.
Já faz tempo que se busca o superar das expectativas, com todo o mimo que se puder oferecer; entretanto, de um lado é deprimente o descaso com as instalações, com as roupas de cama e banho, com o café da manhã, etc. e em outros casos, uma busca com base nas idéias mirabolantes de alguns arquitetos e decoradores de plantão, sem nenhuma intimidade com o dia a dia de um meio de hospedagem, que nada acrescentam para a devida ambientação, conforto e bem estar do hóspede.
O sucesso de um Hotel perpassa dentre muitas coisas, pelo conhecimento de mercado do seu idealizador, por uma boa administração e em sua operacionalidade pelo desafio na difícil missão e sabedoria de se lidar com pessoas.

*Floriano Camargo é Professor e Consultor – Contato – florianocamargo@yahoo.com.br

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